– E aí, nanico? Já armou a sua arvorezinha de Natal? A daqui é imensa. O Ariano ouviu dizer que Ele irá receber o filho e uma pomba.
– Bomba? Precisa com vocês aí, botequim e dominó rolando a mil?
– Pomba, ô sul-maravilha besta.
– E o que eu disse, Ariano? Bomba, como você acabou de falar.
– Senhor Rui Daher, não estava para escrever comentando a entrevista dada por Lula a alguns jornalistas? Estamos curiosos.
– Desisti, Dr. Walther. Daí vocês não puderam acompanhar?
– Apenas um diz-que-diz, nada mais completo, que nos fizesse intuir as intenções do ex-presidente.
– Bem, também aqui, com exceção deste GGN, o oba-oba não foi muito grande. Todos, mesmo os que sabem que não, estão com medo de ouvirem “como você pode apoiar e, pior, votar num ladrão.
– Absurdo. Quase 4 anos e não deu para conseguirem alguma prova concreta.
– Nem mesmo líquida, doutor.
– Se eles quisessem saber quem rouba para valer no Brasil, bastaria falar comigo. Veja como deixaram nossa indústria. Forneceria alguns nomes do passado e do presente. Bem, confesso, poucos paranaenses inteligentes encontrei quando na Terra.
– E os do futuro? Pergunto, pois me contaram que Serra e Dória Júnior estudam um projeto pente-fino nas escolas públicas de pobres para identificar futuros ladrões e fichá-los. A “capivara”, conhecem, né?
– Sim e não duvido daquele carcamano e do dândi. Mas o futuro deixo para o nosso Principal (em inglês, como hoje no Brasil se autointitulam presidentes, CEOs, chefões).
– Depois da Lava Jato, descobriram muitos. Mas somente aquele ministro -juiz, com nome de goleiro, decide. Tem uma predileção avícola impressionante e gosta de esquiar nas neves. Talvez predileção pelo branco.
– Pode ter entendido mal quando Ele disse que “ao pó voltarás”.
– Se algum dia saiu.
– Ô Rui, dá pelo menos uma palhinha pra nós do que ele falou. Ficamos esperando as notícias vindas de você. Aqui ninguém tem mais título de eleitor e nem tá aí com o Planeta Terra.
– O de sempre, Melô. O que falou, fala, continuará a falar e provou que faz.
– Tivesse um malufista ao nosso lado, logo diria animado: “isto, rouba, mas faz”.
Ouço risadas de todos.
– Mencionou a impossibilidade do capitalismo sem industrialização, serviços sem qualificação, o Estado indutor e tributando quem mais ganha para poder distribuir e tirar mais gente da miséria. Que o que se faz com ele são anomalias jurídica e política inéditas no Brasil.
Quase como quarteto vocal:
– É o cara!
– Disse que eleito só poderá governar com uma Nova Constituição. Tudo claro e bem recheado de palavrões para que bem o entendam.
– Rui, sabe quem dá duas audições especiais no Botequim neste Natal?
– Quem, Melô?
– Jacob do Bandolim. Talvez, a Elizete dê uma canja.
– Ah, me leva, vai. Num guento mais aqui.
– Não chegou a hora. Se vire com o Hamilton de Holanda, Joel Nascimento, Luís Nassif. Eles também são bons.