Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Entrevistas Clube dos Garotos, por Rui Daher

Entrevistas Clube dos Garotos, por Rui Daher

Durante o 2º semestre de 2016, patrocinado pelas Estampas Eucalol, o BRD – Blog Rui Daher, publicou, creio, 15 entrevistas com candidatos às prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro.

Neste ano, a não ser golpe em contrário, deveremos ter eleições para presidente e governadores da Federação de Corporações. Estamos na fase de pré-candidaturas, mas sabedores de nossa excelência no assunto vários patrocinadores, inclusive a Eucalol, têm-nos procurado. Propõem novas entrevistas após definidos os candidatos.

Nestor e Pestana, favoráveis, sugeriram que as propostas fossem dirigidas ao Conselho Consultivo do “Dominó de Botequim, o Retorno”, pois a ele pertence o espaço dominical no GGN. Com suas sabedorias, Darcy Ribeiro, Ariano Suassuna, Luís Melodia e o Dr. Walther Moreira Salles principalmente, saberiam acolher a melhor op$$$$$ão.

Claro que não deixarei de colher a opinião do Dr. Levy Fidélix e de José Maria Eymael. Teriam eles intenção própria ou de algum familiar, ainda que primo em terceiro grau?

Copiando Luís Nassif, promovo um “relembre” postado em julho de 2016. Confiram e, passados quase dois anos, vejam se o repórter Nestor não estava coberto de razão.

“Entrevistas selecionadas Clube dos Garotos” – 1, por Rui Daher

Patrocínio Estampas Eucalol

“Desde meados de maio, após publicar matéria exclusiva relatando que a NASA preparava nave que levaria ao inferno para treinamento um ministro do STF e um juiz de 1ª instância paranaense, a redação do Blog do Rui Daher, hospedada na edícula deste GGN, permaneceu lacrada, permitida somente a temas interinos. Nem mesmo divulgamos que a agência norte-americana abortou o projeto. O Cão se recusou a receber nossos representantes, disposto a aliviar a barra da humanidade, ruim até para suas intenções.

Na época, Pestana, que junto a Nestor forma a minha equipe de repórteres, alertou de que eu poderia ser preso na etapa 108’npg da Lava Jato. Assim mesmo publiquei a matéria.

A primeira ligação veio de uma voz grave. Parecia emitida por lábios grossos: “Intimação enviada. Se não parar, segue calibre 38”. A segunda revelava voz e lábios finos de bons comerciantes: “Virás coercitivamente”.

Claro que não pensei em Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow convidando-me a entrevistá-las no Oak Bar, do Plaza Nova York. Dei férias não remuneradas aos Nestor e Pestana, com direito a dois almoços (bebidas alcoólicas não incluídas) num restaurante a quilo perto da Redação. Mencionaram algo como Justiça do Trabalho. Não dei bola. Defensor do ócio, não vejo justiça em trabalhar.

Golpe dado, mil teorias sobre causas e efeitos nas folhas, telas e redes sociais cotidianas, reabri a Redação. Como quem tem a nádega esquerda mais saliente tem medo, decidi pegar mais leve. A partir desta semana, o blog se dedicará a publicar possíveis entrevistas com os prováveis candidatos à incerta prefeitura de São Paulo.

Para iniciar a série convidamos João Doria Júnior, pré-candidato pelo PSDB. Depois de 40 dias, nos chegou missiva em papel gramatura 300 e lacre personalizado, com a resposta.

A entrevista foi realizada ontem, às 17 horas, em luxuoso clube de golfe da cidade, com serviço de chá completo. No convite fôramos alertados para comparecer em traje passeio completo ou característico do esporte. Após pesquisar fotos de Armínio “Liberal Boy” Fraga jogando golfe, decidi ir à caráter. Convenci Nestor e Pestana a usarem uniformes de caddies. Só não aceitaram carregar os tacos, depois saberem não se tratar de comida mexicana.

Quando chegamos o Dr. João já nos esperava na biblioteca do clube, cadeira de espaldar alto, almofada de veludo grená, a mão apoiada num taco de golfe com grip dourado (seria ouro?).

– Dr. João, pela minha idade, permita-me tratá-lo menos formalmente.

– Claro, Comandatuba.

Não entendi bem a mudança de meu nome, mas continuei:

– Obrigado, João. Como empresário de sucesso, escritor, jornalista, professor universitário, político filiado ao PSDB, o que o fez desejar administrar a cidade de São Paulo?

– Comandatuba.

Dei um tempo até que ele continuasse a frase. Nada.

– Rui, você não vai fazer a pergunta?

Meu nome ele sabia, por que então Comandatuba?

– João, a pergunta fiz, talvez não tenha entendido a sua resposta.

– Você não prestou atenção. Pensei-o mais esperto. Comandatuba é uma ilha na Bahia, um resort paradisíaco, onde promovo eventos que reúnem o Brasil inteiro.

Pensei descontrair o ambiente:

– Ha, ha, ha, João, o Brasil inteiro é um pouco de exagero, não?

O não veio de forma quase ríspida:

– E quem mais? Conhece o LIDE, grupo com os mais importantes empresários do país? Quase duas mil companhias nacionais e estrangeiras associadas, 60% do PIB brasileiro. Somente não ponho lá o PIB total porque o local não comporta e evito as estatais. Prefeitos, governadores, ministros, juízes, até presidentes da República lá estiveram. Que outro Brasil você conhece?

– Voltemos aos motivos da sua candidatura.

– São Paulo precisa de um homem que faça voltarem requintes de luxo, bom gosto, tradição. Que recupere o progresso. Veja hoje. Uma cidade que não podia parar e agora vive travada por faixas exclusivas de ônibus, ciclovias, tendas armadas para mendigos, avenidas, ruas e viadutos tradicionais entregues a farofeiros dominicais. Quem compra uma Ferrari para andar a 50 km/h? Regredimos, chegaremos a um pobre Piauí.

Alfinetei:

– João, cuidado, alguém já fez comparação assim e não se deu bem.

– Está vendo como são vocês da imprensa. Falei no sentido figurado, se bem que algumas figuras que nascem lá … Ha, ha, ha. Você sabe.

– O senhor já formulou um plano gestor para a cidade?

– Claro. Temos discutido muito isso dentro do partido. Novas opções, vários horizontes. Somos um partido de intelectuais, perfil liberal, contatos com os principais think tanks dos EUA.

– Poderia citar algumas medidas de curto prazo?

– Tudo se dará em três abordagens, cada uma com três etapas sequenciais, grupos de pensamento e ação definidos entre os quadros do partido e os demais que a nós vierem se unir. Sempre os melhores!

– Quais as três abordagens?

– Infelizmente, não posso dizer. Estaria antecipando o meu programa. Dou-lhes uma pista. A mais importante será conduzida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

– Imaginei. Ex-presidente, se meteu Nestor.

– Não, eterno presidente. Doria continuou:

– Tudo passa por entronizar o sucesso na cabeça da população. Como fizemos eu e Roberto Justus, talvez, futuro secretário da Cultura, com aprendizes que viraram grandes empresários e profissionais. Tenho um arcabouço de leitura para ser distribuído nos bairros mais pobres da cidade, nas periferias.

– Pode nos citar algumas dessas publicações?

– Sim. Muito adequada a sua pergunta. Todas são editadas por mim: ArenaCaviarFórum &NegóciosMeeting & Negócios, Mulheres LíderesLíderes do BrasilMarketing EmpresarialSaúde e Bem-EstarTrancoso, tantas outras.

– Ótimo.

– Quer mais uma dica? Anualmente, no inverno, promovo eventos em Campos do Jordão. Farei o mesmo no Pico do Jaraguá. Um festival com temática monárquica. Bailes de máscaras, carruagens, minuetos. Não foi à toa que a excelente revista Isto É me elegeu quatro vezes consecutivas uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil e do mundo.

Pestana e Nestor me olharam de forma estranha. O chá foi servido num pequeno salão ao lado da biblioteca. Bate-papo bem descontraído, sempre perigoso quando presente a dupla de repórteres do blog.

Nestor, que sempre dorme quando peço se debruçar sobre algum assunto, passara dormindo em boa parte da entrevista:

– Senhor candidato Chiquinho …

– Como Chiquinho?

– Ué, Chiquinho Scarpa. O senhor não é aquele ricaço que iria enterrar um Bentley Continental de um milhão e meio de reais no jardim de sua mansão?

– Como você, imbecil, pode me confundir com aquele playboy, falso conde, velho plastificado?

– Não me tome a mal. Achei até legal. Era uma campanha para doação de órgãos.

– Mentira! Coisa nenhuma! Queria publicidade. Um quebrado. E você, seu repórter de quinta categoria, deve ser um pobretão que mora numa quitinete da rua Paim, é incapaz de distinguir um empresário famoso de um janota babaca.  

– Ah, é assim? Quer saber, seu engomadinho? Bentley não tenho, mas tenho aqui um belo órgão para doar ao seu traseiro.

Uma bola de golfe voaria 10 quilômetros tal a força que o taco acertou a testa do Nestor.

Não o demitirei. O arruaceiro poderá me acionar por acidente de trabalho.  

 

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

6 Comentários

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  1. Entrevista….

    Dória assim como Sarney eram dois “Zé-Ninguém” elevados à condição de representatividade nacional pela Esquerdopatia da República da USP. E agora esta Elite, os rotulam de direita?! Rivotril e Gardenal não fazem mais efeito sobre Bipolaridade Tupiniquim. O Partido de Ulisses, de Montoro, de Covas, do MR8, da UNE virou direita? Mas, se me permitir, queria mesmo falar de Água. Está chovendo no Nordeste, na época que deveria estar….chovendo!!! Sertanejos estão se afogando no meio de enchentes. Represas e Açudes sendo estourados por não conter tanta água. Não tem mais os ‘garotinhos barrigudos de canela fina, não tem mais mães sem feijão na panela, vegetação retorcida e seca. Não tem também Reservatórios com capacidade de segurar esta água, nem a Indústria da Seca. Daqui a seis meses volta tudo. A culpa será do Agronegócio. ‘Cachorro atrás do rabo’. O Brasil é surreal. abs.   

    1. Ze Sergio, segui sua

      Ze Sergio, segui sua orientação, tomei Gardenal e Rivotril com uma “Mato Dentro” prata, não gosto da ouro, estou vendo tudo com clareza. A Esquerdopatia não só da USP está tomando conta do país. Os esquerdopatas estão vindo com tudo, com Marina, com Flavio Rocha, Alvaro Dias, Alkmin, e principalmente com o guru maior deles todos, Bolsonaro. Nós, graças a Deus da direita, sem pata e sem patia, temos que encontrar logo alguém que nos represente ou estaremos encurralados (sem trocadilho infame, viu ! ). 

      1. Zé….

        KKKKK Excelente !!! Mas caro Eduardo, Rivotril com Gardenal juntamente com Mato Dentro, aliás Mato que vocês  já ‘queimam’ faz tempo, vocês consomem há décadas. Não fará nada de diferente. Quanto a alguém que lhes representem e salvem de ficarem sem os tais ralados (sem trocadilho infame, viu!!) vocês já conseguiram nestas últimas décadas. Ele desceu dos Céus em seu cavalo vermelho. Era seu Salvador? Era D. Sebastião. Era o Messias? Não, meu amigo. Era apenas alucinação e overdose. A boa notícia, é que assim como Fanatismo, tem tratamento. abs.  

        1. Beleza, Ze ! Nós, da direita,

          Beleza, Ze ! Nós, da direita, sabemos:  Quem mais fez pelo agronegócio, desde 1500, foi o que desceu do céu cavalgando o cavalo vermelho. Infelizmente, os esquerdopatas, não só os da USP,  o sequestraram,  para impedir que ele seja nosso representante. Somos sebastianistas, aguardamos sua volta.

        2. Zé Sérgio,

          Percebo inteligência em você, mas seu fanatismo em criticar a esquerda, e somente isso, mais nada além disso, me faz pensar você ser riquíssimo, viver de rentismo, achar que pobre deve continuar pobre, que todos os males do Brasil vêm da esquerda, e que o agronegócio é uma atividade mais limpa que a cueca do Moro. As chuvas no Nordeste são atípicas, estive lá há 2 meses e voltarei para lá no começo de maio. Onde você se informa contra uma esquerdopatia que ninguém entende, ainda mais num texto claramente de humor e de quem não vive a vida pensando que o Brasil é realmente vira-latas?

          Abraços.

           

          1. Zé….

            Caros srs., obrigado. Inteligência tem os Articulistas. Faço apenas perguntas para saber das respostas. Estas é que são importantes. Daqueles que frequentam a cabine de comando. Ou tem acesso à ela. Ou acesso direto aos ‘pilotos’ ou até auxiliam no vôo. Passageiro da Classe Econômica, quero saber o que está acontecendo. Jogo o anzol com a minhoca. Às vezes vem lambari, outras dourado. Pode até vir um pneu ou um enrosco, mas faz parte da ‘pescaria’. Quanto às chuvas irregulares do NE, eu sei. Principlamente no semi-árido, diminuta parte do NE. Na maior parte desta região, a Agropecuária está fazendo um a revolução. Não espero a ‘pureza virginal e santificada’ de atividade econômica alguma. Nem mesmo da Imprensa. Espero desta Atividade Agropecuária, um recurso para que Brasileiros, de forma honesta e digna, possam se sustentar, se desenvolver, trabalhar e progredir. E isto posso falar com toda certeza: é a atividade mais digna exercida neste país. E por favor, não queiram reverter os argumentos. Na Democracia da maioria dos Articulistas deste veículo, e maioria dos comentários só podem haver soluções em bases da esquerda. A Esquerda é vendida como a tal ‘cueca do Moro’. Não existe Democracia olhando e dando espaço a uma única corrente de pensamento. E esta tal corrente é aquela que estruturou e governou este país desde a Anistia de 1979. O copo transbordou, não tem mais como jogar a culpa na tal Ditadura. Enquanto os argumentos forem fanáticos, não vejo a cura para esquerdopatia. Até porque um dos raros pensadores da Esquerda Brasileira, Florestan Fernandes, afirmava que pouca esquerda havia no Brasil. “Um punhado de boas intenções, revoltas, cristianismo misturados com base teórica muito frágil”. Quem sou eu, passageiro de classe econômica, para discordar? abs.           

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