Enviado por Gilberto Cruvinel
Por Ricardo Araújo Pereira
Da Folha
Eu não tenho nada para dizer ao público brasileiro, mas não vale a pena o público brasileiro começar a sentir-se especial porque a verdade é que eu não tenho nada para dizer a ninguém. Sei quase nada sobre quase tudo –circunstância que, felizmente, nunca impediu uma pessoa de escrever nos jornais. Por vezes, chega a ser requisito.
Mas não adianta fingir que temos assunto de conversa. Se o público brasileiro e eu tomássemos o mesmo elevador, a viagem ia ser daquelas embaraçosas. “Cá estamos”, talvez eu dissesse. “É verdade”, o público brasileiro responderia, olhando para o tecto. E o resto seria silêncio.
Os leitores brasileiros e eu temos apenas duas coisas em comum. Falamos a mesma língua (bom, mais ou menos) e estamos vivos, pelo que não me resta alternativa senão falar do único assunto que ambos dominamos: isto de estar vivo. O escritor português Manuel da Fonseca disse: “Isto de estar vivo ainda um dia acaba mal”. Levei a cabo algumas pesquisas e sinto-me muito inclinado a concordar.
Por isso, todas as sextas-feiras escreverei aqui sobre a vida, esse caminho de dor, angústia e desespero que culmina com a morte. Serão textos humorísticos.
Só há um problema: não sei grande coisa sobre a vida. Não li o manual do usuário. Há muitas funcionalidades que não uso, umas vezes por desconhecimento, outras por medo de estragar.
No outro dia vi um tutorial do YouTube sobre descascar bananas e descobri que passei os últimos 40 anos a descascar bananas da maneira errada. É uma constatação aterradora. Uma pessoa pensa que, ao fim de quatro décadas neste planeta, sabe ao menos descascar uma banana.
De repente, verifica que dedicou quase meio século a descascamentos contrários à lógica e à própria dignidade, e é inevitável que se dedique a calcular quantos outros falhanços terá acumulado na vida. É essa dolorosa contabilidade que prometo fazer aqui, semanalmente. Além disso, e para lisonjear o gosto do leitor brasileiro, de vez em quando vou xingar argentinos.
Uma última nota: por vezes, quando alguém se põe a pensar na vida, pode acontecer-lhe encontrar o seu verdadeiro eu. Não se preocupem: eu não corro esse risco. Uma vez encontrei o meu verdadeiro eu e não ficámos amigos.
Agora atravesso para o outro passeio sempre que o vejo. Deus me livre de me dar com gente dessa. O meu verdadeiro eu é altivo, vaidoso e feio. Se falasse espanhol, podia ser argentino.
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Por enquanto, o único defeito
Por enquanto, o único defeito é escrever na Folha.
Existir está me machucando
Devo confessar que, em termos de “línguas portuguesas”, os portugueses são, de fato, imbatíveis.
Adorei!
Gatos Fedorentos
Para quem não conhece os “Gatos Fedorentos”, precursores, há mais de uma década do “Porta dos Fundos”, aqui vai uma pequena amostra:
[video:https://www.youtube.com/watch?v=mqf5baWB5RA%5D
Há muito mais no YT para quem se interessar.
É um humor diferente e o jeito portugês é bem diferente do brasileiro.
A folha não é um jornal. A
A folha não é um jornal. A folha é e sempre foi um panfleto golpista pertencente ao bando dos frias, bancada e a serviço da elite retrógrada de ditadores, que escolheram o Brasil para dar golpes de estado com a ajuda de seus serviçais da mesma laia e manterem-se criminosamente com as mãos no erário, inclusive assassinando até mesmo supostos adversários, como fizeram com o Jornalista Vlad. Folha, ninguem merece!