Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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FHC atual, por Rui Daher

Bem, afinal, FHC, hoje em dia, confirma o Barão de Itararé, jornalista, escritor gaúcho e galhofeiro, Aparício Fernando Brinkerhoff Torelly (1895-1971): “De onde menos se espera, daí é que não sai nada”

Durante a palestra Brasil, Qual Será o Seu Futuro?, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou não ser pessimista em relação ao país. Segundo ele, o Brasil tem um “potencial enorme” (Wilson Dias/Agência Brasil)

FHC atual, por Rui Daher

Em sua edição de sábado, a Folha de São Paulo reproduziu entrevista dada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à revista Época.

FHC diz sentir ‘certo mal-estar’ por não ter votado em Haddad contra Bolsonaro em 2018 – 05/03/2021 – Poder – Folha (uol.com.br)

Até certo período o comprei. Estudava Ciências Sociais na USP, entre 1975 e 1980. Contavam seus livros, o excelente “Homem e Sociedade”, na maioria de fundo cepalino, e as aulas presenciais da professora Ruth.

Confirmei a apreciação no episódio “Diretas-Já”, quando se uniu à oposição para derrubar a ditadura civil-militar, instalada em 1964. Mas quem não, se estávamos sendo sufocados em nossas liberdades?

Virou político tucano, dissidente do MDB, na criação do PSDB. Por que não? Lá, ótimos quadros, preparados, bom futuro para o Brasil.

Depois do período militar, Sarney, Collor, Itamar, por que não o tucano sociólogo? Lula havia sido derrotado pela Rede Globo e as fancarias conservadoras brasileiras.

Depois de um mandato digno de Itamar Franco, foram dois os mandatos de FHC.

O Acordo Secular de Elites, FIESP e genéricos, a considerá-lo de esquerda, estatista, o carvalho a quatro, o que nunca verdadeiramente foi. Mais um dos equívocos da direita.

Entendi seu “muro”, tanto que no lançamento do Plano Real o apoiei contra meu ideário mais à esquerda e contra o PT.

Entendia o plano como uma transição, aceita pelo Acordo Secular de Elites que permitisse um futuro projeto real de esquerda, contundentes ações sociais que distribuíssem, ao menos, franjas do topo da pirâmide tão rica e concentrada.

FHC e o PSDB seriam a base para tal embrião progressista. Não preciso recorrer à internet para informá-los do histórico. Estaria escrevendo sobre ontem, hoje, amanhã, bem conhecidos.

Só que, hoje em dia, Fernando Henrique Cardoso passou de oráculo a espetáculo, tal o teor de sua entrevista à Época.

Diz sentir “certo mal estar por não ter votado em Haddad contra Bolsonaro em 2018”.

Votou nulo, o que para um sociólogo, dois mandatos como presidente da República, intensa carreira política anterior, me parece um contrassenso.

Alega medo de que o PT, voltando ao Poder Executivo, causaria divisão política e institucional no País, e consequente ruptura na economia.

Parece que não conheceu o preparo de Fernando Haddad, ainda mais quando comparado a seu oponente no segundo turno. Para reconhecido sociólogo e intelectual, não deixa de ser espantoso o tardio arrependimento, não, desculpas, “certo mal-estar”.

Bem, afinal, FHC, hoje em dia, confirma o Barão de Itararé, jornalista, escritor gaúcho e galhofeiro, Aparício Fernando Brinkerhoff Torelly (1895-1971): “De onde menos se espera, daí é que não sai nada” (pesquisem mais genialidades deste brasileiro).

O tucano, na entrevista, vai mais longe e pede de joelhos para que o apresentador de um “Caldeirão” na TV Globo se filie ao PSDB para concorrer nas eleições de 2022.

Aposta em prévias e afirma que João Dória Jr, não está garantido como candidato. Há outros postulantes. Mas quando o racha tucano não foi assim?

Como sabemos, Luciano Huck apresenta todas as características e histórico para um país que clama por um estadista para ressurgir após a destruição promovida por Jair Bolsonaro.

Boa sorte e inté!

Na parte-arte do Blog, graça, beleza, talento de Roberta Sá. E não me venham com machismo, também curto Zecas, Pagodinho e Baleiro, Melodia, mas que ela é gostosa, como negar?

Rui Daher

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