Milícias, por Rui Daher

Precisamos que, independentemente de terem votado nesse ex-militar, político inativo em quase 30 anos, que a nata do PIB brasileiro se insurja contra aquilo que, certamente, terminará em inédito confronto fratricida no País

Milícias

por Rui Daher

Forma-se nas fuças das Forças Armadas um poder, também armado, não institucional, mas a elas paralelo.

É sério. Muito. Poucos são os que se dão conta disso.

As leis propostas pelo presidente Jair Bolsonaro que facilitam a aquisição de armamentos, alguns de uso exclusivo dos Exército, Marinha e Aeronáutica, inclusive produtos capazes de permitir fabricação de explosivos, hoje controlados pelo Exército, são incitação a uma guerra civil para proteção de seu reinado ignaro, economicamente pífio, sanitário indecente, e em nada eficazes, como foram todos seus anos na política.

A considerar seus acordos com o “Centrão” (prefiro “Direitão”) no Legislativo, tudo poderá ser aprovado, assim como tem sido o passar da boiada do ministro do Meio Ambiente (?), Ricardo Salles.

Resta-nos o Judiciário, com seus melhores quadros prestes a saírem para dar lugar aos novos vassalos do Regente Insano Primeiro.

O alerta vem deste blogueiro e colunista menor que entendeu, mas não concordou com o golpe de 1964, e contra ele pôs a vida em risco. Mas, na época, tinha 19 anos.

Não foi o golpe contra João Goulart, porém, tão cínico, como este, Sérgio Moro e Rede Globo na direção. O planeta está mudado, perceberam? São quase 50 anos que obrigam os países não hegemônicos a ressaltar inteligência geopolítica. Onde Golbery, o Itamaraty de Silveirinha, a abertura gradual, logo percebida?

Do golpe atual, depois da Vaza-Jato e das conversas curitibanas reveladas, sei até a página final. Das intenções de Jair Bolsonaro, com a fúria para liberação de armamento, também passei a saber do capítulo final.

Pensadores honestos, intelectuais, já estão percebendo tal porvir.

Não é suficiente. Precisamos que, independentemente de terem votado nesse ex-militar, político inativo em quase 30 anos, que a nata do PIB brasileiro se insurja contra aquilo que, certamente, terminará em inédito confronto fratricida no País.

Vocês, condutores do Acordo Secular de Elites, venham com o Brasil. É importante para que nunca percam anéis ou dedos. Só não deixemos perder nossas pazes, dignidade, soberania e riquezas. Pobres continuarão pobres, ricos continuarão ricos. É histórico. Não temam.

Mesmo que sem o mundialmente ultrapassado modelo neoliberal de Paulo Guedes, com as privatizações, esperem um pouco para novas oportunidades. Elas não demorarão a chegar ao topo da pirâmide.

Depois, para manter intactas as excepcionais instituições democráticas brasileiras, poderão continuar usufruindo da riqueza da Casa Grande.

Os da Senzala continuarão a respeitá-los e obedecê-los. Estes, não têm outra saída.

Ou será que armar a população, como pretende Jair Bolsonaro, será caminho para a libertação brasileira da miséria extrema?

Inté!

Nota: este texto é um aviso aos adeptos de possuir armas, praticarem esportes violentos, frequentarem clubes de tiros, imbecis que se tornam Hulk para pouca apreciação, e se esquecem de conhecer a cultura brasileira. Perdem muito.

Pra aliviar o meu ódio. Um mundo delicado.

Redação

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