O Aleatório Viver por uma Utopia!, por Arnobio Rocha

Muitos e muitas hão de se assustar pelo radicalismo, é parte da vida, essa eterna incerteza do porvir.

As moiras, com o fio da vida Alegoria, por Strudwick, 1885

O Aleatório Viver por uma Utopia!

por Arnobio Rocha

em seu blog

“Se é agora, não vai ser depois; se não for depois, será agora; se não for agora, será a qualquer hora. Estar preparado é tudo” (Hamlet – W. Shakespeare)

Despedida de uma semana em que a CLASSE continuou sendo massacrada pelo Kapital, ainda que nossas pinimbas aqui, nas redes (anti) sociais,  sejam mais esotéricas, teimo em amar a beleza de uma Revolução, como a Bolchevique, pois ela é o ápice da poesia Humana.

A ruptura com os costumes, com os modos burgueses, arcaicos, apodrecidos, mas que, sem ela, a Revolução, viverá por longos anos, décadas, feito um câncer de metástase e recidivas permanentes sem cura, com remédios profiláticos.

Muitos e muitas hão de se assustar pelo radicalismo, é parte da vida, essa eterna incerteza do porvir.

Ora, nunca se está Prontos para o que o virá,  Bem, Hamlet sente um mau agouro na proposta do desafio de Laertes, ainda que pronuncie ‘Estar preparado é tudo”. Nem ele, nem nós estamos, os processos e dinâmica da vida, nos arrasta sempre em dúvidas e vacilações, pois o incerto pesa em demasia.

O mesmo príncipe perdido em seus devaneios filosóficos, das verdades claudicantes diz que Se ninguém é dono de nada do que deixa, que importa a hora de deixá-lo? Seja lá o que for! De certa forma, aqui se trata do destino, aquele fiado pelas Moiras, de quem Homero nos anunciou na Ilíada.

Entre nossas cruéis dúvidas, inação, há um ato coletivo, que no enche de coragem, que é a Revolução, a possibilidade da libertação humana de todos o jugos e amarras, aquela que cortará as correntes de Prometeu, e que o fogo do saber será devolvido aos humanos e, assim, se cumprirá seu destino, não com um, mas como o Todo.

A louca e doce utopia nos lembrará, ainda dos versos do Led Zeppelin

And as we wind on down the road
Our shadows taller than our souls
There walks a lady we all know
Who shines white light and wants to show
How everything still turns to gold

Porque, ao fim e ao cabo, haverá uma escada para o paraíso, nunca sem antes de visitar o Hades, experimentar o rio do esquecimento, quando se acorda do sonho utópico e acorda-se assustado de tudo não passou de um pesadelo do domingo para segunda.

Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo
Da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar

Aos sonhos e à luta, só ela nos faz vivos!

 

Redação

2 Comentários

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  1. A utopia que vivemos é achar que a solução para a humanidade reside em aperfeiçoar nosso modelo de dividir o mundo entre esquerda e direita. A revolução russa, financiada por banqueiros centrais ligados a wall street, jamais se preocupou com o povo russo, se preocupou em tirar a oposição do czar ao estabelecimento de um banco central. Estava certo nesse ponto o czar em resistir, não fosse mais um tirano senhor feudal, poderia de fato ter nascido uma revolução definitiva. Viva Alexandra Kolontaya, viva Pushkin, viva Roza Shanina. Amigos, o problema não é o capital! O problema é acreditarmos no conceito de autoridade. Direitos são inerentes a capacidade humana, não são atribuídos por grupos de psicopatas que formam governos – sejam eles teocracias, ditaduras, comunistas, socialistas ou capitalistas. A única divisão real no mundo não é esquerda-direita, mas sim aqueles que acreditam em liberdade vs aqueles que defendem o conceito de autoridade, e portanto defendem tirania e escravidão. ACORDEM! SAIAM DA DIALÈTICA DIREITA-ESQUERDA, O PROBLEMA É O CONCEITO DOENTIO DE AUTORIDADE!!

  2. “O problema não é o capital, é o conceito doentio de autoridade.”
    Tá bom.
    A autoridade, até onde eu consigo entender, é a consequência natural da conquista do poder. Conquistou o poder, assumiu a autoridade.
    E quem conquista o poder? Não precisa de capital, não?
    Portanto, o conceito de autoridade é filha dileta da conquista do poder, e a conquista do poder é para quem dispõe de capital, próprio ou fornecido por terceiros.
    E os terceiros são movidos por…interesses, e não desejo de poder ou autoridade.
    O problema não é o capital, nem o conceito doentio de autoridade: é o interesse.
    Que importa a Wall Street se os bolcheviques sejam repugnantes ou depravados, se são eles o único instrumento útil capaz de materializar seus interesses?
    Que importa a Wall Street, ou ao Banco da Inglaterra se Hitler avançar sobre a Europa oriental – debaixo do nariz de Chamberlain – se ele é o único capaz de manter a Alemanha longe do domínio dos demônios comunistas?
    E, ao mesmo tempo, que importava a Wall Street, e outros centros financeiros, que Stalin fosse um ditador sanguinário, se havia oportunidades de ouro para investir e criar a indústria de transformação da URSS?
    Que importa que eleger uma alimária presidente da República, se é ele o único capaz de impedir que uma linha de pensamento divergente assuma o poder?
    O interesse humano é tão cego, que a elie de um país se permite considerar um partido moderado, esquerdista no discurso mas social-democrata na prática, como inimigo, por ser suscetível – e apenas isso, suscetível – a discursos e apelos progressistas.
    O problema é o Capital, amigo, é ele que põe toda essa gigantesca roda em movimento, e onde ele vai e conquista seus interesses, criam-se essas autoridades, sejam de direita, sejam de esquerda, sejam de centro: onde houver expectativa de lucro, e onde ele já esteja se realizando, o Capital lá estará, amigo de todos e inimigo dos outros, com todas as suas excrescências: ditadores, populistas, PIGs, etc.
    Não existe conceito doentio de autoridade. A autoridade pode tornar doentes os que eventualmente a exerçam. O conceito não mata nem extermina, o seu mau uso ou interpretação, sim. E esse mau uso, ou má interpretação, é sempre obra – deliberada – de homens, movidos por interesses.

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