O Velho Guerreiro, por Rui Daher

O Velho Guerreiro, por Rui Daher

“Eu vim aqui para confundir, não para explicar”.

A frase é de José Abelardo Barbosa de Medeiros (1917-1988), o Chacrinha, um pernambucano de Surubim que se tornou um dos maiores apresentadores da TV brasileira, em seus Cassino, Discoteca ou Buzina.

Gilberto Gil, o eternizou em “Aquele Abraço”, como o Velho Guerreiro.

Passou pelas TVs Tupi, Rio, Bandeirantes e Globo. Criava bordões inesquecíveis: chamava pela “Terezinha!” e perguntava “Vocês querem bacalhau?”.

Quem o estudou, ou mesmo apenas acompanhou sua carreira, sabe que, partindo de programas de rádio como PRK-30 (1944, de Lauro Borges e Castro Barbosa, nas Mayrink Veiga e Nacional) e Balança Mas Não Cai (década de 1950, de Max Nunes e Paulo Gracindo, nas Nacional e Globo), tudo o que temos hoje em dia de entretenimento de auditório na televisão brasileira, foi copiado de Chacrinha.

Cenários de neon para mal aggiornar das Chacretes às atuais bailarinas do Faustão; das Discoteca, Buzina e Cassino aos atuais concursos de calouros do Huck ou (ajuda aí, Ariano Suassuna), do The Voice Adults&Kids.

O próprio Velho Guerreiro, à época, já admitia: “Na televisão nada se cria, tudo se copia”.

Mas o que me levou a esta lembrança foi WhatsApp que recebi de dileto amigo (não petista e mais galhofeiro do que eu) que mora no Paraná. Respondia a uma crítica que fiz a Jair. Copio.

“O cara fala de manhã, muda à tarde, à noite diz que tudo pode acontecer, de madrugada faz uma reunião com o Malta do João 8:32, e de manhã começa tudo de novo. Nossa sorte é que vai dormir cedo e acorda tarde. Já imaginou se este imbecil trabalhasse 18 horas por dia? Aí só Deus pra nos ajudar”.

Assim me lembrei do genial Chacrinha e de sua capacidade de prever o futuro:

“Eu vim aqui para confundir, não para explicar”.

Pois é, mas o Velho Guerreiro também dizia que “quem não se comunica, se trumbica”.

Aguardo. Antes que ele trumbique o Brasil.

Nota: A 2Piπ Produções Artísticas, dirigida por Nestor, Pestana e o segurança Everaldo, com patrocínio dos fundilhos de George Soros, Xi Jinping e, mais recentemente, Kim Jong-un, sugerem acompanhar as locuções postadas no Facebook por este autor.