Por Stanilaw Calandreli
Comentário ao post “Causo mineiro: as máximas de Claudionor“
Na minha cidade natal havia um inspetor de alunos, no ginásio, conhecido pela alcunha de Sabugo. O apelido foi devido ao fato de ser muito esguio, quando veio para ser o centroavante do time da cidade. Gostou do lugar, arrumou emprego como bedel, casou-se com uma moça nativa e formou sua família. Tinha uma característica impar, trazia todas as respostas prontas na ponta da língua.
No primeiro aniversário de casamento, Sabugo foi a uma loja e comprou para a esposa uma linda camisola toda rendada e a entregou na hora do almoço, dizendo que gostaria de vê-la usar à noite.
Porém, ao sair do serviço, Sabugo passou no boteco de costume e por lá ficou bebendo com os amigos, até uma hora da madrugada, foi quando se lembrou do aniversário. Pediu licença a todos e se mandou para casa.
Era uma noite fria, e ele sem blusa, tremendo bateu na porta e ninguém respondeu. Na terceira batida ele gritou:
— Abra a porta mulher.
Então a esposa respondeu:
— Não vou abrir não.
—Abra logo, que está muito frio aqui fora.
—Problema teu, vai dormir com teus amigos, eu não valho nada para você.
E essa discussão continuou por uma hora, aproximadamente, até que os vizinhos começaram a acender as luzes das varandas e saíram para ver o que acontecia.
— Mulher, abra logo essa porta, porque os vizinhos já se levantaram e estou passando a maior vergonha.
Foi a palavra mágica, a vergonha para com os vizinhos. Logo a esposa abriu a porta.
Ele entrou e reparou que a esposa estava usando a camisola rendada. Ele olhou bem e falou:
— Ei mulher, você está parecendo a torcida do Corinthians, só briga e renda.
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Passado alguns anos, Sabugo arrendou um bar, mas não era um bar qualquer não, era o bar do ponto e tinha três mesas de snooker. O movimento começava cedo.
Ele colocou seu cunhado para cuidar de manhã até às cinco horas da tarde, quando ele saía do ginásio e assumia o bar.
Teve um dia, quando ele chegou, parou na porta e ficou conversando com um freguês. O cunhado ao ver que a conversa se prolongava, gritou:
— Sabugo, venha logo acertar o caixa, porque eu estou com pressa.
Na bucha o Sabugo respondeu:
— Não esquenta a cabeça, meu rapaz. Traga para mim o que você tem no bolso e o que tem no caixa você pode levar.
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