Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Pi – Edição nº 2, por Rui Daher

Por Rui Daher

Pi – Edição nº 2

Neymar, o Execrável. Assim os brasileiros classificam Neymar da Silva Santos Júnior, aí incluídos os que construíram a ruína atual do País e aqueles que tentaram demovê-los da insanidade do Golpe.

Felizmente, nem tudo poderia ser tão ruim assim. Sempre tratados como individualistas, esquecidos “do outro”, incapazes de nos unirmos em causas, justas ou não, politicamente fragmentados em miríades de partidos identitários no zero, paisagistas de bares de chacinas e fliperamas humanos em Vila Madalena, São Paulo, estamos unidos contra Neymar.

Antes servíamo-nos da característica única de vira-latas, hoje em dia, temos um segundo apanágio da união para execrar.

um jogador de futebol, que nasceu em Mogi das Cruzes, fevereiro de 1992. Mudou-se menino para São Vicente e depois para Santos. Em 2003, aos 11 anos de idade, chegou às categorias de base da Vila Belmiro, de onde não saiu até tornar-se profissional e o mundo percebê-lo.

De Mogi das Cruzes, lembro viver atrás de produtores japoneses de hortaliças. Pouco os encontro. Único prazer lá é quando me perguntam se conheço um veneno capaz de exterminar pragas da espécie Kim Kataguirius. Indico coquetel com doses cavalares de arsênio e coliformes fecais.

De São Vicente, o prazer de tomar água da biquinha. De Santos, recente, o fracasso de lançamento do “Dominó de Botequim”, seguido de porre homérico.

Bom e habilidoso, logo se tornou o melhor craque do futebol brasileiro, cobiçado pelo rico e corrupto futebol internacional. Deixou o Santos, foi para o Barcelona e, agora, está no Paris Saint-Germain (PSG). Não se sabe até quando. Quer ganhar mais e ser o melhor do mundo.

Direito seu. Domesticado na Europa, aceitando os preceitos de “professores estrangeiros”, assim como cronistas esportivos brasileiros que, consideravam, seria um fracasso individualista. Mudou o estilo de jogo, assim que viu ter para quem passar a bola.

Em 15 anos de futebol fez o que fez. Em campo, louros e louvores, pelo que o planeta ludopédio paga o que ele quiser. Para o que fala e faz fora dele, não pago pau, mas se alguém fosse denegrir, no momento, teria milhões na fila antes de chegar a ele.

Hoje em dia, a crônica esportiva ou não se uniu contra Neymar. Forma de sair do repetitivo Brasil político, econômico, judicial e social, concentram-se num jogador de futebol. Tinha a obrigação de ganhar a Copa da Rússia para o Brasil, depois de três meses de inatividade, por contusão grave.

Verdade, que o Brasil vencendo ele jogando bem ou não, carregaria as mesmas pechas que hoje pesam em seus ombros. Ganhássemos, e para a esquerda teria sido instrumento de apoio aos golpistas.

É o que o π observa em todas as crônicas esportivas, políticas e, pasmem, culturais.

Depois de três meses inativo devido a uma contusão séria, voltou no sacrifício. Sob Tite, nos amistosos, mostrou o craque que poderia ser. Não o foi, como o Brasil também não o foi.

No mundo capitalista, é assim: europeus hegemônicos e ricos compram barato meninos pobres, entre 10 e 12 anos de idade, do Brasil, América do Sul, África, que certamente serão gênios do futebol, vendidos por mais valia estrondosa. Quando começam a declinar, são trocados ou voltam a seus países de origem. A crônica esportiva os massacra, rebotalhos.

É certo que Neymar, hoje, com 26 anos, logo será escolhido o melhor jogador do mundo, se a paroquial crônica esportiva brasileira, com seus falsos espasmos de seriedade jornalística, permitir.

Na edição nº 1015 de CartaCapital, Mino Carta, em seu editorial, “Brasil Pueril”, recém-chegado de duas semanas fora do Brasil, como sempre, traz observações políticas, gastronômicas ou mesmo futebolísticas, da Itália.

Passa por Neymar: “(…) a extraordinária capacidade de Neymar simbolizar tão explicitamente a nossa patética parvoíce. Ele é o estandarte do país pueril e mesmo ridículo”.

Depois, como todos, para amenizar a agressão, exalta seu talento, seguido de senões e lugares-comuns que o igualam ao que de pior existe no jornalismo brasileiro. E dá-lhe, 1958, 1962 – Pelé um filho, Garrincha fugas da concentração – e aggiornando, cita como bons exemplos (serão?) Modric´, Shaquiri, Hazard, Pogba.

Esqueceu-se de Mbappé e todos os demais negros africanos e cucarachas, naturalizados ou miscigenados Esquece-se de quem, nos Barça e PSG, serviu de garçom aos argentinos Messi e Di Maria e os uruguaios Suárez e Cavani.

A opinião de Mino se multiplica. Juca Kfouri pergunta não haver alguém no mundo capaz de pôr sensatez na cabeça de Neymar. Pena Idim Amin Dada ter morrido.

Agorinha mesmo, Wilson Ferreira, meu colega de GGN, ótimo analista de cinema através de blog independente, publica: “Bolsonaro e Neymar lucram com negatividade antimídia”. Compara-os na parvoíce capitalista.

Dois personagens que ganham força não pelas virtudes (nem que seja para simulá-las) mas pela negatividade”.

Sim, os leitores e leitoras seguirão pela intelectualidade de Wilson, não pelo que faz Neymar no futebol e Jair na política.

“Enquanto Neymar Jr é figurado pela crônica especializada como um “Neymarketing” mimado: cercado pelos “parças”, prefere muito mais ostentar seu poder financeiro do que jogar futebol”.

Prefere mesmo? Não joga porra nenhuma há quinze anos? Tudo o que ganhou foi sonegando impostos, como fazemos todos criando “writing fake companies” (aqueles pagos) para se livrarem dos tributos?

“Neymar é um moleque que se fez, encheu as burras de dinheiro e caiu fora do Brasil. Bem ou mal está na Europa e seu passe vale milhões de euros. Qual jovem não gostaria de um futuro desse?

Eu, sem dúvida. Pena os 73, mas somente Neymar fez e faz isso?

Depois o texto de Wilson Ferreira entra pelas vias de Deleuze, Guattari. tautologias, disfunções sistêmicas, Lucien Sfez, Marcel Duchamp, e a mídia pós-Kennedy/Nixon.

Boleiro que sou, procurarei a USP para cursos de 4ª idade. Por enquanto, saudoso da várzea de Sílvio Luiz, me divirto com os pitacos de Neto, e não perco as Séries B e C, pois sei que de lá, como na agricultura familiar, sairão muitos moleques para alimentar e brilhar na Europa. Como Neymar fez, faz, e mais fará, desde que bem o paguem. Impostos? O Brasil, Messi, e o planeta os sonegam. O popular “por fora”.

Discutia com meu filho: “Porra, esse cara não irá se defender das críticas absurdas que fazem a ele, depois de se adaptar aos estilos de jogo que Barcelona, PSG e Tite os indicaram?”

Quando o fez, o capitalismo entrou junto através de um comercial para a Gilette. Por que não, já que uma empresa a paga. Não é assim que as folhas e telas cotidianas os pagam a sobrevivência, falsos moralistas?

E que se estrepe “a esportiva”, inclusive a ESPN pós-Trajano. Querem Neymar de esquerda, bobões? Maradona só existe um, mesmo assim aproveitou o que podia.

https://www.youtube.com/watch?v=Um_xM1m3Zj8

 

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

7 Comentários

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  1. Seleção feita para a tv lucra

    Seleção feita para a tv lucra com patrocínio, monopólio, corrupção e sonegação, Neymar vendeu, a CBF vendeu, a TV vendeu, e o técnico do Corintians vendeu o Neymar como o novo Pelé. Ficou até feio na telinha.

    1. Xará,

      Não o desqualifiquei, apenas lembrei a todos que El Pibe de Oro, fez das piores, muito mais do que ser cai-cai, e hoje é bem recebido, senta-se em tribunas de estádios, pede Lula-Livre, mantêm Che tatuado no braço e, quando a porca mídia (miséria) encheu-lhe o saco, saiu atirando, literalmente.

      Não peço o mesmo de Neymar e seu sorriso infantil, que não casa com olhos esbugalhados de ódio de Maradona. Peço que respeitem seu valor como futebolista e o que pagam por esse valor.

      O Pi veio para isso. Quase como o Pi(be).

      Abraços. 

      1. O melhor de cada um nao êh seu sorriso infantil, êh seu odio
        Em A Flor e a Náusea, o Poeta diz:
        O meo odio êh o melhor de mim
        Com ele me salvo
        E dou a poucos uma esperança minima

  2. MONOPÓLIO GÂNGSTER DO FUTEBOL. CADÊ O CADE?

    (bobo: perfeito). Então EMPATite virou gênio. E filósofo. E MetroIntelectual. Claudio Coutinho já fizera o papel. Onde existia Minelli, Brandão, CASilva, Enio Andrade,… Mas a máfia inventara também Parreira, Lazzaroni, Dunga, Zagallo. Quem não serviu para a Seleção foi Leão, Luxemburgo. Copa América, das Confederações e RGT inventa o gênio. O último mediocre na Copa da Russia não era o”Einstein” até ontem? Quanto a Neymar. É Gênio. Mas quem inventou o cai-cai? Não foi a própria RGT? Não foi o Galvão? Futebol sem drible, sem ‘malandragem’, sem brasilidade, sem expontaneidade, sem espetáculo. Futebol nivelado por baixo. Alguém acreditava que os Gângsters do Monopólio do Futebol ‘levantariam a bola’ de um Jogador do Santos? Para relembrarem Pelé? Para a consagração da Camisa 10? Das duplas geniais e inesquecíveis? Faz Me Rir. A marca desta gente e deste período são dois Pés Duros. Os Banheirinhas da camisa 9 Romário e da camisa 11 Ronaldo Gordo. E o sumiço da Camisa 10. Dirão que foi o período mais vencedor e prospero da Seleção. Lembram porque Fenômeno? Lembram da foto em degradê? Era a nova encarnação de Pelé. Gordo e Pelé? Viagem igual só com muito pó, não é mesmo Aécio?!! Diz aí Andréia Albertini? Ficamos sem Neymar e Ganso. Sem Robinho e Diego. Sem Giovanni, outra 10 espetacular do Peixe, que ‘sumiram’ com ele. Daquele time fantástico de Robinho e Diego, deveriam ter sido titulares da Seleção Léo, Renato, Elano, Alex. E outros três ainda poderiam fazer parte do elenco. Robinho teve chance porque era Extraterrestre. Sobrou para nós Galvão, o estilo Dunga de jogar e um monte de ‘Fessor’ que reinventar o projeto Zagallo de retranca. Coisas de Monopólio. Diz aí Sanchés: “Os caras são gângsters mas são meus amigos”. Precisa dizer mais alguma coisa?

    1. Não Zé Sérgio,

      não precisa dizer mais nada. RGT é uma máquina de moer carnes, cozinhá-las e, finalmente, deglutirem-nas ou as vomitarem no exterior. Você disse tudo. Um abraço e o Pi veio para isso. Denunciar quem são nossos donos, à direita e à esquerda.

      Abraços

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