Salve, caboclo!, por Maté da Luz

Nasceu índia, como todas as pessoas daquela época.

As amarguras corriqueiras – algumas nem tanto assim – arrancaram os penachos que a enfeitavam. Entretanto, para cada batalha, uma marca na pele: a representação cultural de que algo acontecera na alma.

O Sol, as luas, a força mística e a beleza da vida entoaram um belíssimo coro de chamado: seja. Simplesmente seja.

E a índia subiu, então, na cachoeira mais alta e, com ajuda das águas mais cristalinas, foi. Lançou-se em queda livre.

Livre de julgamentos, do peso e da dor, banhou-se naturalmente de si mesma para recuperar as forças, os focos, a fé.

E então a menina-índia dos cabelos negros pode assim, e só assim, afirmar com o coração aquilo que o Universo havia pautado para si: eu sou.

Munida de flechas de ponta vermelha, o corpo pintado de amor, corre como onça brilhante, hoje gritando silenciosa e firmemente aos quatro ventos pelos cantos e por todo o mundo: sejam todos, seja cada um. 

 

Mariana A. Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador