Por Mestre Yoda
Quando, em 1968, o Women’s Liberation Movement organizou o “Bra-Burning”, ou a queima de sutiãs, em Atlantic City, nos EUA, criaram um ato simbólico importantíssimo, um marco histórico na luta contra a opressão das mulheres que, hoje, quase 50 anos depois, persistem nesta importante batalha, na qual, sob resistência dos machistas obtusos, obtiveram muitas conquistas e galgaram importantes passos rumo à superação das desigualdades de gênero.
O movimento feminista, que sempre contou com o apoio de homens sensíveis e solidários à causa, em 2015, teve, na sugestão do conhecido blogueiro Leonardo Sakamoto (ainda que tal sugestão seja dada, por ele, desde 2012), uma alternativa equivalente para ser aplicada aos homens feministas: a queima de cuecas. O André de Moraes foi o primeiro que pulou: tô dentro!
E foi neste sábado, 7 de novembro de 2015 que o Coletivo Sambaqui e o Movimente-UFAM reuniram-se para queimar cuecas e celebrar uma nova masculinidade… quer dizer… a intenção inicial era essa, até que nossa passista titular, nossa diva Maria Moraes questionou: pra que uma nova? Porque é que masculinidade é algo que tenha que “renascer”, queimemos logo esta porra de uma vez!
Nesse clima então procedeu-se a histórica queima de cuecas na sede de nossa parceira Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA), já quase a sucursal do Sambaqui! E estavam lá, desde o início, cueca em punho, André de Moraes, Elder Araújo, Júlio César Chaves e Welton Oda, oferecendo sua roupa íntima como combustível para uma fogueira, que esquentou a noite úmida e nublada, cheia do sereno-veneno da madrugada!
E assim, [email protected], pagaram parte da dívida histórica que o samba tinha com o feminismo. Este movimento cultural que produziu “Mulher Indigesta” (Noel), “Na subida do Morro” (Morengueira) e outras composições que retrataram a violência contra a mulher na história do Brasil, hoje faz seu mea culpa e queima cuecas.
E viva o Sambaqui! (Foto de Susana Cláudia)
P.S. Só para o registro que virou nossa tradição: a revelação da noite foi, claro, o Dalton Nunes!
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Rodrigo Arantes Melo
- 2015-11-11 11:46:12Amélia Bloomer
Bloomer é roupa esportiva numa livre tradução, sabe porque? A luta feminista é feita de erros e acertos...muito antes de nossas mães queimarem seus suitãs, essa advogada americana tocou o terror queimando suas anáguas vitorianas para subir na bicicleta, esse intrumento lindo, muito importante nas questões da autonomia feminina na virada do séc. 19, e Bloomer o virou sinônimo já secular de roupa esportiva...Queimar sutiãs foi emblemático, mas um erro quiemar o melhor amigo do peito...
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Ivan de Union
- 2015-11-11 12:39:22Pra nao mencionar Mae West.
Pra nao mencionar Mae West. Presa por "indecencia" ela causou um escandalo processando a prisao por nao lhe oferecerem "items sanitarios femininos", diga se, absorventes.
Ganhou a causa, claro.