Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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As inesquecíveis composições carnavalescas do começo do século 20

Temos, no fim do século XIX e no início do século XX, uma gama de excelentes composições carnavalescas, quer sejam marchinhas, sambas, cateretês e até mesmo valsas. Quase todos os gêneros musicais eram entoados nos velhos carnavais e a razão disso era exatamente o excelente nível dos compositores e intérpretes que se dedicavam ao carnaval, primando pela emoção e bom gosto, tanto nas melodias quanto em suas respectivas letras.

Chiquinha Gonzaga, Donga, Sinhô, Pixinguinha, Eduardo Souto, Lamartine Babo, Noel Rosa, João de Barro, Freitinhas e ainda uma infinidade de compositores nos legaram composições que serão lembradas, tocadas e cantadas por todos, enquanto existir carnaval.

Não estou fazendo apologia desse período em detrimento de nenhum outro. Na segunda metade do século XX fez-se também excelente música carnavalesca. Cito como exemplo Máscara Negra, Bandeira Branca e Bloco da Solidão. Apenas pincei esse período no intuito de revivermos juntos os velhos e bons carnavais de outrora.

À medida do possível, trarei vídeos com as gravações originais, porém faço algumas exceções, tanto por não possuí-las todas, quanto porque, às vezes, as gravações originais são incompletas ou tão somente instrumentais, como é o caso do ABRE ALAS.

Segundo o pesquisador Samuel Machado Filho, o “Dobrado carnavalesco”, aliás, marchinha, que se constituiu no primeiro grande sucesso do carnaval brasileiro. Foi composta em 1899, a pedido do Cordão Rosa de Ouro, que ensaiava nas proximidades da residência de Chiquinha Gonzaga, e incluída na peça de costumes cariocas “Não venhas”, encenada no Teatro Apolo. Este registro das irmãs Batista, feito na RCA em 1971 para a série de discos e fascículos “História da música popular brasileira”, da antiga Abril Cultural, é o primeiro e definitivo em versão cantada, já que até então apenas trechos da música haviam sido gravados.

Bem, já escrevi demais: ABRAM ALAS QUE EU QUERO PASSAR!

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

43 Comentários

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  1. Marchinha moderna

    Marchinha inscrita no Concurso Mestre Jonas 2014

    https://www.youtube.com/watch?v=e02a7rhga1U#t=107

    Cifra G6 Am7
    Deixaram o Pó Royal cair no chão D7 G6 D7
    em pleno baile de carnaval G6 E7 Am7
    achei que ia rolar a confusão D7 G6 D7
    mas a turma achou legal. G6 E7 Am7
    O pó chegou voando no salão D7 G6 D7
    que farra sensacional G6 E7 Am7
    deu até notícia na televisão D7 G6 D7
    virou Baile do Pó Royal. G6 E7 Am7
    O pó rela no pé
    D7 G6 D7
    o pé rela no pó G7 E7 Am7
    O pó rela no pé D7 G6 B˚
    o pé rela no pó C7M Cm7 Bm7 E7
    Esse pó é de quem tô pesando? Am7 Bb˚ Bm7 E7
    Ah é sim, ah é sim Am7 D7 Dm G7
    Você sabe eu tambem sei cor C7M Cm7 Bm7 E7
    Ah é sim, ah é sim Am7 D7 G6
    Não espalha que vai ser melhor

     

  2. Q estranho, conheço uma letra diferente p/ a música das andorinh

    O estribilho é o mesmo (Vem morenhinha/ vem tentação/ nao andes assim tao sozinha/ que uma andorinha nao faz  verao). Mas o resto da letra é diferente: Vem meu amor/ deixa de medo/ que o amor é uma espécie de brinquedo/ se acaso nosso amor terminar à luz do dia/ eu rasgo a minha fantasia. 

    E só mesmo o Luciano para vir com uma delícia de tópico como este! 

    1. Anarquista Antenada!

      Gosto muito de teus comentários, amiga Analu, porque mostram que prestaste atenção às músicas, às letras e isso me é extremamaente gratificante.

      Eis a explicação, que consta da descrição do vídeo, no youtube:

      Uma Andorinha Não Faz Verão. Música de João de Barro, o Braguinha, gravada por Alvinho, do Bando dos Tangarás, em 1931, com letra original e na íntegra. Em 1934, a pedido de Lamartine Babo, o autor, Braguinha, concordou em diminuir e mudar a letra da “Andorinha”, que se tornou sucesso dos carnavais brasileiros. Vale a pena fazer-se justiça à Alvinho, pela beleza de interpretação. Fato marcante na trajetória musical de Alvinho foi sua recusa em receber remuneração por sua participação no Bando dos Tangarás, pelo fato do enorme prazer que sentia em fazer boa música. Raridade. Letra Original: No beiral azul de meu telhadoFizeste um dia o teu ninhoAndorinha de asa pretaAlegraste o meu caminhoE eu que andava sempre tão tristonhoEu que andava tão sozinhoDei-te um abrigo em meu tetoTu me deste o teu carinho  Vem moreninhaVem tentaçãoNão andas então sozinhaQue uma andorinha não faz verão  Mas um dia veio um rude invernoFicou tudo enevoadoE com o frio tu deixasteO beiral do meu telhadoE na curva azul de um céu distanteProcuraste um outro abrigoEsquecendo esta saudadeQue hoje mora aqui comigo  Mas se um dia o inverno da saudadeDeixar teu ninho orvalhadoVolta de novo andorinhaPara o vão do meu telhadoFaz teu ninho dentro de meu peitoE querida moreninhaNunca mais terás invernoNunca mais serás sozinha  Abração do luciano 

          1. Esta é outra letra belíssima

            Um dos meus “sambas” tristes de Carnaval  (sejam ou nao sambas… rs) . E eu nao conhecia o finalzinho da letra (o pedaço sobre a compra da fantasia de Pierrot); aliás gosto mais sem ele, parando no “O pranto é livre e eu vou desabafar”. 

          2. E este tem tb o ” Ride palhaço” , muito boa.

            No pout-pourri que eu cantava de criança, Vem Moreninha vinha depois de Nós somos todos do Jardim de Infância, tb ótima. 

        1. E obrigada, Luciano.

          E obrigada, Luciano. Realmente letras têm muita importância na minha apreciação de canções. 

          Anarquista Lúcida

          então vc vai delirarr! com estas “marchinhas” de carnavais passados a limpo que o grande pesquisador luciano passou batido nas suas canções inesquecíveis de todos os carnavais:

           

          [video:http://www.youtube.com/watch?v=7AdorREawWQ%5D

           

          [video:http://www.youtube.com/watch?v=a8uroMUjElY%5D

           

          1. Sao 2 clãssicos. Porém racistas. Prefiro lembrar de outros

            Nao vejo motivo para reviver esse tipo de coisa, nem “Cabeleira do Zezé”, nem mesmo “Essa mulher há muito tempo me provoca|”, por mais Noel que seja. 

            E lembrar de todas as marchinhas é quase impossível. Uma vez houve um tópico no Brasilianas com 3 vídeos, de cerca de meia-hora cada, com marchinhas dos anos 20/30, 40 e 50. Mesmo assim nao incluía todas… 

          2. Grande Pesquisador…

            JC.Pompeu,

             

            Sou apenas uma pessoa comum, que gosta de boa música e de dividí-la com quem quiser ouvir. Jamais disse ser pesquisador ou coisa do gênero, até porque odeio rótulos. Eu tive um professor na Faculdade de Direito que sempre brincava ao dizer: Não queiram ser procuradores não. Procuradores já existem muitos. O melhor é serem Achadores… Assim afirmo eu, não sou e não quero ser chamado d pesquisador, muito menos grande… Sou tão somente um amante da boa música e um achador de primeira. Lá isso eu sou e bato nos peitos…

            Outra coisa: Não passei batido não. Na gama de composições carnavalescas do século passado seria ingênuo até um “Grande Pesquisador” que ousasse querer exaurir um tema em um post que, como você pode perfeitamente ler, teve o escopo  tão somente de reviver em conjunto as músicas de velhos carnavias…

            Saudações do luciano

             

             

          3. caro luciano é modo de dizer

            caro luciano é modo de dizer que é um conhecedor prazeroso dedicado de música brasileira aqui no blog

            claro que não passou batido na grande variegada produção anual de músicas e marchinhas de carnaval catalogadas desde as origens do carnaval brasileiro.

            eu só quis render homenagens graciosas ao bom gosto seletivo da anarquista lúcida

             

  3. Delícia de Post

    Luciano, assino embaixo com a nossa amiga AnaLu. Que delícia! Já está nos meus favoritos.

    Estamos esperando muito mais. Mãos a obra rsrsrrs.

    Abraços.

     

      1. É impressionante o número de marchinhas d Carnaval sobre cachaça

        Turma do Funil, Você pensa que cachaça é água, Tem nego bebo aí, Eu nao sou macaco mas eu gosto de banana (e nao sou moenda, mas eu gosto de uma cana), essa duas que vc postou aí, e devo estar esquecendo outras… 

  4. Sou bisneta do Sinhô. Me

    Sou bisneta do Sinhô. Me lembro que minha avó, sua única filha, falava dele com uma ponta de mágoa por ele ter sido um pai ausente. Por outro lado, dava pra notar que ela tinha orgulho dele, o retrato dele ficava pendurado na parede e ela sempre ouvia um LP com as músicas dele. Eu não me lembro dela colocar nenhum outro disco para ouvir. Quando eu botava o Led Zeppelin no volume máximo, ela gritava lá da sala que eu era maluca e que, se não abaixasse o som, ela ia “varejar” a vitrola pela janela.

    1. Grande prazer, Chris!

       

      Acho que sua avó tinha lá suas razões. Sinhô, com a vida agitada que levou, tanto por compromissos quanto por boemia mesmo, deve ter sido ausente sim. Ainda assim deve ter sido pai amoroso, senão ela não o recordaria sempre através de suas músicas. Você deve orgulhar-se sobremaneira por dele ser neta. Sinhô é um ícone na nossa música e isso é reconhecido por gregos e troianos. 

      Abraço do luciano

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=dcVpL-aBR0g%5D

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=YNyd1ThukvM%5D

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=sa2V66Kir_Y%5D

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=_-yzXRnHgG0%5D

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=DyDlGpH8kNA%5D

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=KeSRSgZP9rQ%5D

  5. E dia de risos e flores/ todos folgam so eu não…

    Que beleza, Luciano. Também sou mais uma admiradora das marchinhas e do carnaval. Gosto do carnaval mais leve, de salão ou de pequenos blocos de rua. Em breve faremos o ‘baile das serpentinas’ para as crianças franco-brasileiras (todas são bem-vindas) que frequentam a associação Saci Pererê, e vou incluir algumas dessas marchinhas que nos presenteastes. Ja antevejo que não serão apenas as crianças fantasiadas que cairão na folia. Se der, depois envio uma fotita dos curumins.

    Abraços.

  6. Luciano vc teria aqueles
    Luciano vc teria aqueles frevos do tipo “alo getulio”, coisas lindas que tocam no carnaval do recife.
    Alias recife em breve chego por ai.

  7. Amigo luciano, os frevos de

    Amigo luciano, os frevos de salão são os melhores, como madeira do rosarinho, hino do elefante, eita carnaval saudoso… praça do arsenal e mercado da boa vista to chegando!!!

  8. Hino do elefante de olinda

    Luciano “hino do elefante de olinda” é outro frevo ou hino, lindo da linda Olinda….rsrsrsrs

    ps. não sou pernambucano, mas amo frevo de salão.

  9. Luciano caba da peste, como
    Luciano caba da peste, como dizem os sergipanos, estes frevos são otimos…
    Assim ja vou treinando pra cair na folia.
    obrigado.

  10. Como as aulas, aqui no Rio,

    Como as aulas, aqui no Rio, serão iniciadas antes do Carnaval, resolvi que esse ano farei algo diferente e trabalharei com a garotada exatamente as marchinhas de Carnaval. 

    Minha expectativa é que a moçada se empolgue e descubra o valor que essas composições tem.

    Estou pensando, inclusive, em sugerir como atividade que as turmas criem suas próprias marchinhas.

     

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