As vencedoras do Carnaval 2020 em São Paulo e no Rio de Janeiro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Águia de Ouro fala da importância do saber; Viradouro homenageia Ganhadeiras de Itapuã

Jornal GGN – A resistência da cultura popular mostrou força nos desfiles de Carnaval nas cidades de São Paulo e no Rio de Janeiro. E os enredos vencedores, que exaltaram o saber e a força da mulher negra, são lembretes de que a resistência em tempos difíceis se faz necessária.

Em São Paulo, a Águia de Ouro ganhou seu primeiro título no Grupo Especial com o enredo “O Poder do Saber – Se Saber é poder… Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

“O saber que liberta e transforma Abre portas, desata nós e amplia horizontes. Projeta o amanhã, transformando aprendizes em mestres, educando e dando sentido a um mundo novo”, diz a escola na apresentação de seu enredo.

O educador Paulo Freire foi uma das principais referências para a formulação do samba da escola. Tanto que, em um dos carros alegóricos, foi possível ver a frase “Não se pode falar de educação sem amor. Viva Paulo Freire!”. Um recado claro sobre a importância da educação para a formação de uma sociedade saudável, principalmente em um país cujo presidente o elegeu como um de seus principais inimigos – lembrando que Jair Bolsonaro chegou a chamar Paulo Freire de “energúmeno”. O que não deixa de ser irônico.

No Rio de Janeiro, uma apuração disputadíssima deu o segundo título para a Unidos do Viradouro depois de mais de 20 anos. A escola de Niterói homenageou o grupo musical baiano As Ganhadeiras de Itapuã, apresentando a história, cultura e tradição nascida dos cantos, danças e crenças das lavadeiras do litoral da Bahia.

O desfile da Viradouro destacou a força do trabalho e a importância ancestral da mulher negra – e o refrão “Ó mãe, ensaboa mãe, ensaboa, pra depois quarar” foi entoado a plenos pulmões pela Sapucaí.

“O Brasil de hoje revela a voz de outras mulheres que, em consonância, ritmam o trabalho e o sustento de suas vidas. Elas são de verdade! Sou um pouco de mim, em uma falange de nós. Pertenço à quinta geração das ganhadeiras históricas que remetem à saga de nossas avós, de nossas mães e de outras Marias que contribuíram para a fortificação do povo brasileiro”, diz a sinopse do enredo, a partir de testemunho de Maria da Paixão dos Santos Anjos, ou Maria de Xindó.

https://youtu.be/xBqTqZQEznc

2 Comentários

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  1. Tatiane sintetiza bem as histórias carnavalescas das duas escolas premiadas. Especialmente sobre a escola vencedora do carnaval de São Paulo, a Globo, em seu Jornal Hoje (26.02.20), deu destaque ao feito da escola, porém com um detalhe interessante: falou de todas as alas, mas se calou sobre a ala que destacou o papel de Paulo Freire. Para a globo essa ala não existiu. Esse me parece ser um problemão para o Brasil, maior até que o ignóbil que atualmente ocupa a presidência da república.

  2. Teoria da conspiração do resultado no carnaval das escolas de samba do Rio.
    É só mais uma teoria da conspiração: A G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio liderou em OITO dos nove quesitos em julgamento. Empatou no total, após descartes das notas mais alta e mais baixa, com a G.R.E.S. Viradouro.
    Com isso vai-se para o primeiro critério de desempate, a nota de HARMONIA. Aí novo empate entre as duas. “Entonces” vai-se para o SEGUNDO critério de desempate que é o de EVOLUÇÃO.
    Aí que entra a teoria da conspiração e como dizia um grande “Quarioka” TODA UNANIMIDADE é BURRA… TODOS os cinco “jurados” deram a nota 9,9 para a Grande Rio e tornou a Viradouro campeã do carnaval carioca de 2020.
    Eita……..

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