Por Jorge Furtado
Alô Nassif
Estou na corrida por aqui, entrando em produção e sem muito tempo para escrever, mas sou leitor diário do blog e, convocado, dou alguns palpites.
O cinema brasileiro e latino-americano está melhorando, eu acho, mas para uma discussão estética, pura subjetividade, o tempo e o espaço são curtos. O certo é que há muitos bons filmes, de vários gêneros. Foi-se o tempo em que todos eram parecidos, destinados a um público reduzido que via filmes brasileiros enquanto a imensa maioria ignorava completamente a sua existência. (Exceções: os filmes diretamente ligados à televisão – Trapalhões, Xuxa – ou ao rádio – chanchadas da Atlântida – e as pornochanchadas.)
A maior dificuldade hoje é convencer o público a ver os filmes nas salas. A média de espectadores por filme, excluindo-se três ou quatro lançamentos de sucesso por ano, é baixíssima. Esta dificuldade tem, acredito, muitas causas.
Estamos produzindo cerca de 80 filmes por ano. Considere que menos de 10% da população vai ao cinema (pelo menos uma vez por ano) e que os lançamentos estrangeiros são muito, poderosos, milionários, enfim, tudo o que já se sabe. O ingresso é caro, média de 5 dólares. Quando Dona Flor fez mais de 12 milhões de espectadores o ingresso custava 50 centavos de dólar, dez vezes menos.
Além da briga desigual de mercado, a dificuldade para encontrar um público também tem raiz nos filmes: se o público não se interessou por eles é bom ao menos considerar a hipótese de que eles sejam mesmo desinteressantes, em grande parte destinados ao restrito público dos festivais (um por dia, um por semana só na França) e pré-estréias. Filmes com menos de 50 mil espectadores, não importa quão barato tenham custado, não pagam nem as cópias e cartazes de seu lançamento nas salas.
Sobre o público dos filmes, vão por mim: não acreditem em números citados em entrevistas. Visite o site da Ancine, vale o que está lá, o resto é chute.
http://www.ancine.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=3010&sid=804
Exibidores se queixam, com bastante razão, que os cineastas, que têm sua produção bancada por subsídios, não se preocupam se o filme terá público ou não. Eles, exibidores, precisam de salas cheias para pagar salários e a conta da luz.
Em tempo: acho fundamental o subsídio (via isenção de impostos, com dinheiro destinado através de concursos públicos e rigorosa fiscalização de seu uso) para a produção dos filmes. Quase todas as cinematografias do mundo desapareceriam sem os subsídios (França, Inglaterra, Alemanha, Espanha…). Possíveis exceções: Estados Unidos e Índia. Leio frequentemente nos jornais opiniões exaltadas contra as isenções fiscais para a produção de cinema. Esquecem, os jornais, de dizer que eles desapareceriam imediatamente sem as suas gigantescas isenções fiscais (imposto de renda, papel, etc…) e sua reserva de mercado (os proprietários de jornais tem que ser brasileiros).
Há um mercado crescente para a produção audiovisual, longe dos circuitos das salas, internet, tevê, dvds, mas a remuneração ao produtor ainda é baixa.
Os filmes que passam na televisão acabam chegando ao grande público, o que é bom, e outros lançamentos podem ser vistos em dvd ou na internet, mas a produção de cinema, para ser exibido nas salas, como nós a conhecemos, está numa sinuca de bico.
Qual a saída? Não tenho a mínima idéia. De minha parte, voltar ao serviço e tentar, como sempre, fazer o melhor possível.
E parabéns pelo blog.
Abraço
Jorge Furtado
xx
Sobre a Casa de Cinema de Porto Alegre, visite o nosso site: http://www.casacinepoa.com.br
Aqui vai parte do texto de apresentação:
Breve histórico da Casa
A Casa de Cinema de Porto Alegre foi criada em dezembro de 1987, por um grupo de cineastas gaúchos que já trabalhavam em conjunto desde o início dos anos 80.
Em sua primeira fase, a Casa foi uma cooperativa de 11 realizadores, reunidos em 4 pequenas produtoras, que passaram a ter um espaço comum para trabalhar a distribuição dos filmes já realizados e o planejamento e realização dos próximos projetos.
A Casa
A partir de 1991, a Casa de Cinema de Porto Alegre se tornou uma produtora independente, com 6 sócios, permanecendo o espírito cooperativo e a intenção de continuar contribuindo para a difusão dos filmes produzidos pelo grupo original.
Em seus quase 20 anos de existência, a Casa produziu dezenas de filmes e vídeos, mas também programas de televisão (especiais e séries), cursos de roteiro e de introdução à realização cinematográfica, fórums de debates e programas eleitorais para TV.
A Casa
Entre nossos parceiros e clientes estão emisssoras de televisão como as brasileiras TV Globo e RBS TV, o Chanell 4 inglês e a ZDF alemã, as Fundações Rockefeller e MacArthur, as distribuidoras Columbia e Fox, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Lembro o fraco desempenho nas
Lembro o fraco desempenho nas salas do lindo filme “O ano em que meus pais saíram de casa”. Esse que foi o filme brasileiro que concorreu a uma vaga de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar.
Na época da possível escolha de “O Ano…” para o Oscar, falou-se em passar o filme novamente nas salas de cinema, devido à publicidade.
Não lembro se essa ideia vingou.
Mas pra quem se liga em algumas produções nacionais, bons momentos são garantidos.
“Qual a saída? ”
Para mim,
“Qual a saída? ”
Para mim, cinema brasileiro é igual ao basquete brasileiro: falta talento. É claro que tem exceções, mas se houvesse busca de opções, busca de variedades, abertura para oportunidades a um número maior de profissionais, com certeza teríamos a descoberta e o aproveitamento de talentos e a profissionalização devida.
Os próprios atores (até mesmo “globais”) e diretores reclamam das panelinhas, do clubinho fechado. Nada contra, mas gerações (verdadeiras castas) de diretores, produtores estão aí trabalhando e não há uma melhora, não há talento em si, por mais subsídio que se tenha.
Nassif, agora na TV Brasil,
Nassif, agora na TV Brasil, você poderá conviver e conversar com uma das pessoas que ajudaram na criaram das recentes (pós-2003) políticas de audiovisual do Brasil, o Leopoldo Nunes.
Ele poderá fazer um depoimento importante sobre a criação da ANCINE e as resistências que foram encontradas na ocasião.
Abraços, Gustavo Cherubine.
Um grande filme brasileiro, O
Um grande filme brasileiro, O Principe” de Ugo Giorgetti, ficou algumas poucas semanas em cartaz e sumiu, anos atrás. Da maior qualidade, com roteiro e atores excelentes, além da grande direção do autor de “Boleiros”.
Talento é o que não falta.
QUANDO leio que o filme ”SE
QUANDO leio que o filme ”SE fosse vc 2”9 um horror) arrecadou 39 milhões e dão ênfase a essa quantia,como posso acreditar no cinema brasileiro.
Uma produção de médio porte do cinema amaericano ultrapassa o arrecado no ”sucesso” de um filme nacional.
Dizem que a palavra NUNCA é muito tempo.No caso da comparação do cinema brasileiro com o americano, a palavra NUNCA é pouco tempo.
Que os ufanistas não fiquem chateados.Só escrevi a verdade.
Sem sapatadas em mim, hein?
ps: Já basta o Galvão Bueno de ufanista.E nem vou escrever que ele é um globista que se passa por ufanista.( por meros interesses)
Não vou escrever isso, não.
por que no futebol o
por que no futebol o americano nunca irá superar o brasileiro?
por que um negro se destaca em quase todos os esportes,menos a natação?
E por que os negros ganham todas as corridas de maratonas e etc?
por que…por que…por que…
Não há resposta plausível pra isso.
Assim como se todo o dinheiro do mundo fosse dados aos cineastas brasileiros,não iriam superar os americanos.
O mundo é dividido em talentos.Cada um na sua.
É enigmático? É.
E que assim seja.
Que o cinema latino-americano
Que o cinema latino-americano está melhorando eu não tenho dúvidas. Tirando a Argentina, que sempre teve tradição de bom cinema, começam a aparecer bons filmes chilenos (muitos), mexicanos, peruanos, uruguaios.
Quanto ao cinema brasileiro, discordo do Jorge Furtado. Até existe uma pequena melhora qualitativa e uma pequena variação de gênero, mas muito pouca pela dimensão do país e do público. Filmes como “O dia que meus pais sairam de férias” ainda são raridades num mercado coalhado de estética xique-xique, favela, novela de época.
Sem falar q
Sem falar que a qualidade
Sem falar que a qualidade técnica ainda deixa muito a desejar, principalmente o som. Ás vezes sinto falta de legenda para entender alguns filmes brasileiros.
Acho que depois de Ilha das
Acho que depois de Ilha das Flores o cinema brasileiro adquiriu uma linguagem propria que refletiu os movimentos sociais do periodo…Por isso, eh historico, um corte importante…
Parabens ao furtado e, por extensao, a essesw que criaram a casa e a paulo jose, que sempre me emociona com suas narracoes e interpretacoes…
Eu considero que o Brasil
Eu considero que o Brasil possa ser muito bom de cinema e basquete.
No basquete americano, vemos negros musculosos, que jogam com força, com vontade. Não temos negros com perfil para jogar basquete? Temos sim, basta oportunidade.
No cinema também temos diretores, produtores e roteiristas “musculosos”, com capacidade para inovar, usar nossa indústria de profissionais de maquiagem e produção do carnaval, criar, ousar, fazer diferente, basta oportunidade, abrir as portas do clubinho.
O cinema brasileiro é fraco,
O cinema brasileiro é fraco, se é que ele fraco (pois o caso é que temos pelo menos uma dúzia de obras-primas absolutas desde os anos 30, de Ganga Bruta a Terra em Transe), não é por causa do “cinema”, mas do “brasileiro”. Somos uma droga como país, não necessariamente como pessoas ou artistas. Como disse, temos uma dúzia de gênios aí na história do cinema nacional, partindo da poesia crua de Humberto Mauro, passando pelo cinismo de um Ruy Guerra no começo até a apoteose de um Glauber no melhor da forma e agora com a competência de um Meirelles ou de um Walter Salles (e, por que não dizer, de um Jorge Furtado). O problema é que não temos método ou disciplina ou sei lá o que para garantir uma continuidade e manter um ritmo bom. É simplesmente como somos do ponto de vista espiritual, ou, para os menos poéticos, é o grande defeito do nosso ethos, perceptível inclusive naquilo que fazemos melhor, como o futebol (por que os argentinos nos batem quase sempre na Libertadores?). Mesmo os grandes, os nem tão grandes ou os simplesmente competentes ( ou mesmo os muito loucos, como o Sganzerla) dão uma prova disso. Difícil é ver alguém fazer dois filmes realmente bons ou simplesmente uniformes um atrás do outro. Foi assim com Glauber, com Roberto Santos, com Roberto Farias, realizador de alguns bons filmes na década de 70, com o Cacá Diegues (criador do ótimo “Deus é brasileiro” e, apenas um par de anos antes, perpetrador daquela coisa chamada “Orfeu”), agora com o Meirelles, enfim, com todos, salvo as exceções que sempre podem existir. Alguns de vocês vão rir, mas acho que o único diretor de cinema verdadeiramente regular (no sentido em que estou usando o termo) na história do cinema braasileiro é o Bressane. É incrível a consistência da criação dele, principalmente nos anos 60/70 (“Matou a família”, “O anjo nasceu”, etc.). Como diz o anarquista, simplesmente não sei o que acontece. Mas, ao contrário do que pensa ele, essa história de que brasileiro não sabe fazer cinema da mesma forma que americano não sabe jogar futebol é pura cascata e falta do que dizer. Ausência de cultura cinematográfica (ou sensibilidade, por que não?) e reflexão. Nosso problema é de outra ordem, embora tão misterioso quanto. Mesmo a realidade de uma indústria (80 filmes por ano não podem deixar de ser uma indústria. Acho que só os EUA e a Ìndia, salvo engano, filmam mais do que a gente) não nos livra dele. Outra coisa: não é verdade que os filmes nacionais padeçam de deficiências técnicas. Isso, pelo menos, definitivamente acabou, segundo me parece. Os últimos filmes com som inaudível que eu assisti datam de 96, 97, e hoje pode ter certeza de que qualquer curta de faculdade, por mais fuleiro que possa parecer, desfrutou do que melhor as tecnologias audiovisuais tem a oferecer. Temos, sim, problemas, e graves, de roteiro e por vezes de interpretação (devidos principalmente à falta de imaginação na escolha dos autores: pensar que um rematado canastrão como Murilo Benício virou referência no cinema nacional, é duro…). Padecemos sobretudo de uma estupidez generalizada que impede grande parte dos realizadores ou potenciais realizadores de reconhecer uma boa idéia quando é colocado diante dela. Mas mesmo isto, Deus me ouça, parece estar começando a acabar, na medida em que muita gente tem se tocado de que a função de roteirista (para citar apenas o maior dos exemplos) não pode ser exercida por qualquer um e que este é o primeiro de todos os profissionais. Os americanos, que não tem mais talento do que a gente, mas sabem das coisas, veneram os “escritores” deles, e não dão um único passo sem eles. Imagina se eles vão se meter a escrever os próprios roteiros sem ter jeito para isso ou, principalmente, se vão contratar alguém apenas por ser um bom amigo. Se quisermos ter um mercado sólido, e com ele cada vez mais filmes de qualidade, é assim, com o bom senso que, entre outras coisas, marca os agentes de mercado, que devemos proceder.
Olá Jorge Furtado
Como
Olá Jorge Furtado
Como gaúcha sou tua fã de carteirinha! E qdo morava em Poá não perdia um final de semana sem que fosse ao cinema. Isto acaba se tornando um hábito, a gente vicia de verdade. Mas vc tem razão: cinema está cada dia mais caro e a grande população não pode pagar isso.
Eu sempre me incomodei, nos filmes nacionais, com problemas como som, enquadramento e luz. Mas o que mais me incomoda mesmo é o número de palavrões proferidos num único filme. Ah, sem falar que do nada estão sempre mostrando uma mulher nua, um peito aqui e outro acolá. Muitas vezes totalmente fora do contexto, não precisaria apelar assim.
Sobre este último assunto, recentemente o ator Pedro Cardoso se voltou contra essa exploração feminina e foi execredo por cineastas e pelas próprias atrizes. Então, infelizmente, vemos que não há muita saída – afinal os próprios ficam se debatendo sobre algo tão óbvio qto esta apelação. Veja o cinema americano: é raro ver uma nudez e, qdo há, está muito bem fundamentada.
Outra coisa insuportável são os tais “filmes cabeça”. A gente não entende nada do começo ao fim, o diretor/produtor assiste a milhares de filmes e tenta, de uma só vez, jogar todos estes conceitos num único filme e fica algo incompreensível ou monótono demais. O Selton Mello, que é excelente como ator, caiu neste buraco escuro dos filmes cabeça. Dificilmente voltarei a assistir algo em que ele esteja por trás das câmeras.
Qdo eu assisti O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias eu me surpreendi e tive de ver novamente: não havia palavrões, não havia mulher nua, não era monótono e nem cabeça. Um filme lindo, limpo, claro, bem conduzido.
Já existe uma piada pronta entre os universitários (saí há 3 anos de uma facul): “vou assistir um filme nacional e aprender novos palavrões”. O bom cineasta tem que saber se o espectador vai gostar de ver cenas fortes ou ouvir palavrão a cada frase proferida. Tem de ter este cuidado e, por que não?, encomendar uma pesquisa pra tentar saber do que o brasileiro gosta, seu maior anseio, o que gostaria de ver nas telas.
O Brasil já produziu ótimos filmes: O Quartrilho, A Ostra e o Vento, Linha de Passe, Abril Despedaçado, O Homem que copiava, Central do Brasil, Carlota Joaquina, Meu tio matou um cara… Então não dá pra dizer que o Brasil não tem talento. Tem sim, e bastante!
Eu acho que precisa mesmo é respaldar o cineasta que é bom e sair daquela panelinha carioca que sempre tentam nos empurrar goela abaixo, com nudez e palavrões. Vejam como o paulista Fernando Meirelles voou alto qdo lhe deram oportunidade: Cidade de Deus, O Jardineiro Fiel e Ensaio Sobre a Cegueira são incríveis! Filmes dirigidos por um cineasta nosso e com prêmios no exterior.
No fundo no fundo é a mesma coisa que a CBF: a mesma patota se esbaldando há muito tempo. Como acabar com isso que é o Ó! O Brasil é desse jeito mesmo, ficam os de sempre comendo o filé e depois nos jogam um osso pra roer. Depois nos baixa o complexo de viralatas e dizemos: pode mandar o dinheiro que for que nunca faremos um bom filme. Besteira! Grande mentira! Porque não basta mandar o dinheiro, tem de saber pra quem mandar, tem de tirar a patota de sempre do caminho.
Mesmo assim, com tantas adversidades, conseguimos preciosidades como Jorge Furtado, Fernando Meirelles e Walter Salles. Alguém aí tem coragem de dizer que estes 3 não tem talento?
Beijo grande pra vc Jorge! E nos traga bons filmes, pois disso vc entende como ninguém.
Felicidades!
Bianca
http://www.biancafeijo.blogspot.com
O cinema brasileiro começou a
O cinema brasileiro começou a ficar bom nos anos 50, com as chanchadas e grandes produtoras nacionais. O auge foi a Palma de Ouro de Anselmo Duarte. Depois, o tenebroso Cinema Novo (ideias ruins na cabeça, câmera mal enquadrada na mão) praticamente matou o cinema nacional e criou no público a aversão ao cinema brasileiro.
A Casa de Cinema é um dos polos que vêm reativar a qualidade e buscar de volta os espectadores.
Vou muito ao cinema e me
Vou muito ao cinema e me impressiona o número de pessoas na sessão, às vezes três ou quatro. Os filmes ficam em cartaz uma semana, duas. O ingresso é caro, promoções fazem aumentar a plateia e o interesse pode ser constatado também em festivais e iniciativas como cinema na praça. Quem vai muito ao cinema: 1) beneficiados por vales culturas; 2) correntistas do Unibanco e Itaú, beneficiados por descontos em salas patrocinadas; 3) idosos, que pagam meia. Os cinemas de bairro acabaram, ir ao cinema implica em despesas com deslocamento e lanches caros em shopping. As salas com milhares de lugares não existem mais, agora são pequenas, com oitenta cadeiras.
…ha também a questão de
…ha também a questão de educação e cultura no Brasil para que o publico possa entender melhor seu proprio cinema, para que possa entender um discurso mais sofisticado, outras formas de fimagem e edição, que essa edição mastigadinha do cinema americano, sempre muito limpo, muito bem explicadinho e com personagens bem delimitados, alguns sem profundidade nenhuma. Um cinema “asseado” por demais, que de certa forma, não leva o publico a uma reflexão mais profunda sobre o tema abordado.
O filme “O ano em que meus pais sairam de férias”, por exemplo, que teve pouco publico no Brasil, teve um certo sucesso na França, apesar do lançamento com poucas copias e sem publicidade. Meus amigos franceses que viram o filme, gostaram muito, tanto que alguns me perguntam até hoje se o filme ja saiu em DVD no Brasil…
Acho que o fundamental dessa discussão poderia ser levar crianças e adolescentes a virem filmes brasileiros, europeus, asiaticos e discutirem o que viram, como entenderam, como são outras culturas, outras formas de se fazer cinema, de se viver etc.
O problema da cultura no
O problema da cultura no Brasil é questão de uma discussão profunda e, quando sai do seio da sociedade para as políticas públicas ou privadas em busca de uma adoção mínima de fomento em cima de um pacto federativo, os interesses corporativistas, os velhos mestres do civilismo e mais uma gama de interesses de empresas patrocinadoras, agenciadores, vão fracionando o ambiente comum e dão a ele, através de interesses nada republicanos, hormônios de forma indiscriminada.
Agora mesmo assistimos ao Ministério da Cultura, sob o comando de um músico, simplesmente ignorar a música brasileira e sua potencialidade para ser uma grande alavanca em torno do pacto federativo da cultura. O cinema deve ser trabalhado como um mínimo de logística, produção, distribuição e que busque equilíbrio nessas ações. O que tivemos foi excesso de produção sem qualquer planejamento para distribuição. Este é um dos grandes erros do Ministério da Cultura.
A engenharia tão necessária para o fomento é praticamente nula nas políticas do MinC. A música brasileira que tem um invejável respaldo intrnacional e poderia, dentro de políticas adequadas, ser uma locomotiva para o Brasil ter um assento de mais destaque em toda a sua produção cultural, incrivelmente foi colocado numa dimensão que sequer aparece nos gráficos do MinC.
Tento entender, se é que tem alguma explicação. Só pode ter sido fruto de um corporativismo pequeno que hoje traz, sem dúvida, um ponto negativo no governo Lula.
A implantação das políticas de fomento com financiamento direto do Ministério como os grupos folclóricos e espaço alternativos, são peças de ficção, quando muito, pontuais diante do retumbante anúnico da democracia cultural.
A Lei Rouanet, coitada, está praticamente sequestrada pelo pior pensamento empresarial no campo da cultura. Escrevi sobre a Lei Rouanet, ainda nesta semana, no site Cultura e Mercado.
http://www.culturaemercado.com.br/post/lei-rouanet-de-tao-pesada-a-porca-ja-nao-anda/#more-6519
Não cheguei a contar, mas
Não cheguei a contar, mas acho que é um pouco lenda essa história dos palavrões no nosso cinema. O cinema americano é repleto de “fucking”, p.ex. Nem sempre está na legenda, mas está na boca dos atores.
Pessoal,
Cuidado com o
Pessoal,
Cuidado com o complexo de vira-lata.
Se alguns tivessem aceitado esse complexo, nao haveria o titulo da copa de 58, a petrobras nao estaria com bombando (literalmente!) e nem a Embraer vendendo avioes de alta tecnologia para o primeiro mundo.
O cinema e o basquete são a mesma coisa.
Aliás, só porque não temos prêmio Nobel ou Oscar, é que vamos desistir de fazer pesquisa e filmes?
Não sou ufanista…mas há muitos entre nós que adotam um falso ceticismo e pessimismo para parecerem sofisticados e cultos…
Pensem bem…
Docontra, sempre
Complexo de
Complexo de vira-latas,explica em grande parte, a”cultura” da exclusão do “made in brazil”.Basta recordar ,que até a década de 1940,não era admissível, no teatro, peças em que os atores não se expressassem com sotaque lusitano.Graças ao TBC,Nelson Rodrigues,Ziembinski e outros heróis da cultura nacional o teatro sobreviveu. No cinema,admitia-se drama,como caricatura. O publico ,caia na gargalhada quando ,o “galã”,confessava à “mocinha’; “Eu te amo!”. Só o inglês era levado a sério. Mais ou menos,como ainda hoje,na vida nacional, o que consta em língua de Shakespeare é sempre mais verdadeiro… Assim como o espanhol, ainda é encarado como o idioma do dramalhão,o português ,da irreverência, os outros idiomas ,pertencem ao hermetismo
dramático.Ah! Sim! Enquanto as emissoras de Tvs,não admitirem a produção independente e abandonarem a verticalização,dificilmente esse quadro mudará. A “vênus platinada”,é bom lembrar, possui,60% da audiência nacional.Inédito em qualquer sítio do planeta.Quanto aos exibidores (salas), e distribuidores, é assunto para a seção policial.
Elisabeth,
Concordo contigo,
Elisabeth,
Concordo contigo, o Príncipe de Ugo Georgetti, foi um dos melhores de 2002 (lembro do ano porque foi o lançamento de Abril Despedaçado do Walter Salles). Tinha muita gente boa no projeto. Eduardo Tornaghi, Ligia Cortez, o Maestro Julio Medaglia, enfim, temos talentos mil.
Beijo
Soledad
Cruzes!
É ruim ver um
Cruzes!
É ruim ver um tijolaçoo pela frente na web, sem parágrafo algum.
E começar a ler-êpa-
“somos uma droga como país”
se eu não me engano é nosso compatriota que mora na Suiça, ou Alemanha.
nem dá pra continuar, por ambos os tijolaços
Inscreva-se no
Inscreva-se no http://www.cinepel.com.br/festival
VOCE VAI FAZER DE TUDO PARA PARTICIPAR DESTE FESTIVAL NACIONAL DE CINEMA…
– SÃO 19 (DEZENOVE) DIAS DE EXIBIÇÃO DE FILMES;
– TODOS OS FILMES INSCRITOS SERÃO EXIBIDOS NO FESTIVAL;
– TODOS OS FILMES RECEBERÃO “DIAGNÓSTICO” DA NOSSA COMISSÃO JULGADORA;
– POSSIBILIDADE DE EXIBIR + DE 480 CURTAS;
– SALA DE EXIBIÇÃO COM CAPACIDADE PARA 300 PESSOAS; + EXIBIÇÃO ON-LINE;
– INSCRIÇÃO GRATUÍTA;
– EVENTO PARTICIPANTE DA FENADOCE, FEIRA JÁ CONSAGRADA NACIONALMENTE,
COM PÚBLICO MÉDIO DE 350 MIL VISITANTES; (DE 03 À 21 DE JUNHO 2009)
– SÃO 13 CATEGORIAS DE PREMIAÇÃO;
– OS 13 FILMES VENCEDORES FARÃO PARTE DE UM DVD DISTRIBUÍDO NACIONALMENTE;
NÃO PERCA TEMPO, INSCREVA SEU CURTA AGORA, GARANTINDO A EXIBIÇÃO NO FESTIVAL !
INSCRIÇÃO E MAIS DETALHES, ACESSE: http://www.cinepel.com.br/festival
1° CINE GRANDES CURTAS
FESTIVAL NACIONAL DE CINEMA DA CIDADE DE PELOTAS
NA FENADOCE 2009
“A DOCE ARTE DO CINEMA”
INFORME:
CINEPEL – ASSOCIAÇÃO PELOTENSE DO CINEMA INDEPENDENTE
PELOTAS / R.G DO SUL
FONE: (53) 3228.9339