Cinema e filosofia no Rio

Para os navegantes do Rio de Janeiro que gostam de Cinema e Filosofia, encaminho evento com entrada franca…

A História da Filosofia em mais 40 Filmes

Mostra debate pensadores e cineastas

Com curadoria de Alexandre Costa e Patrick Pessoa, a mostra A História da Filosofia em Mais 40 Filmes põe, em pauta, temas filosóficos fundamentais e promove o diálogo de cineastas – como Bergman, Bertolucci, Hitchcock, Fassbinder, Scola, Resnais, Saura, Fellini, Ozu, Kubrick, Cassavetes, Hirszman e Godard – com importantes pensadores, entre eles: Platão, Descartes, Kant, Marx, Nietzsche, Benjamin, Heidegger, Sartre e Foucault.organiOrganizada em 10 módulos temáticos, a mostra/curso faz refletir sobre diferentes disciplinas filosóficas, tais como a metafísica, a epistemologia, a ética, a política e a estética. Os módulos são: O Perspectivismo; A (Má) Educação; O Estrangeiro; O Conformista; A Técnica; A Arte; A Guerra; O Velho Oeste; O Brasil; e O Amor.

O curso será realizado de 21 de maio de 2011 a 24 de março de 2012, sempre aos sábados, totalizando 40 aulas. Ao final da exibição de cada filme, Alexandre Costa e Patrick Pessoa, alternadamente, fazem uma palestra, depois disso abrem espaço para o debate com o público.

Abaixo, sinopses dos filmes do primeiro módulo e a programação completa.

O perspectivismo

21.05.11 Cidadão Kane | Orson Welles | Eua, P&B, 1941, 119’

Direção: Orson Welles

Elenco: Orson Welles, Joseph Cotten, Dorothy Comingore, Agnes Moorehead.

Após a morte de Charles Forster Kane, personagem inspirado no magnata da imprensa norte-americana William Randolph Hearst, um repórter é encarregado de reconstituir a sua trajetória com o intuito de revelar a seus leitores a verdadeira identidade daquele homem tão célebre e poderoso. Acreditando que a última palavra proferida por Kane em seu leito de morte, “rosebud”, seria a chave para a compreensão do sentido de sua vida, o repórter entrevista as pessoas que conviveram com ele: colegas de trabalho, empregados e ex-mulheres. O espectador é confrontado com uma série de perspectivas diferentes e não raro contraditórias acerca da identidade de Kane. Será possível reconstituir a verdadeira imagem de alguém? Ou não seríamos mais do que a soma das nossas insuperáveis contradições?

28.05.11 Gritos e sussurros | Ingmar Bergman | Suécia, Cor, 1972, 94’

Direção: Ingmar Bergman

Elenco: Liv Ullman, Ingrid Thulin, Harriet Andersson, Kari Sylvan.

Transcorre o ano de 1900. Em cena três irmãs, Karin, Maria e Agnes, encontrando-se esta moribunda e literalmente no leito de morte. Além delas uma quarta mulher, a criada Anna, que se reveza com as irmãs de Agnes na tarefa de zelar por ela na iminência da morte. Entre os gritos de Agnes, os sussurros de Karin, Maria e Anna. O enredo deste filme de Bergman talvez não ultrapasse essa descrição, mas mostra de forma precisa e aguda como três mulheres revelam quem são ao cuidarem de uma quarta à beira da morte. A partir desse cuidado evidencia-se não apenas a relação afetiva que guardam para com a enferma, mas também a perspectiva que cada uma delas estabelece com a (própria)

mortalidade: diante do fato bruto e unilateral que Agnes simbolicamente representa, as demais personagens revelam-se subjetivamente, desenhando uma pluralidade de reações, atitudes e temperamentos diante daquilo que nos (a)parece tão univocamente incontornável.

04.06.11 Crepúsculo dos deuses | Billy Wilder | Eua, P&B, 1950, 100’

Direção: Billy Wilder

Elenco: Gloria Swanson, William Holden, Erich von Stroheim, Nancy Olson.

Este clássico de Wilder é provavelmente o mais ácido filme de Hollywood sobre

Hollywood: uma estrela decadente do cinema mudo, Norma Desmond, tenta voltar à cena com a ajuda de um roteirista fracassado, Joe Gillis, que acaba se tornando seu gigolô, numa trama urdida por uma perniciosa união de interesses e exploração mútua. A genial cena de abertura, dando conta de um crime, revela de imediato que essa trama será contada por um corpo morto que flutua de bruços numa piscina de Hollywood, dando ao cadáver de Gillis o privilégio da narrativa, que desta forma é construída em perspectiva retroativa e revisionista, resultando num filme totalmente composto por flashbacks que revelam o quanto toda e qualquer história é sempre e tão-somente uma versão acerca dos fatos supostamente objetivos. Além do narrador morto, Wilder explora a questão do perspectivismo também pelo viés de Desmond, fazendo-se valer de seus delírios beirando a insanidade para exibir uma visão tão exageradamente desvinculada da “realidade” que nos faz lembrar insistentemente o quanto essa mesma realidade sempre nos escapa porque afogada, como o cadáver de Gillis, nas perspectivas ou nos ângulos de câmera com que divisamos (decidimos divisar?) o “real”.

11.06.11 Psicose | Alfred Hitchcock | Eua, P&B, 1960, 107’

Direção: Alfred Hitchcock

Elenco: Anthony Perkins, Janet Leigh, Vera Miles, John Gavin, Martin Balsam.

Marion Crane, secretária de uma imobiliária em uma grande cidade norte-americana, precisa utilizar as suas horas de almoço para fazer amor com o namorado. Ela quer se casar, mas ele alega que tem dívidas demais. Para regularizar uma situação que lhe parece pouco respeitável, Marion rouba 40 mil dólares de seu patrão e parte em busca de seu amado, que mora em uma cidade distante. No caminho, acaba tendo que dormir em um decadente hotel de beira de estrada, administrado por Norman Bates, jovem de comportamento estranho, dominado por uma mãe tirânica. O encontro entre Marion e Norman culmina em uma das cenas mais famosas da história do cinema, a cena do assassinato sob o chuveiro, e o resto do filme mostra a irmã e o namorado de Marion tentando descobrir o seu paradeiro. Psicose, no entanto, não é um filme policial, mas um estudo acerca do que Freud chamou de “mal-estar da civilização” e das diferentes maneiras de lidar com ele.

2 A (má) educação

18/06/11 Um sopro no coração | Louis Malle

25/06/11 O casamento de Maria Braun | Rainer Werner Fassbinder

02/07/11 Veludo azul | David Lynch

09/07/11 Uma mulher sob influência | John Cassavetes

3 O estrangeiro

16/07/11 O medo devora a alma | Rainer Werner Fassbinder

23/07/11 O inquilino | Roman Polanski

30/07/11 Paixões que alucinam | Samuel Fuller

06/08.11 Trinta anos esta noite | Louis Malle

4 O conformista

13/08/11 A última gargalhada | Friedrich Murnau

20/08/11 O conformista | Bernardo Bertolucci

27/08/11 O desprezo | Jean-Luc Godard

03/09/11 Mephisto | István Szabó

5 A técnica

10/09/11 2001, uma odisséia no espaço | Stanley Kubrick

17/09/11 Tempos modernos | Charles Chaplin

24/09/11 Blade runner | Ridley Scott

01/10/11 Alphaville | Jean-Luc Godard

6 A arte

08/10/11 A estrada da vida | Federico Fellini

15/10/11 Bodas de sangue | Carlos Saura

22/10/11 O homem das novidades | Buster Keaton

29/10/11 Cega obsessão | Yasuzo Masumura

7 A guerra

05/11/11 A grande ilusão | Jean Renoir

12/11/11 Roma, cidade aberta | Roberto Rossellini

26/11/11 Era uma vez em Tóquio | Yasujiro Ozu

03/12./11 A batalha de Argel | Gillo Pontecorvo

8 O velho Oeste

10/12/11 A Missão | Roland Joffé

17/12/11 Os brutos também amam | George Stevens

07/01/12 O homem que matou o facínora | John Ford

14/01/12 Era uma vez no Oeste | Sergio Leone

9 O Brasil

21/01/12 Vidas secas | Nelson Pereira dos Santos

28/.01/12 Cabra marcado para morrer | Eduardo Coutinho

04/02/12 Terra em transe | Glauber Rocha

11/02/12 Eles não usam Black-tie | Leon Hirszman

10 O amor

03/03/12 A felicidade não se compra | Frank Capra

10/03/12 O ano passado em Marienbad | Alain Resnais

17/03/12 Um dia muito especial | Ettore Scola

24/03/12 Tudo sobre minha mãe | Pedro Almodóvar

De 21 de maio 2011 a 24 de março de 2012 || Horário: Sábados, das10h30 às 15h  – sessões seguidas de palestras

Local: Caixa Cultural – Teatro Nelson Rodrigues

Informações: Av. República do Chile, 230 (Anexo) – Rio de Janeiro – RJ || 0xx)21

2262-8152 || Entrada Franca (senhas distribuídas no local a partir das 10h)

Luis Nassif

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