Estórias cujos protagonistas em geral adolescentes, que levam uma vida normal até descobrirem que têm estranhos poderes e que são observados secretamente por entidades sombrias. Por que jovens com idades em torno dos 20 anos são fascinados por esse imaginário dark, com tonalidades ao mesmo tempo depressivas e épicas?
É marcante o constante revival entre jovens deste universo que ao longo das décadas assume diversos rótulos. Nos anos 70 tivemos o “rock horror” e “glam rock” dos anos 70. Seus ícones foram a androginia do personagem Ziggy Stardust de David Bowie (com a emblemática música “Rock and Roll Suicide” e a relação do jovem com a morte – “Você está velho demais para perdê-la, muito jovem para escolhê-la”) e todo o universo trash e underground urbano sintetizado no filme “Rock Horror Picture Show” – 1975). Nos anos 80 temos o “Dark” sintetizado em ícones como Robert Smith do The Cure e Peter Murphy da banda Bauhaus. Músicas cujas letras se inspiram no universo gótico da literatura romântica dos séculos XVIII e XIX. Replicantes melancólicos (no filme “Blade Runner” – 1982), amores platônicos e a sensação de uma geração ter alcançado a adolescência e juventude no final da festa (daí a nostalgia pós moderna pela década de 50 na moda, arquitetura e filmografia). Nos anos 90 o “Dark” é reciclado pelo “Gótico” e a literatura romântica é substituída pelos contos de terror. Jovens cuja aspiração é a de se tornar seres da noite, com longas capas pretas e lentas de contato especiais que alteram a cor dos olhos. Nesse final da primeira década do século XXI temos o filme Crepúsculo e o imaginário musical “Emo” destilando essas tendências depressivas em jovens e adolescentes.