Internet das Coisas ganha equipe de estudos na USP

Por Edson Joanni

USP desenvolve projetos para a Internet das Coisas

Redação do Site Inovação Tecnológica

Tudo na internet

Um conceito idealizado na década de 1980 no MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos, está sendo pesquisado e desenvolvido por uma equipe multidisciplinar da USP (Universidade de São Paulo).

USP desenvolve projetos para a Internet das Coisas 

 

 

 

 

 

 

 

 

A chamada Internet das Coisas, ou IoT (Internet of Things), está sendo estudada por professores da Escola Politécnica, da Escola de Comunicações e Artes e da Faculdade de Direito, de forma a contemplar todos os seus aspectos.

Inicialmente encarada como uma forma de extensão à Internet tradicional, que conta com mais de 2 bilhões de usuários, a Internet das Coisas tem fugido das conceituações, representando tecnologias diferentes para grupos diferentes – o que talvez explique a demora em seu desenvolvimento.

Internet da Coisas: as dificuldades para tornar as coisas mais simples
Em linhas gerais, Internet das Coisas representa a integração e interação de objetos físicos, reais, através de uma conexão de Internet.

Colocar sensores e atuadores em tudo, das nossas casas e carros, até os nossos sapatos e xícaras de café pode parecer um tanto exagerado.

Mas o fato é que isso tem o potencial para tornar nossas vidas mais fáceis, mais confortáveis e mais seguras.

Hoje, a Europa é líder nessa conexão dos mundos real e virtual.

Segundo o professor José Roberto Amazonas, a falta de uma especificação global para a Internet das Coisas acontece por se tratar de um tema muito amplo, e seus usos serão estabelecidos de acordo com as necessidades estruturais da sociedade em que for desenvolvida.

Usos da Internet das Coisas

Uma das propostas da IoT é permitir, com o uso de tecnologias de rastreamento, identificação e troca de informações, que numerosos objetos comuniquem-se automaticamente e à distância.

Internet das Coisas ganha linguagem e site de aplicativos
O professor Gilson Schwartz, por exemplo, está estudando uma forma de mediação entre objetos físicos através das redes sociais.

Outra ideia em fase de projeto é a de “moedas criativas”, que seriam “uma maneira de incentivar a utilização da tecnologia, ao mesmo tempo que permite a aplicação em atividades sustentáveis,” defende o professor José Roberto.

Uma proposta do projeto de moedas criativas seria a identificação eletrônica de materiais recicláveis, inserida ainda na fase de produção, que “permitisse ao usuário que devolvesse o produto à reciclagem a obtenção de um ‘crédito cultural’, que daria direito a uma visita a teatros, museus ou similares”.

“A IoT poderá futuramente facilitar o aumento de eficiência energética das empresas, por exemplo, através do controle de consumo do ar-condicionado por parte dos funcionários. Se for este o caso, este controle precisa estar muito bem exposto no contrato de trabalho, pois uma explicação insuficiente poderá gerar insatisfação e até ao aparecimento de processos trabalhistas,” explica o pesquisador, ressaltando a importância do estudo dos aspectos legais da tecnologia.

Etiquetas RFID

Ainda há muitos problemas a serem solucionados para adoção e implantação massiva da IoT, incluindo a estrutura de tráfego de dados, algo que vem sendo estudado há cerca de dez anos.

Apesar de já existirem em uso elementos classificáveis como pertencentes à Internet das Coisas – como no caso do Bilhete Único paulistano, no qual cada unidade é identificada por uma “etiqueta eletrônica” – existem serviços que demandariam envolvimento mundial para possibilitar uma atualização, como por exemplo a identificação, fornecida pelas empresas aéreas, de bagagens em todos os aeroportos do planeta.

Etiquetas nano-RFID poderão substituir os códigos de barras
O professor José Roberto cita também o caso do código de barras. “É um sistema relativamente simples, no qual você necessita apenas aproximar um leitor óptico de cada item para identificá-lo, mas levou ao menos 5 anos para que sua implantação fosse padronizada e normalizada. Em comparação, as potencialidades da IoT poderiam ser utilizadas em larga escala em um período de até 15 anos”.

Mesmo as chamadas etiquetas inteligentes, ou RFID, que deveriam substituir os códigos de barras, estão demorando a emplacar. Elas são essenciais para dar um número único a cada objeto a ser conectado à rede, assim como cada computador ligado à internet possui um endereço IP.

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador