Mario Frias, secretário de Cultura, em momento épico, recontará a história do Brasil

Mario Frias estaciona diante de um quadro. Dramático, diz que conhece nossa gente e que ‘são pessoas que não fogem à luta e habitam todos os rincões do nosso país’. Outro tom da música. O quadro retrata o Rei Alberto da Bélgica, do pintor belga Adrien Jean Madyol.

Jornal GGN – Com dramática música de fundo, Mario Frias, secretário especial de Cultura, avisa que recontará a verdadeira história do Brasil. O anúncio foi feito em vídeo do governo por redes sociais. Passeando pelo museu do Senado, o secretário afirma que revelará os ‘verdadeiros líderes, respeitados intelectuais e grandes heróis nacionais’ parte de uma história ‘tão bela e grandiosa quanto desprezada e vilipendiada por anos de destruição da identidade nacional’.

A música sobe um tom. Mario Frias estaciona diante de um quadro. Dramático, diz que conhece nossa gente e que ‘são pessoas que não fogem à luta e habitam todos os rincões do nosso país’. Outro tom da música. O quadro retrata o Rei Alberto da Bélgica, do pintor belga Adrien Jean Madyol. Três acordes!

Mario Frias pretende contar histórias como a dos pracinhas da Segunda Guerra e já dá um alento ao projeto do deputado federal Eduardo Bolsonaro, quando narra que os pracinhas combateram a ‘tirania do nazismo (maior mal do mundo moderno, ao lado do comunismo)’, conforme o texto informativo que acompanha a peça publicitária.

Segundo apurado pela Folha, o épico do vídeo fica por conta da música ‘Omega’, de Scott Buckley, de livre veiculação desde que creditada a autoria. Pois o vídeo não traz o crédito ao autor da música conforme explicitado na licença Creative Commons.

Esperemos, então, a nova versão da história do Brasil contada pelo secretário.

Redação

13 Comentários

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  1. Os pracinhas foram esquecidos e desidratados pos militares na ditadura. Os aviadores do senta a pua foram proibidos de adentrar prédios da força aérea. Agora vao usá-los para falsificar a história. Não vai dar certo.

  2. Quadro de fundo “bem escolhido”, com a imagem do filho e sucessor de um dos mais infames e sanguinários reis da História, Leopoldo II, que promoveu um “holocausto” (est. 1,5 a 15 milhões) no Congo Belga, tratado não como uma colônia de Estado, mas como uma “fazenda” do rei, onde os escravos sofriam todo tipo de atrocidades, como serem mortos, terem suas mão cortadas etc. e tal.

    1. Antes de ser transferida para o estado belga o Congo era realmente uma propriedade particular do sanguinário rei Leopoldo, que recebeu uma fortuna para efetuar a transferência. O rei a geria com brutalidade ímpar para auferir lucro principalmente com a borracha. Congoleses que não cumpriam a produção estipulada pelos capatazes tinha mãos cortadas entre outras “delicadezas”. O rei nunca visitou o Congo. A história completa está registrada num livro do historiador Adan Hochschid, “O Fantasma do Rei Leopoldo”. Sem dúvida, Bo, tudo muito bem escolhido.

  3. [..] estaciona diante de um quadro […] O quadro retrata o Rei Alberto da Bélgica.
    Não vi essa parte. Vi ele estacionar diante de um busto, que não parece nada com o Rei da Bélgica. Mas… cada um vê o que quer ver.

  4. “Anos de destruição da identidade nacional.” Tudo que destoa da tosca visão de mundo desse (des)governo significa “destruição da identidade nacional”. O que é identidade nacional? Qual a identidade nacional que querem? Esse moço saiu do mundo da ficção das novelas de quinta categoria para integrar um (des)governo do mesmo quilate – e que late – lamento pelos cães.

  5. Já que o Ministério da Cultura vai contar a história dos pracinhas brasileiros na segunda Guerra Mundial, espera-se que relatem toda a verdade, desde o embarque até a chegada na Europa. Nossos “valentes guerreiros” saíram daqui com vestimentas inadequadas para o clima europeu, magros e doentes, portando um fuzil cada um, velho e enferrujado. Ao chegarem lá, recebidos pelo exército americano, quase foram mandados de volta. Mas, foi resolvido reabilitá-los. Receberam vacinas, uniformes e armas novas, comida e muito treinamento. Logo que possível, foram mandados para a linha de frete da guerra, como buchas de canhão. Tiveram sorte, poucos mortos e feridos e conquistaram o Monte Castelo, na Itália, que já estava debilitado em em fase de rendição. Grande façanha, imensa vergonha. Contem essa verdadeira história dos pracinhas brasileiro e regojizem-se.

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