Morre aos 93 anos a ex-vedete do teatro de revista Virginia Lane

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Morreu na última tarde (10), no município de Volta Redonda, no sul fluminense, a ex-vedete Virginia Lane, que estava internada desde o último dia 2 no CTI do Hospital São Camilo, devido a uma grave infecção urinária. Segundo as primeiras informações, ela  morreu por falência múltipla dos órgãos.

A prefeitura de Piraí, onde a ex-vedete morava desde o início da década de 1970, já está providenciando  o serviço funerário. O corpo será embalsamado em Volta Redonda, de onde irá para Piraí. Em Piraí receberá homenagem durante duas horas, na  Câmara de Vereadores local. Dali,  será levado para o Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, antes de seguir para o Cemitério do  Caju, também na capital do estado, onde será  enterrado amanhã (11) no jazigo da família.

O coordenador da Casa de Cultura de Piraí, Hudson Valle, disse à Agência Brasil  que o prefeito de Piraí, Luiz Antonio da Silva Neves, decretou luto oficial de três dias.

Virginia Lane, nome artístico de Virginia Giaccone, nascida no Rio, em 28 de fevereiro de 1920, atingiu o auge de sua carreira no início da década de 1950. Durante quatro anos consecutivos, ela estrelou nos teatros da Praça Tiradentes, no centro do Rio, revistas musicais produzidas por Walter Pinto.

Um desses espetáculos, intitulado Seu Gegê [uma referência ao então presidente Getúlio Vargas], valeu à atriz o título de “A Vedete do Brasil”, dado pelo próprio presidente. Anos mais tarde, Virginia Lane revelou, em diversas entrevistas concedidas à imprensa, que manteve um relacionamento amoroso durante dez anos com Getúlio Vargas.

O início da carreira de Virginia, no entanto, ocorreu bem antes, em 1935, na Rádio Mayrink Veiga, no programa Garota Bibelô, apresentado por César Ladeira. Em 1943, ela  trabalhou como corista no Cassino da Urca, onde foi também crooner (cantor ou cantora principal de uma orquestra popular) e dançarina, atuando com as orquestras de Carlos Machado, Tommy Dorsey e Benny Goodman.

Famosa como vedete do teatro de revista, Virginia Lane gravou em 1951, para o carnaval, a marchinha Sassaricando, de Luis Antonio. O sucesso foi tanto que a música acabou mudando o nome da revista Jabaculê de Penacho, que ela estrelava na ocasião, e deu origem à expressão maliciosa “sassaricar”.

A marchinha  é cantada até hoje pelos foliões durante o carnaval. Desde 2007, está em cartaz nos teatros do Rio o musical Sassaricando, de Sergio Cabral e Rosa Maria Araújo, que resgata a importância das marchinhas para o carnaval carioca. 

Virginia Lane atuou também em 37 filmes, principalmente musicais e chanchadas das companhias cinematográficas Cinédia e Atlântida, nos anos 1940 e 1950. Na televisão, participou de programas na TV Tupi, na mesma época do teatro de revista, e mais recentemente, em 2005, integrou o elenco, ao lado de outras ex-vedetes, da novela Belíssima, da TV Globo.

* colaborou Paulo Virgilio

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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