O As Divas no Brasil

Do Estadão

80 divas e suas loucas histórias no Brasil

Livro relata as aventuras de estrelas como Rita Hayworth durante passagem por aqui

01 de julho de 2011 | 0h 00

Roberta Pennafort / RIO – O Estado de S.Paulo

Lana Turner se enrabichou por um aviador brasileiro em Belém. Jayne Mansfield bebeu todas e deixou seus 103 centímetros de seios à mostra no meio do salão de baile do Copacabana Palace. Rita Hayworth se fez graciosa baianinha no baile do Municipal do Rio. Ava Gardner se irritou com o assédio e saiu chamando o Brasil de “país de selvagens”. Já Brigitte Bardot juraria amor eterno a Búzios, onde passou seus “mais lindos dias”. 

ão muitos os episódios – uns fantasiosos, outros documentados pelos paparazzi – que ficaram das visitas que as estrelas de Hollywood e da Europa fizeram ao Brasil. Em 1885, com a vinda da atriz italiana Eleonora Duse para se apresentar no Teatro São Pedro (hoje João Caetano), no Rio, esse trajeto se estabeleceu.

AtriAtrizes vieram em filmagens ou atrás de namoricos, cantoras fizeram shows, dançarinas aportaram no Municipal, celebridades conferiram o carnaval. Muitas delas – 80, para ser mais preciso, incluindo as contemporâneas Beyoncé, Paris Hilton e Cameron Diaz – recheiam o livro As Divas no Brasil.

Trata-se de uma produção independente de 551 páginas, que custou R$ 38 mil a Evânio Alves, cabeleireiro e maquiador que faz de seu charmoso apartamento em Ipanema um pequeno salão, de atendimento exclusivo.

Musas. Mineiro do Vale do Jequitinhonha, com passagem por salões de beleza de Belo Horizonte, é filho de pais analfabetos. Apaixonou-se por Marilyn Monroe aos 18 anos, e passou a citá-la como musa quando ouviu de um amigo a brincadeira: “Todo gay tem de ter uma diva.”

Hoje, tem 38 anos e é obcecado a ponto de gastar R$ 100 mil em livros de fotos, biografias importadas nunca publicadas no Brasil, itens garimpados em sebos do Rio, São Paulo e Belo Horizonte, aulas de inglês e francês e autógrafos leiloados na internet.

Até o tampo do vaso sanitário de seu banheiro foi adesivado com as formas sensuais de Marilyn, que está também em enfeites e em um abajur. “O mundo precisa de glamour”, diz Alves, justificando a decoração. Ele vende o livrão das divas às clientes que se sentam em sua cadeira de oncinha (de antiquário) e aos que acessam seu site.

Com tiragem de 1,5 mil exemplares, As Divas no Brasil, que ele tentou ver publicado “em umas oito editoras, até cansar”, reúne relatos breves, coletados no material colecionado há dez anos. O autor fez de tudo, da redação e escolha das fotos à paginação. “No Brasil é muito grande o preconceito com o artista iniciante. (O escritor) Ruy Castro leu e se apaixonou, ligou para me parabenizar.” As americanas são maioria, mas ele também fala das francesas (Fanny Ardant, Édith Piaf, Jeanne Moreau), italianas (Sophia Loren, Gina Lollobrigida) e de uma brasileira que voltou consagrada: a cantora lírica Bidu Sayão, vaiada no Municipal em 1937. 

Vendas

R$ 98,80
custa o livro As Divas no Brasil, que Evânio Alves vende em seu salão ou por meio de encomenda pela internet, no www.espacodivas.com. 

Luis Nassif

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