Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
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O Horror Metafísico na Série “Além da Imaginação”


Um contraponto ao atual filme “Agentes do Destino” (Adjustment Bureau, 2011) pode ser encontrado no episódio “A Matter of Minutes” da cultuada série “O Novo Além da Imaginação” (1985-89) onde o horror metafísico do conto original é mantido e desenvolvido. Ao contrário, em “Agentes do Destino” os elementos metafísicos e esotéricos do conto original de Philip K. Dick são apenas cenários para uma surrada estória de amor impossível.


Leitor desse humilde blog, Fábio Holfnik nos alertou sobre a existência de um conto da série “O Novo Além da Imaginação”  (“The New  Twilight  Zone, 1985-89, continuação da série original que foi de 1959 a 1964 apresentada por Rod Sterling na TV CBS nos EUA) chamado “A Matter of Minutes” que seria baseado no mesmo conto de Philip K. Dick (“Adjustment Team” de 1954) no qual se baseou também o atual filme “Agentes do Destino” (Adjustment Bureau, 2011) analisado em postagem anterior.


Na verdade esse conto da série televisiva baseou-se em conto de outro escritor de ficção científica norte-americano, Theodore Sturgeon, no conto “Yesterday Was Monday” de 1941. De qualquer forma há uma incrível similaridade temática com o conto de K. Dick e o filme “Agentes do Destino”. Essa adaptação televisiva de 1985 do conto de Sturgeon apresenta um interessante contraponto com a conservadora abordagem do filme “Agentes do Destino”.


Ao contrário do filme atual em cartaz em relação ao conto de K. Dick, o conto televisivo da série “Além da Imaginação” mantém o horror metafísico original do conto de Sturgeon.


Como vimos na postagem anterior (veja links abaixo), embora o filme “Agentes do Destino” mantenha a atmosfera paranoica e o misterioso trabalho dos agentes/arcontes, elimina o horror metafísico, isto é, o misto de horror e fascínio, repulsa e atração por uma situação (a abertura do tecido da realidade e do tempo) que desafia a toda racionalidade e religiosidade. Na narrativa parece que esse fato potencialmente arrasador se transforma em mero cenário para a estória da luta dos protagonistas pelo amor impossível.


Ao contrário, na adaptação televisiva do conto de Sturgeon para a série “Além da Imaginação” esse horror dos protagonistas é brilhantemente mantido.

 

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Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

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