O melô da reforma ortográfica

Por Edmar Melo

Nassif, meu fora de pauta de hoje vai sobre a recém-reforma ortográfica. E vai no repente.

NOVA REFORMA ORTOGRÁFICA

Não se usa mais acento
No “pára”, verbo parar
Pois “para” preposição
Não vai mais lhe atrapalhar
Tudo agora virou “para”
Do jeito que a gente fala
Sem se diferenciar

As palavras terminadas
Em hiato, como “enjôo”
Não vão mais ter circunflexo
Não se acentua mais “vôo”
Agora voo atrasado
Não é mais acentuado
Nem que você sinta enjoo

Não tem mais acento agudo
Quando se escreve “feiúra”
Passaram quinhentos anos
Pra fazer essa frescura
E o português lusitano
Só descobriu este ano
Que esse mal não tem cura

O País ta precisando
É de reforma agrária
É de reforma política
De reforma tributária
Mexer na ortografia
Por causa da geografia
Não é coisa prioritária

Pensei cá com meus botões
A reforma é malandragem
Tem interesses ocultos
Alguém levando vantagem
Esse tira e põe acento
É um negócio nojento
Ta virando sacanagem.

Edmar Melo.

22 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. O País ta precisando
    É de
    O País ta precisando
    É de reforma agrária
    É de reforma política
    De reforma tributária
    Mexer na ortografia
    Por causa da geografia
    Não é coisa prioritária

    SENSACIONAL!!!!!

    Oxalá,Lula leia isso.

  2. Edmar, muito bom seu poema
    Edmar, muito bom seu poema sobre a reforma ortográfica,
    mas permita-me discordar.

    A reforma é importante sim. Uma língua importante como é o português (é importante pelo simples fato de ser a 7ª língua mais falada no mundo) não
    pode continuar convivendo com a necessidade de se emitir dois documentos oficiais nos órgãos mundiais: um em português
    de Portugal, outro em português do Brasil. Se queremos ter assento
    nos mais importantes fóruns de decisão mundial, a ortografia única
    é o primeiro passo.

    Em tempo, Portugal teve que mudar muito mais que o Brasil, nesta reforma.
    Se não me falha a memória, enquanto o Brasil está alterando 0,5% das palavras usadas, Portugal está tendo que alterar 1,5%. Isso desmonta
    o argumento de que a reforma é uma imposição dos portugueses sobre os brasileiros, como andei ouvindo em entrevistas na TV. Não é. Lá houve muito mais resistência, principalmente dos editores, temerosos, porque agora os livros editados em qualquer país de língua portuguesa poderão ser comercializados em todos.
    Imagina o temor da Indústria Editorial Portuguesa frente à Indústria Editorial Brasileira.

  3. Antes de erradicar os
    Antes de erradicar os analfabetos,que são poucos,devemos erradicar os pilantras,que são muitos.

    É uma questão de prioridade.

  4. Antes de erradicar os
    Antes de erradicar os analfabetos,que são poucos,devemos erradicar os pilantras,que são muitos.

    É uma questão de prioridade.

  5. Xará lúcida:

    Fui
    Xará lúcida:

    Fui lendo o que escreveu.E fui…fui( já com vontade e pensando a resposta pra te azucrinar)

    Eis que,

    Vc termina assim:

    “”essa história toda é uma grande bobagem””.

    BINGO!!!!

    PS:Só uma coisinha. Posso trocar o ”’GRANDE” por TREMENDA?

  6. EDMAR

    Excelente sua poesia e
    EDMAR

    Excelente sua poesia e critica.

    Que bobagem todas essas alterações.

    Precisamos, primeiramente, erradicar o analfabetismo.

    E depois, a Gramática expõe os fatos da linguagem e não os pode modificar.

  7. Para o Gilberto
    A verdade,
    Para o Gilberto
    A verdade, Gilberto, é que continua na prática a duplicidade da ortografia, porque várias coisas ficaram “optativas”, podem ser escritas de um modo ou outro. E diferenças ortográficas existem até no Inglês, embora poucas. Como nunca um documento escrito numa das ortografias deixou de ser plenamente compreensível quando escrito na outra, e como as mudanças introduzidas foram cosméticas, mas suficientes para atrapalhar quem vive do uso da língua, essa história toda é uma grande bobagem.

  8. Depois de ler muito sobre dou
    Depois de ler muito sobre dou inteira razão ao GILBERTO CRUVINEL. MUITO LEGAL A MUDANÇA ORTOGRÁFICA.

    Acho até que poderíamos simplificar mais ainda. Suprimir mais algumas acentuações, quem sabe, acabar com a confusão de S e Z?

  9. Excelente!.
    Só me restou uma
    Excelente!.
    Só me restou uma dúvida. Como fica a palavra País, constante do poema, com a nova reforma ortográfica?
    Penso que fica sem acento, pois país só levava acento por diferenciação com a palavra pais, já que pelas outras regras de acentuação não vejo motivo.
    Algum gramático de plantão?

  10. Já que mexeram na
    Já que mexeram na ortografia,deveriam ter eliminado umas 600 regras sem sentido que nossa língua tem.Um exemplo:existem porque,porquê,por que e por quê.Um só não seria suficiente?

  11. Acho que o Lula é um dos
    Acho que o Lula é um dos responsáveis por essa reforma. Admira-me que o Estadão, veja, Folha e outros que tais ainda não tenham se manifestado a respeito. Deve ser parte do projeto para se manter no poder por mais 50 anos.

  12. Vou continuar escrevendo e
    Vou continuar escrevendo e falando o Português do Brasil conforme aprendi e pratiquei até hoje. Aposto que vocês vão continuar me ententendo…

  13. Prezado Gilberto Cruvinel,
    Prezado Gilberto Cruvinel, claro que respeito sua opinião no tocante a importância da reforma. Minha crítica ao acordo é no que respeita a conveniência e oportunidade da mudança. Aliás, a reforma não unifica a grafia e nem surte o efeito desejado. Eis algumas incongruências:

    a) O alfabeto passa a incorporar o “K”, o “W” e o “Y”, que tinham sido abolidos na reforma de 1943. Passa a ter, portanto, 26 letras. Por que voltou? Voltou por que?

    b) O Trema que eu pensava que tinha morrido de vez, continua sendo usado em nome próprio e seus derivados.

    c) Complicou a acentuação. Permanece, ainda, uma excessiva quantidade de acento.

    Tudo isso, meu caro, sem falar no custo da reforma para o povo e na sacanagem de você convencer uma criança que tudo que ela estudou em termos de grafia, vai ter que estudar de novo.

    Um bom domingo e abraços,

    Edmar Melo

  14. Bobagem é misturar coisas
    Bobagem é misturar coisas completamente difrentes…

    Reforma agrária, reforma política, reforma tributária, melhoria da educação, combate à pobreza, etec, etc, etc… São sim coisas importantes, mas em que a reforma ortográfica atrapalha essas questões?

    Então vamos fazer o seguinte, enquanto não se resolver os problemas acima vamos parar com os programas de televisão, os shows de música, os campeonatos de futebol, as pesquisas científicas, o natal, o Reveillon… Afinal com tantas coisas muito mais importantes porque comemorar o natal, ver futebol, assistir televisão, etc???

    Sinceramente me parece que tem gente que gosta de resmungar. E para resmungar basta pegar qualquer coisa que se faça e criticar usando sempre essa velha cantilena de que “existem coisas muito mais importantes”… Ora, sempre haverá coisas muito mais importantes! Isso sim é bobagem e perda de tempo.

  15. “Essa reforma é inútil,
    “Essa reforma é inútil, desprovida de utilidade e só atrapalha”.
    Lí ai em cima. Mas é simplista demais.
    Quantas são as apostilas – de qualidade questionável – que as três esferas do poder público adquirem anualmente? Alguns milhões. E de umas poucas editoras. Que transitem alegremente entre o público e o privado. Esforçando-se para transformar a nação na sua privada. Pois interesses se cruzam, amizades verdadeiras (movidas a $), conluios empresariais e um sem número de formas para saquear a nação.
    Acho que era de Brecht: “A infelicidade não vem como a chuva. Ela é provocada pelos que dela tiram vantagens”.
    Feliz 2009. Feliz Brasil.

  16. Desculpe-me Edmar pelo meu
    Desculpe-me Edmar pelo meu breve olá, porém não pude deixar de notar que o nosso amigo Gilberto escreveu acento com 2 “ss”. Isso faz parte da reforma? Por isso concordo em gênero, número e grau! reformas notáveis e não notórias! alfabetização já! 🙂 sorry… estou sem tempo para aprofundar meu comentário, mas não posso deixar de esplanar sobre a sua primorosa poesia! parabéns! até mais

  17. É que o assento que ele se
    É que o assento que ele se refere (assento – local onde se pode sentar) (acento – sianl gráfico) são palavras homônimas, então a forma com que ele escreveu está correta.
    E gostei da poesia e da crítica,e quando inventam essas outras coisas é realmente para as pessoas perderem o foco dos problemas pertinentes do Brasil.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador