Em 13 de junho, completaram-se 125 anos do nascimento de Fernando Pessoa.
A atriz portuguesa Margarida Vila-Nova leu, a pedido da Granta, o soneto ‘Socégo enfim’, inédito, incluído no primeiro volume da revista.
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Socégo enfim
Fernando Pessoa
Meu coração deserto
nada espera da inútil caravana.
Pouco a pouco meu spirito se irmana
com ter perdido o próprio sonho incerto.
É sempre além de mim o indescoberto porto ao luar
com que se o sonho engana.
De imperceptível se descobre,
plana parece a vida a este desacerto.
Estagno a lagos de algas por achar,
sinto vazio o barco das amadas.
A noite despe não haver o luar
E como um filtro de horas encantadas,
tremem os rios, gelam as estradas,
no absurdo vácuo d´eu não ter que amar.
Granta 1 Portugal – Maio de 2013
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