Poema da mulher que volta sempre
por Romério Rômulo
Porque se tua mão chegasse agora
sobre a canção mais triste do meu corpo
tudo teria a terra como forra
E o amor benzido, e a estrada pura
dariam nossas mãos a muitos deuses
sem os pecados que nos fazem vis
E como os calos do corpo são petardos
que sempre mandam além das agonias
sobramos pelas noites do escuro
As pedras aplacadas de desejos
navios arrasados pelos cascos
de muitas lutas, paixões e desavisos
O meu tormento é raro, como fosse
o arcabouço de um mundo triste
onde as frações da vida já nem cabem
Porque se tua mão chegasse agora
sobre a canção mais triste do meu corpo
tudo teria a terra como forra.
Romério Rômulo
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Caro Romério : Descobri Vc. com enorme prazer ! O Corpo de toda Mulher batida e torturada/É uma Memória de Dor/Que não desaparece/Pois Ela nunca esquece/Carregando pela Vida uma Ferida de Desejos/ Será que Cicatriza …???
ABS. Companheiro.
José Cortes Rolemberg Filho
Belo poema, Romério. 21 de abril para todos nós.