Um Ewige Wiederkunft romano na última Flor do Lácio, por Fábio de Oliveira Ribeiro

 

Em razão da notícia de primeira pagina no jornal O Globo sobre as jogadas financeiras do filho do presidente Jair Bolsonaro convém lembrar algo dito pelo filósofo preferido do guru dos bolsominions: 

“E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência – e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez, e tu com ela, poeirinha da poeira!”. Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: “Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!” Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: “Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?” pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?” Friedrich Wilhelm Nietzsche

Na Última Flor do Lácio, inculta e bela, Jair Bolsonaro foi condenado a reencenar um drama da Roma antiga:

Tu quoque, Flavius, fili mi!

https://www.youtube.com/watch?v=Tgh6oDw2vUw

Fábio de Oliveira Ribeiro

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