Dança

Corpórea Companhia de Corpos recebe importantes nomes da luta antirracista em série de lives

Jornal GGN – De 08 a 11 de junho de 2021, a Corpórea Companhia de Corpos realiza o lançamento de seu novo projeto “Fomentar Trajetórias: Movimentos Femininos em Recintos Femil(s)” contemplado na 29ª edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo, que prevê ações até o final do ano, com o objetivo de aprofundar a pesquisa sobre pretitude, fomentar trajetórias periféricas e reafirmar o compromisso com a luta antirracista. Um conjunto de vivências que constituirão a base da nova criação artística do coletivo.  

Abrindo a programação do projeto, o coletivo realiza uma série de lives com importantes nomes da luta antirracista, igualdade étnica, racial e de gênero. A transmissão será gratuita e pode ser acessada pelo site da Companhia: www.corporeacompanhiadecorpos.com.

A série de encontros virtuais “Fomentar trajetórias em diálogos para encruzilhar – Ações Continuadas Emancipatórias: encontros online”, começa no dia 08 de junho (terça-feira), às 17:00, com a participação de Preta Ferreira, multiartista, abolicionista penal e ativista pelo direito à moradia no MSTC – Movimento Sem-Teto do Centro, com o tema “CORPO-OCUPA – Um grito pela liberdade”.

Na quarta-feira, dia 09 de junho, às 16:00, com o tema “Corpo Quilombo, transmigração e transatlanticidade” , o coletivo recebe como convidado o antropólogo, poeta e militante Alex Ratts, autor de várias obras sobre as questões étnico-raciais no Brasil.

No dia 10 de junho (quinta-feira), às 17:00, a convidada é a cantora, compositora e uma das mais importantes intérpretes de samba da música popular brasileira, Leci Brandão. Como parlamentar, Leci se dedica à promoção da  igualdade racial, ao respeito às religiões de matriz africana, à educação e à cultura popular brasileira.  O encontro tem como tema “Multi Mulher: Corpo-território-samba”.

E na sexta-feira, dia 11 de junho, às 18:00, a arte educadora, cantora e atriz, Joice Jane, que atua na luta por uma política pública que acolha todas as pessoas,participa do encontro para falar sobre o tema “Negritude, territorialidade e infância: Encruzilhar para encantar”.

A ação propõe resgatar ações, memórias e trajetórias que valorizem o protagonismo dessas quatro pessoas ‘artivistas’ e seus âmbitos de atuação, convidando-as para falar e pontuar questões ligadas às suas pesquisas individuais que dialoguem com o trabalho da Corpórea Companhia de Corpos

“Achamos indispensável abrir espaço para aqueles que de alguma maneira vivem em seus corpos ou pesquisam num viés acadêmico as muitas formas do RACISMO. Acreditamos na arte que se constrói através dos diálogos do passado para entendimento e mudança do hoje”, comenta o coletivo que tem como fundadores Verônica Santos e William Simplicio que, no hibridismo entre as linguagens da Dança e do Teatro, evidenciam o protagonismo negro. 

Com uma trajetória significativa no campo da pesquisa, criação, pensamento e difusão da dança, a Corpórea Companhia de Corpos, desde sua criação em 2015, tem por alvo evidenciar corpos pretos em ações cotidianas, através da pesquisa sobre o protagonismo do corpo feminino no mundo atual. 

Com o espetáculo “Rés”, que estreou em 2017, o coletivo retratou a realidade de corpos femininos em situação de encarceramento. A montagem recebeu uma indicação ao Prêmio APCA na categoria “Não estreia”, em 2019. A pesquisa deste trabalho rendeu ainda a contemplação no Edital Rumos 2017/2018 do Itaú Cultural, com o projeto: Ocupação Rés – mulheres em Cárcere.

Em seu atual projeto, o grupo evidencia como é ser mulher preta na contemporaneidade, correlacionado às trajetórias na diáspora afro-indígena brasileira com a intersecção do que chamou de “não-lugar”, um espaço desprovido de qualquer referência histórica, cultural e vivencial: um quartinho da empregada, uma fala de é “quase da família”, até lugar nenhum. 

A Corpórea Companhia de Corpos enxerga como necessário o entendimento da intersecção dos sistemas de dominação raça, classe e gênero, na tentativa de historicizar o hoje na cena: mulheres pretas, artistas e periféricas, ocupando lugares e falando de suas próprias histórias. 

“Oferecer ferramentas para um diálogo horizontal, seja no palco ou fora dele, para quebrar o lugar secundarizado no qual a mulher preta é colocada em diferentes espaços”, finaliza o grupo. 

As ações fazem parte do projeto “Fomentar Trajetórias: Movimentos Femininos em Recintos Femil(s)” contemplado na 29ª edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura.

Mais informações em www.corporeacompanhiadecorpos.com e redes sociais @corporeacompanhiadecorpos 

SERVIÇO

Fomentar trajetórias em diálogos para encruzilhar – Ações Continuadas Emancipatórias: encontros online

Série promovida pela Corpórea Companhia de Corpos com encontros virtuais em que participam importantes nomes que possuem trajetórias e atuação voltadas à luta antirracista e igualdade étnicas, raciais e de gênero. Duração: encontros de duas horas. Grátis 

Onde assistir: www.corporeacompanhiadecorpos.com

Quando: 08 de junho de 2021 (Terça-feira) – Horário: 17:00

Tema: “CORPO-OCUPA  – Um grito pela liberdade” – Convidada: Preta Ferreira

Quando: 09 de junho de 2021 (Quarta-feira) – Horário: 16:00

Tema: “Corpo Quilombo, transmigração e transatlanticidade”  – Convidado: Alex Ratts

Quando: 10 de junho de 2021 (Quinta-feira) – Horário: 17:00

Tema: “Multi Mulher: Corpo-território-samba” – Convidada: Leci Brandão

Quando: 11 de junho de 2021 (Sexta-feira) – Horário:18:00 

Tema: “Negritude, territorialidade e infância: Encruzilhar para encantar” – Convidada: Joice Jane

Redação

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