Livro destaque no seminário Brasilianas avalia papel das instituições públicas no desenvolvimento

Autor de “As empresas públicas na promoção do desenvolvimento regional”, participa de evento organizado por Cemig e Plataforma Brasilianas, dia 9 de agosto, em Belo Horizonte
 
Evento acontece dia 9 de agosto, no Auditório da Cemig, em Belo Horizonte
 
Jornal GGN – A história recente do desenvolvimento econômico de Minas Gerais se confunde com a de instituições de pesquisa, financiamento e produção. A criação do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (Cedeplar/UFMG), há cerca de 50 anos, aponta para essa lógica na definição de estratégias de políticas socioeconômicas. A expansão do desenvolvimento só não foi maior por esbarrar em bloqueios arraigados na cultura mineira, a serem superados. Esta é uma das conclusões da obra “Instituições de Planejamento e de Desenvolvimento de Minas Gerais – 55 anos do BDMG, 50 anos do Cedeplar (2017)”, do economista João Antônio de Paula, professor da Faculdade de Ciências Econômicas (Face/Cedeplar/UFMG).
 
De Paula é um dos palestrantes do Seminário “Empresas públicas na promoção do desenvolvimento regional”, organizado no âmbito do Projeto Minas Aponta o Futuro, da Plataforma Brasilianas. O evento, aberto ao público, será realizado no dia 9 de agosto, das 9h às 12h, no auditório da Companhia Energética de Minas Gerais/Cemig, (Av. Barbacena 1200, Belo Horizonte). Ele participará da mesma mesa que o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Marco Castelo Branco. Outro palestrante confirmado é o presidente do Banco de desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Marco Crocco. 
 
Além de avaliar o impacto de empresas de financiamento e instituições de pesquisa no desenvolvimento territorial mineiro, a publicação mostra o quadro econômico e social de Minas Gerais pós-Segunda Guerra Mundial, discorrendo sobre o Estado de Planejamento no Brasil e em Minas Gerais, de 1945 até o início de 1960; as transformações da economia brasileira e mineira pós-1945 e a política e movimentos sociais no Brasil e em Minas Gerais, de 1945 a 1964, sem deixar de lançar luz sobre os desafios futuros.
 
Especialmente sobre o Cedeplar (Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional) da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, Antônio de Paula conta que, durante a ditadura militar (1964-1985),  contribuiu como ponto de resistência intelectual: 
 
“O Cedeplar se tornou um espaço imune aos modismos e aos auto propalados monopólios da racionalidade e do saber, de defesa de perspectivas que se recusam a aceitar a ditadura do pensamento único”, completando que, graças a esse posicionamento, o pensamento econômico e social mineiro foi capaz de se antecipar aos piores momentos da história. Às vezes, não conseguiu impedir fracassos econômicos, mas ajudando a construir rotas que levaram a mudanças importantes na trajetória do estado e do país.
 
O livro conta, ainda, com o prefácio do ex-reitor Clélio Campolina Diniz (2010-2014), também professor da Face e do Cedeplar, lembrando o esforço brasileiro de modernização do Estado e de constituição de instituições de planejamento e de gestão pública como suporte ao desenvolvimento, de 1930 até a ruptura institucional de 1964.
 
“Observa-se que ao lado da criação de várias instituições, empresas e órgãos houve acalorado debate sobre os rumos e as diretrizes das políticas públicas, com destaque para a orientação industrializante representada por Roberto Simonsen e da orientação liberal e agrária por Eugênio Gudim. Seguindo os ritmos da periferia paulista, a industrialização e a urbanização brasileiras ampliaram as desigualdades e os conflitos sociais”. 
 
Minas vive hoje um processo de ruptura desenvolvimentista semelhante ao de décadas atrás, com a transferência de grandes projetos de mineração para o Pará, fazendo a leitura da obra ainda mais necessária, como mostra trecho do próprio livro:  
 
“A luta de Minas Gerais pelo desenvolvimento foi precoce, antecipando-se ao esforço nacional e servindo como modelo em vários casos, como a criação da primeira Cidade Industrial planejada, em Contagem(1941); do Plano de Recuperação e Fomento da Produção (PREFP), juntamente com a Taxa dos Serviços de Recuperação Econômica (1947), o Plano de Eletrificação (1950); o binômio energia e transporte (1951-1955) e da Cemig (1952)”.
 
Veja a seguir a programação do evento na íntegra, e participe!
 
As empresas públicas na promoção do desenvolvimento regional
Data: 09 de Agosto, quinta-feira
Das 9h às 12h
Local: Auditório Cemig, Rua Alvarenga Peixoto, 1200 – Belo Horizonte – MG 
 
Abertura: 9h – 9h55
 
9h – 9h15 – Bernardo Afonso Salomão de Alvarenga, Diretor-Presidente da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais)
 
9h15-9h30 – Thiago de Azevedo Camargo, Diretor de Relações Institucionais e Comunicação
 
9h30 – 9h45 – Luis Nassif, Editor Chefe do Jornal GGN, idealizador e coordenador da Plataforma Brasilianas
 
9h45 – 9h55 – Participação da plateia  
 
1º Painel – Modelos de Desenvolvimento para Minas Gerais  (9h55 – 11h05)
O objetivo deste painel é explorar o desafio de definir e estabelecer políticas de desenvolvimento para o Estado, considerando a importância do planejamento, participação da sociedade e o papel de agentes públicos na condução de projetos de crescimento includente e sustentável.
 
9h55 – 10h25 – Joao Antonio de Paula, Professor da Faculdade de Ciências Econômicas 
(Face) da UFMG, autor de “Instituições de planejamento e desenvolvimento de Minas Gerais – 55 anos do BDMG”
 
10h25 – 10h55 – Marco Antônio Castelo Branco, Presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig)
 
10h55 – 11h05 – Participação da Plateia 
 
2º Painel – O modelo de desenvolvimento da Cemig  (11h – 12h15)
A proposta deste painel é, a luz da história da Cemig, analisar o papel estratégico de empresas nacionais como produtoras e indutoras do desenvolvimento, colaborando não apenas com o equilíbrio de preços e concorrência no mercado, possibilitando o desenvolvimento para outras cadeias da Economia.
 
11h05 – 11h35 – Luiz Humberto Fernandes, Vice-Presidente da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), com carreira na liderança de indústrias multinacionais nas áreas de Segurança, Sustentabilidade, energia, infraestrutura entre outras 
 
11h35 – 12h05 – Marco Aurélio Crocco, Presidente do Banco de desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG)
 
12h05 – 12h15 – Participação da Plateia 
 
*Encerramento
 
Brasilianas – Uma plataforma online para agregar produções acadêmicas e propostas para o desenvolvimento do país, com tratamento jornalístico, tendo como denominador a redução da desigualdade. Essa é a missão do Brasilianas, coordenada pelo Jornal GGN. Entre e conheça
 
Redação

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