Para Corrêa de Lacerda, políticas econômicas beneficiaram interesses de setores específicos prejudicam desenvolvimento de parque industrial robusto
Jornal GGN – O principal impeditivo hoje para o Brasil alcançar o desempenho competitivo necessário da 4ª Revolução Industrial é a falta de um projeto de desenvolvimento, organizado pelo próprio Estado. Essa é a avaliação do professor Antônio Corrêa de Lacerda, economista e diretor da Faculdade de Economia da PUC-SPe e participante do Fórum Brasilianas Produtivo e a 4ª Revolução Industrial, realizado nesta segunda-feira (21), na PUC-SP, organizado em parceria com a Andifes e a PUC.
“Nossas políticas econômicas, seja do ponto de vista macroeconômico, seja do ponto de vista da competitividade são muito voltadas para o curto prazo e atendendo aos interesses mais conjunturais e abrangem pouco esse movimento estrutural [da 4ª Revolução Industrial] que deveria contemplar um conjunto de ações, desde de a política macroeconômica até a microeconômica, para que tanto o ensino como as empresas pudessem inserir competitivamente na quarta revolução industrial”, ponderou Lacerda.
Para completar, o Brasil vive um processo grave de desindustrialização. Segundo dados mais recentes do IBGE, a participação da indústria no PIB caiu para 11,8%, a menor desde os anos 1950, quando o percentual era de 15%. Nos anos 1980, o setor chegou a superar a casa dos 20%.
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“[A desindustrialização tem muito a ver com as carências da nossa economia, ou seja, crédito imensamente caro, política cambial muito instável”, continua o economista. As carências são, inclusive, provocadas por decisões do próprio governo, a exemplo da criação e aplicação da emenda constitucional do teto (nº 95), aprovada pelo governo Temer em 2016 que limita os investimentos do Estado ainda mais.
O parque industrial brasileiro sofre historicamente com atrasos no nível tecnológico em relação aos processos industriais dos países mais competitivos, reforça Lacerda.
“Nós ainda vivemos um processo de desindustrialização. Então o Brasil precisa conduzir as suas políticas econômicas tendo em vista o interesse da economia, do desenvolvimento e não o de setores específicos, daí a importância de ter uma taxa de juros compatível com a rentabilidade esperada para os projetos, assim como financiamento”.
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O Brasil tem mesmo é que se
O Brasil tem mesmo é que se preocupar com a Primeira Revolução Social. Essa sim vai trazer mudanças drásticas na economia.
Na boa ...
Na boa , tem de ter projetao !!
Como se projeta em um mundo imprevisível !?
Projete uma população que faça o mundo mais imprevisível.