No RS, ação flagra lotes de leite com formol

Em uma ação deflagrada pelo Ministério Público e pelo Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, foram detectados lotes de leite contendo a substância cancerígena. A análise das amostras comprovou a adulteração de 600 mil litros de leite. Leia mais na matéria do jornal Folha de S.Paulo.
 

Grupo é acusado de pôr formol em leite

Transportadores de leite foram presos ontem no Rio Grande do Sul acusados de adicionar água e um composto com formol –substância cancerígena– no produto que foi para supermercados.

O leite adulterado era vendido para indústrias responsáveis pelo envase. O formol foi detectado em caixas longa vida das marcas Italac, Líder, Mumu e Latvida – as duas primeiras pertencem a laticínios que estão entre os quatro maiores do país.

Segundo elas, os lotes afetados já foram recolhidos. Eles foram encontrados só no Rio Grande do Sul, mas há indícios de venda também no Paraná e em Santa Catarina.

O Ministério da Agricultura diz que, embora as indústrias não estejam envolvidas na fraude, elas devem ser capazes de detectar “adulterações ou falsificações na matéria prima que recebem”.

A análise de amostras comprovou a adulteração em 600 mil litros de leite. O potencial de fraude é maior, já que as investigadas transportaram 100 milhões de litros por ano.

Cinco transportadoras foram acusadas e oito pessoas foram presas na operação “Leite Compen$ado”, do Ministério da Agricultura e do Ministério Público do RS.

A pena prevista é de quatro a oito anos de prisão. Entre os presos há empresários e funcionários de transportadoras. Dois foram liberados após depoimento. Havia um foragido.

Interceptações telefônicas flagraram um suspeito pedindo a separação do produto. “Ele pedia para deixar para ele o leite bom, antes de mandar para consumo da população o produto com a substância cancerígena”, disse o promotor Mauro Rockenbach.

A fraude era no transporte do leite cru para os postos de refrigeração. As transportadoras adicionavam água e ureia agrícola para aumento de 10% do volume. O formol é parte da composição da ureia agrícola, inserida para a manutenção do índice de proteína do leite.

 

Redação

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Leite envenenado.

    Acontecimento lamentável, perigoso para a população (mormente crianças), indignante e preocupante.

    A ganância de “empreendedores” bandidos é doentia.

    Deveriam ser exemplar e duramente punidos mas, pelas últimas declarações do promotor do caso, o crime não é considerado hediondo pela legislação (mesmo sendo) e os marginais culpados pegarão penas de aproximadamente 4 anos, o que é um absurdo.

    O envenenamento do leite já estava acontecendo há mais de um ano e, supostamente, sua descoberta pelas autoridades há quase 4 meses. Mas as ações legais (inclusive a retirada do leite tóxixo do mercado) apenas começaram agora, nestes dias. Segundo o promotor, era necessário executar um “rito jurídico” para pegar mais suspeitos em “flagrante”.

    Ou seja, os “ritos juridicos” e as brechas para que os bandidos se salvem impunemente ou com penas ridículas, são sempre respeitados, mas a população, sendo envenenada, pode continuar tomando leite tóxico para “que se cumpra a lei”. Que lei é essa ? Não estaria na hora de se corrigir Códigos e até a Constituição em benefício das grandes maiorias, diminuíndo a impunidade reinante ?

    Outro fato que chama a atenção é que o delito ficará restrito aos marginais das transportadoras do leite entre os produtores e as fábricas pasteurizadoras/empacotadoras. Foram eles que envenenaram o leite.

    Mas, cadé a negligência técnica e gerencial das fábricas no controle de entrada de materia-prima ?

    Ora, se foi possível conferir que o leite tinha formol com base em exames laboratoriais que não devem ser tão sofisticados assim, será que fábricas de grupos poderosos como o Vontobel (leite Mu-mú) não têm condições, nem laboratórios, nem se interessam em verificar detalhadamente a qualidade do material recebido antes de ser processado ?

    E trabalham com alimento básico do povo….

     

  2. Direitos Humanos:

        Cabe ainda dizer que as ongs de Defasa dos Direitos Humanos, todas, deveriam cobrar providencias!

        O Estado omisso, acusa, mas não assume sua Culpa!

        Como fica a saúde de quem ja se contaminou?

        Até que ponto os danos causados foram prejudiciais a nossa saúde?

        Estamos condenados ou não?

        E o ministério Público, para quem trabalha, para o povo ou para o??????  

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador