A adulteração de leite com adição de ureia, problema levantado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP) no estado, ocorre desde 2009. Os dados são apoiados com as informações oferecidas pela Receita Estadual, que evidenciam a compra de ureia por parte dos transportadores do produto e, segundo o histórico levantado, a partir daquele ano as compras se intensificaram.
Apesar de confirmar que o produto químico foi comprado por transportadores com clara intenção de adicioná-lo ao leite, o promotor Alcindo Bastos Filho, da Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Consumidor, não se pronunciou quanto à quantidade de leite fraudado e nem sobre quais empresas o produto se destinaria. Segundo as informações, a química era adicionada ao leite, e seu efeito era mascarado diluindo em água, aumentando o lucro do empresário em 10%.
Como muitos empresários estão sob investigação, o MP optou por não revelar a quantidade de ureia adquirida pelos transportadores entre 2009 e 2012. Segundo informações do jornal O Globo, o promotor declarou que a quantidade informada pelo órgão estadual é um pouco inferior às cem toneladas mapeadas pela Operação Leite Compen$ado, deflagrada na última quarta-feira, dia 8 de maio. Um quilo de ureia industrial, para que se entenda a enormidade do problema, era suficiente para fraudar mil litros de leite, conforme consta na fórmula descoberta pelo Ministério Público.
Segundo o promotor, um agravante fica com a informação de que os transportadores sabiam que, nem as indústrias ou os entrepostos, realizavam testes para detectar a presença da ureia no leite. Outro fator estimulante da fraude é o fato de que o Ministério da Agricultura não estabelece padrões técnicos para a detecção de ureia no leite cru ou na versão UHT, pois se o componente é parte da composição natural do leite é preciso uma resolução oficial sobre os níveis recomendáveis.
Representantes da cadeia produtiva do leite irão se reunir com autoridades do Ministério da Agricultura, em Brasília, para discutir o problema. Na pauta está a relação das indústrias de laticínios com as transportadoras e a necessidade de se criar um parâmetro para a quantidade de ureia no leite.
Com informações do jornal O Globo.
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