Cientistas criam lente de contato “biônica”

Jornal GGN – O Glass, novo dispositivo da gigante Google que usa a realidade aumentada para proporcionar uma interação do usuário com o que vê à sua frente, ainda mal começou a dar os primeiros passos e uma nova tecnologia ainda mais promissora já começa a ser desenvolvida. Pesquisadores das Universidades de Washington, nos EUA, e Aalto, na Finlândia, criaram uma lente de contato que mostra informações para o usuário em tempo real, em uma situação parecida à que acontecia com as máquinas da série de filmes “O Exterminador do Futuro”.

Os resultados dos primeiros testes da lente de contato, aplicadas aos olhos de um coelho, foram publicados pela primeira vez em 2011 no Journal of Micromechanics e Microengineering. Na época, o protótipo utilizado na cobaia continha apenas um pixel de informação, que aparecia para o animal como um pequeno ponto de luz. Mas os cientistas dizem que os resultados obtidos na época são suficientes para provar que o novo conceito pode levar a uma etapa de “comunicação de mãos livres”, no caso do uso por seres humanos.

A ideia é que as lentes “biônicas” – como os pesquisadores as chamam – possam ser usadas para ler e-mails ou receber notificações importantes do próprio usuário a partir de outro dispositivos, como celulares. Os cientistas dão como exemplo pacientes diabéticos que têm informações sobre seus índices de glicose no corpo.

As lentes usam circuitos de metal com apenas alguns nanômetros de espessura, o que equivale a cerca de um milésimo da largura de um fio de cabelo humano. A energia da lente é fornecida por uma antena, embutida na própria lente, que recebe carga por meio de frequências de rádio vindas de uma fonte externa. As informações visuais são transmitidas da lente para um chip, feito de safira transparente, que contém um único e minúsculo ponto de luz de LED, com apenas um terço do diâmetro da lente.

Distância focal

Uma das características mais básicas da focalização de imagens do olho humano acabou sendo um dos maiores obstáculos para a criação dos primeiros protótipos da lente de contato “biônica”. Para enxergar objetos, o olho humano necessita de uma distância focal mínima de vários centímetros – o que era um desafio para a visualizar imagens que se formam na própria lente, poucos milímetros à frente da superfície dos olhos.


Protótipo da lente de contato durante testes em coelhos.

Para contornar isso, os cientistas incorporaram na lente de contato uma série de outras microlentes, para criar o efeito conhecido como “difração de Fresnel”, o que ajudou a “corrigir” a distância focal das imagens. Os ajustes mostraram resultados positivos nos testes feitos com os coelhos. Os pesquisadores esperam poder inserir biossensores nas lentes. para que informações de saúde possam repassar informações em tempo real ao usuário.

“Se esses monitores forem implantados com sucesso (nas lentes de contato), eles poderiam mudar radicalmente a natureza da interação entre os seres humanos e a informação visual”, afirma Babak Parviz, professor de engenharia elétrica da Universidade de Washington.

Com informações do Ecouterre.com

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador