Jornal GGN – Um movimento de colaboração institucional foi firmado recentemente com vistas a ajudar a criar ecossistemas regionais de inovação e potencializar o empreendedorismo de alto impacto. A ideia partiu do Conselho Superior de Inovação e Competitividade (Conic), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A iniciativa foi estabelecida e sintetizada no documento “Visão de Futuro (2022), Competitividade & Inovação – Políticas públicas e startups”, apresentado no encerramento da 14ª Conferência Anpei.
“O documento foi construído por um processo participativo de dezenas de especialistas, empresários, acadêmicos e empreendedores”, afirma Rocha Loures, presidente da Conic-Fiesp, que afirma ainda que o levantamento serviu para fundamentar propostas de mudanças nas políticas públicas específicas para startups. Uma das conclusões do estudo foi a necessidade de se utilizar mecanismos constitucionais e políticos para fomentar o empreendedorismo de alto impacto.
“O desafio é fazer investimentos focados em áreas prioritárias cujos retornos são mais significativos para a geração de riqueza e bem estar social. É preciso também elaborar políticas e leis específicas”, diz Loures. “Concluímos que para se fomentar a cultura de inovação é preciso promover as startups como força motora do desenvolvimento do país. Por isso estamos constituindo forças-tarefa de mobilização”. A ideia, segundo ele, é promover uma mudança de paradigmas.
Diretrizes
Um dos pontos principais do levantamento é a necessidade de valorizar os ecossistemas regionais de empreendedorismo. “As políticas públicas para esse setor precisam ser formuladas e acionadas de forma compartilhada por todas as partes interessadas”, declarou Loures. O documento indica também as causas que inibem o reconhecimento do potencial do Brasil como líder inovador e limitam formulações específicas para que governo, universidades e empresas criem uma cultura capaz de transformar o país em um modelo de inovação em escala internacional.
Além disso, é preciso dispor de indicadores de inovação e competitividade, que no Brasil são extremamente limitados. É preciso ainda aprimorar o elenco de políticas públicas disponíveis. “E, por fim, precisamos enfrentar nossos problemas de governança. Em São Paulo, por exemplo, tivemos um grande esforço nos últimos 10 anos e o Estado investe em inovação na proporção um país desenvolvido, mas os resultados são ainda praticamente inexistentes. Isso acontece porque, sem governança, os trabalhos acontecem desconectados”, declarou Loures.
O documento contém uma agenda de oficinas regionais temáticas realizadas entre junho e setembro. Em outubro, durante o Congresso Nacional de Inovação, também será lançada uma plataforma web para validar as propostas iniciais da agenda.
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