INPE desenvolve combustível espacial limpo e mais barato

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Foto: Inpe

Do Clube da Engenharia

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais desenvolve combustível limpo e mais barato
 
O Laboratório Associado de Combustão e Propulsão (LCP) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desenvolveu um sistema limpo e mais barato para propulsão de foguetes e motores de satélites geoestacionários. O novo combustível, à base de etanol e etanolamina, é combinado à água oxigenada concentrada (peróxido de hidrogênio). Tem uma eficiência próxima a dos propelentes tradicionais – que utilizam hidrazina e tetróxido de nitrogênio –, mas sem a sua toxicidade e a custo bem menor, afirma o chefe do LCP, Ricardo Xavier, responsável pelo projeto.
 
O desenvolvimento tecnológico contou com financiamento de R$ 150 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e é parte do trabalho de doutorado de Leandro José Maschio, da Escola de Engenharia da USP, em Lorena, orientado pelo chefe do LCP/Inpe. O processo, segundo Xavier, será patenteado pelo Inpe.

 
O sistema é bipropulente: usa um elemento combustível (à base de etanol) e outro com papel de oxidante (a água oxigenada concentrada, ou peróxido de hidrogênio) – que vai “doar” o oxigênio para o combustível conseguir queimar no espaço. É um sistema hipergólico, o que significa que, em contato, esses elementos permitem a ignição espontânea, sem necessidade de faísca. Aplica-se aos motores responsáveis por manter no espaço os satélites geoestacionários na posição correta. “O Brasil ainda não fabrica satélites dessa classe, mas é importante que domine essa tecnologia, porque em breve chegaremos lá”, afirma Xavier.
 
“A hidrazina é cancerígena; para trabalhar com ela é preciso toda uma ‘parafernália’ de segurança”, diz o pesquisador. “Por exemplo, usar escafandro durante a transferência de material, lavar tudo, tomar um cuidado extremo com o vazamento. E o tetróxido é fatal a uma exposição de dez minutos e a uma concentração de 200 ppm no ar. Ou seja, é estratégico para o país dispor de uma tecnologia não tóxica. E barata.”
 
A hidrazina e o tetróxido de nitrogênio importados custam, respectivamente, R$ 712,00/kg e R$ 1.340,00/kg. Já o peróxido de hidrogênio (popularmente conhecido como água oxigenada) é preparado no LCP por cerca de R$ 15,00/kg; e o combustível à base de etanol/etanolamina, por R$ 35,00/kg. “Etanol, água oxigenada, estes são componentes atóxicos e que contam com fornecedores locais”, ressalta Xavier.
 
O peróxido de hidrogênio é cedido pela Empresa Peróxidos do Brasil e concentrado no laboratório do INPE até 90% em peso. Localizado na unidade do instituto de Cachoeira Paulista, o LCP é o único laboratório no Brasil que concentra esse material para uso aeroespacial.
 
Fonte: Inovação Tecnológica/com informações do INPE

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5 Comentários

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  1. Esse Governo vendido

    Esse governinho vendido lotado de ladrões são capazes de vender essa maravilha por preço de banana.

    Me deu até frio na barriga quando vi que foi justamenteneste momento que se anuncia este desenvolvimento impressionante da nossa inteligencia nacional.

  2. Pra que? Pra entregar de

    Pra que? Pra entregar de graça para estrangeiros? Ou para justificar a entrada da Lava Jato no Inpe, a mando dos americanos, e prender mais cientistas brasileiros?

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