Material inovador pode ajudar a combater marés negras

Químicos especializados fabricaram folhas nanométricas de nitrato de bário, um material artificial extremante rígido, com estrutura hexagonal espessa de apenas alguns átomos. Graças à forma de sua estrutura, as folhas do novo material são extremamente porosas, com uma superfície de contato impressionante: 1.425 m² por grama, o equivalente a um terreno de 35 m por 40 m em só um pequeno punhado de nitrato de bário.

Esse material é capaz de absorver 33 vezes o seu peso em petróleo ou em solventes orgânicos, enquanto flutua na superfície da água, afirmaram cientistas em um estudo publicado na revista científica britânica Nature.

A forma e as propriedades desse material lembram as do grafeno, “material milagroso” que rendeu o prêmio Nobel de Física a dois cientistas russos em 2010. Mas enquanto o grafeno é negro e um excelente condutor de eletricidade, o nitrato de bário é branco e um bom isolante. Por isso se chama “grafeno branco”. O novo material revolucionário poderia servir para lutar contra as marés negras, afirmam cientistas que experimentaram as propriedades anticontaminantes do nitrato de bário.

Segundo as experiências realizadas pela equipe de Weiwei Lei, do Institute for Frontier Materials da Universidade de Deakin, na Austrália, estas nanofolhas podem capturar em tempo recorde grande quantidade de substâncias e absorver até 33 vezes seu peso em hidrocarbonetos e solventes orgânicos.

Além disso, são ultraleves e flutuam na superfície da água, inclusive após ter absorvido contaminantes, o que é ideal para tratar uma maré negra ou purificar uma extensão de água, informaram especialistas.

Outra vantagem é que essas folhas de “grafeno branco” podem ser limpas facilmente e reutilizadas até cinco vezes, sem perder seu poder de absorção.