Nasa revela ‘verdadeira’ forma da Nebulosa do Anel

Mais recente imagem da Nebulosa do Anel revela detalhes antes desconhecidos.
(Crédito: Nasa.com)

A Agência Espacial Norte-americana (Nasa) publicou, nesta quinta-feira (23), uma nova imagem da conhecida Nebulosa do Anel, situada a dois mil anos-luz de distância da Terra. Feita a partir de uma compilação de imagens do telescópio espacial Hubble e de telescópios terrestres, a fotografia digital mostra um formato diferente das imagens anteriores, revelando uma estrutura mais complexa do que os astrônomos pensavam e que permitiu a construção de um modelo em três dimensões do corpo celeste.

O pesquisador C. Robert O’Dell, da Universidade de Vanderbilt, em Nashville, Tennessee, coordenou a equipe de cientistas que utilizou o Hubble e vários outros telescópios terrestres para obter o que a Nasa já classifica como “a melhor visualização” da nebulosa. Pela nova imagem, os cientistas puderam identificar mais detalhes da composição da nebulosa, com uma densa nuvem de gás em “forma de barril” e formações coloridas que identificam as temperaturas e composições químicas.

A região azulada, na área interna, é formada basicamente por gás hélio e é a área mais quente, envolvendo a Anã-Branca – ponto luminoso no centro da imagem – que deu lugar à antiga estrela morta que ocupava o lugar da nebulosa. As áreas mais externas – verdes, amareladas e avermelhadas – são as mais frias.

“Com detalhes do Hubble, vemos uma forma completamente diferente do que foi pensado historicamente para esta clássica nebulosa”, afirma O’Dell. “As novas observações do Hubble mostram a nebulosa em detalhes mais claros, e vemos que as coisas não são tão simples como se pensava anteriormente”.

Imagens anteriores eram menos detalhadas que a mais recente
(Crédito: Nasa).

Estrela morta

A Nebulosa do Anel mede cerca de um ano-luz de diâmetro, o que significa que, para cruzá-la de uma ponta a outra, uma espaço-nave levaria um ano – isso se ela fosse capaz de viajar na velocidade da luz. Localizada na constelação de Lira, a nebulosa é um alvo popular para os astrônomos amadores. Assim como todos os corpos celestes do tipo, a Nebulosa do Anel é resultado do colapso de uma estrela antiga, ou seja, a “morte” de uma estrela.

Quando ela sai de sua fase de maior vigor – situação atual do nosso Sol – a estrela vai consumindo o gás hélio e o hidrogênio de seu interior. Em uma situação mais adiantada, a estrela se torna uma gigante-vermelha (situação atual de uma das maiores estrelas conhecidas, VY Canis Marjoris) até que entra em colapso e explode em uma super-nova: um dos eventos cósmicos mais impressionantes da astronomia. Os “restos mortais” da estrela são as nebulosas.

A Nebulosa do Anel surgiu há pelo menos quatro mil anos e vai manter a expansão de seus gases na faixa dos 43 mil quilômetros por hora pelos próximos dez mil anos, quando todo o material resultante se fundir com o meio interestelar. De acordo com os cientistas, estudá-la pode trazer informações mais precisas sobre a morte do Sol, o que deve acontecer em cerca de 6 bilhões de anos. O nosso Sol é menos massivo do que estrela que deu origem à Nebulosa do Anel.

Além do Hubble, a nova imagem da nebulosa utilizou compilações de capturas do telescópio do Observatório Internacional no Arizona e dados espectroscópicos do Observatório San Pedro Martir, no México.

Redação

1 Comentário

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  1. Verdadeira forma da nebulosa do anel

    Excelente reportagem.

    Estou apreciando muito estas reportagens sobre física, biologia, ciência em geral e inovações que o jornal está apresentando. É importante sabermos das novas descobertas para entendermos melhor o Universo em que vivemos. E, logicamente, entendermos melhor a nós mesmos.

    Apreciaria também que, com o tempo, o jornal pudesse colocar um comentário breve de alguém da área, informando a importância da descoberta e que perguntas ela suscita para novas pesquisas.

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