Neurocientista apresenta ‘barata-robô’ controlada via celular

Jornal GGN – Líder de uma corrente de pesquisadores que tenta incentivar jovens no estudo do cérebro, o neurocientista Gregory John Gage vai apresentar, esta semana, no evento TEDGlobal, o “RoboRoach” – projeto de uma barata que pode ser controlada por celular a partir do implante de eletrodos em suas antenas. Um dos mais prestigiados eventos voltados à tecnologia, design e entretenimento, a edição anual do TEDGlobal acontece na cidade de Edimburgo, na Escócia.

Em um vídeo publicado no YouTube, Cage ensina, passo a passo, como fazer a “barata-robô”. Ele usa pequenos eletrodos implantados nas antenas dos insetos, que são cortadas para esse fim. O cientista também cola uma base eletrônica na cabeça da barata, dispositivo que, posteriormente, vai receber o encaixe de outro dispositivo ligado a um pequeno circuito eletrônico que ficará no tronco do inseto.

O neurocientista afirma que os insetos não sofrem durante o processo, já que ele utiliza água gelada em várias etapas do implante dos dispositivos mais invasivos, como os fios que são inseridos nos canais das antenas. Inclusive, antes de começar todo o procedimento, Greg Cage deixa o inseto submerso na água gelada para “anestesiar” a barata. Quando completo, o conjunto lembra uma pequena mochila nas costas do inseto, com LEDs que acendem de acordo com os comandos enviados.
 

Nas escolas

Uma das primeiras versões do experimento foi feita com um pequeno controle remoto, mas a técnica foi aprimorada e, agora, os comandos de movimento – direita, esquerda, frente, trás – são enviados por meio de um aplicativo de celular. Cage explica que as técnicas utilizadas são as mesmas empregadas em tratamentos contra Mal de Parkinson e em implantes auditivos em seres humanos.

A ideia do projeto é que os kits que transformam as baratas em robôs sejam utilizados em escolas para auxiliar os professores de ciências em aulas sobre o cérebro humano. Apesar de afirmar que os insetos não sofrem, uma vez que, posteriormente, as baratas passam a ignorar os estímulos eletrônicos e assumem novamente sua própria vontade, organizações do Reino Unido voltadas à prevenção contra a crueldade em animais já demonstraram preocupação com o projeto. Para essas organizações, é possível ensinar sobre o cérebro sem, necessariamente, causar danos permanentes nos insetos.

Vídeo com as instruções para criar a “barata-robô”:
 

 

Redação

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