Núcleo atômico em forma de pera pode indicar nova força na natureza

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Cientistas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla em inglês) estão especulando a existência de uma quinta força fundamental na natureza além da gravidade, eletromagnetismo e forças nucleares forte e fraca. Se confirmada, a hipótese pode ajudar os cientistas a tentar desvendar um dos maiores mistérios da astrofísica moderna.

A hipótese começou a ganhar força a partir de 1993, quando houve a descoberta de núcleos atômicos alongados ou em formato de pera, ligeiramente deformados em relação à forma esférica padrão criada pelo equilíbrio entre todas as forças.

Agora, os cientistas do CERN já confirmaram o formato de pera nos núcleos atômicos do rádio 224 e do radônio 220, além do rádio 226 – primeiro a ser descoberto com esse formato, nos anos 90.

De acordo com o modelo cosmológico do Big Bang, que explica o surgimento do Universo, quantidades iguais de matéria e de antimatéria foram criadas, mas esta última ainda é um mistério. A assimetria entre os dois elementos, de acordo com os cientistas, seria explicada a partir de uma hipotética quinta força ainda não identificada – mas que agora começa a dar evidências de que existe de fato.

A deformidade dos núcleos atômicos descobertos acontece porque os prótons estariam sendo empurrados para longe do centro do núcleo por alguma força nuclear ainda desconhecida – as forças nucleares são fundamentalmente diferentes de forças esfericamente simétricas, como a gravidade. “O formato de pera é especial. Ele significa que os nêutrons e os prótons que compõem o núcleo estão em posições ligeiramente diferentes ao longo de um eixo interno”, explicou Tim Chupp, um dos cientistas da equipe.

Cientistas do CERN já consideram as evidências fortes o suficientes para apresentar especulações. Um dos modelos já apresentados pelos cientistas propõe que alguns núcleos atômicos devem gerar um fraco campo magnético – hipótese que poderá ser testada com os núcleos em formato de pera porque, se essa polaridade magnética realmente existe, então os núcleos-pera deverão apresentar esses dipolos mais fortes do que os núcleos esféricos. “Vendo o quadro mais amplo possível, estamos tentando entender tudo o que observamos diretamente, e também o que observamos indiretamente, para tentar explicar o que aconteceu para que nós estivéssemos aqui”, concluiu Chupp.

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