Tráfego de e-mail dá pistas sobre ameaças no local de trabalho

Jornal GGN – Funcionários que pretendem ou estão fazendo ataques à rede das empresas nas quais trabalham podem ser identificados a partir do tipo de linguagem que usam em e-mails, dizem psicólogos da Universidade de Lancaster, na Inglaterra. Os crimes vão do roubo no trabalho até fraudes, pirataria e sabotagem, que resultam na perda de milhões de libras para as empresas.
 
O estudo descobriu que uma análise da linguagem dos funcionários usada nos emails internos conseguiu identificar a identidade de 80% a 90% das pessoas que roubam informações confidenciais e as passam adiante. A análise revelou que, muito mais autocentrados, os atacantes usam palavras como “eu”, “meu” e “me” e uma linguagem mais negativa, em comparação com seus colegas de trabalho.
 
Os pesquisadores também descobriram que os funcionários que realizam um ataque interno usam imitam menos a linguagem dos seus colegas. Essa redução no mimetismo, que sugere uma distanciamento involuntário social por parte dos atacantes, aumentou ao longo do tempo, de tal forma que até o final da simulação, foi possível para os pesquisadores, por meio de métricas combinadas, identificar a identidade 92,6% deles.
Liderados pelo professor Paul Taylor, da Universidade de Lancaster, os pesquisadores criaram um ambiente simulado de seis horas de trabalho parecido ao usado normalmente em investigações sobre crime organizado. Os 54 participantes foram divididos em equipes diferentes, que tiveram que trabalhar juntas para coletar e compartilhar informações sobre os “suspeitos”.
 
Um em cada quatro participantes foi convidado a se tornar um “infiltrado”, de forma encoberta, para obter informações sem o conhecimento dos outros e de passá-las para um terceiro. Os pesquisadores analisaram, então, os emails que os participantes enviaram uns aos outros, como parte de seu trabalho de simulação, observando indicadores conhecidos de emoção e de coesão social.
 
Segundo Taylor,  “o ato de conduzir um ataque interno traz desafios cognitivos e sociais que podem afetar o comportamento de um criminoso no dia a dia do trabalho”. O professor acrescenta que a análise procurou essas mudanças no tráfego de e-mail de uma organização, e “encontrou maneiras sutis e diversas pelas quais os infiltrados diferem de seus colegas de trabalho “. Os pesquisadores concluíram que os resultados demonstram “como a linguagem pode fornecer uma maneira indireta de identificar as pessoas envolvidas em um ataque interno “.
A pesquisa “Detecção de ameaças internas por meio da mudança de linguagem” foi publicada na revista Law and Human Behavior, da American Psychological Association.
 
Com informações do Phys.org
Redação

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