Jornal GGN – O deputado federal Luis Miranda (DEM) disse à CPI da Covid no Senado, na noite desta sexta (25), que Jair Bolsonaro teria “dado a entender” que “não tem força” para combater o “grupo” do deputado federal, líder do governo na Câmara e ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Barros é suspeito de favorecer empresas ligadas a Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, a representante da Bharat Biotec no Brasil para o fornecimento da vacina Covaxin.
Sem citar o nome de Barros, Miranda disse à CPI que no encontro de 20 de março de 2021, quando levou a Bolsonaro as suspeitas de corrupção no contrato da Covaxin com o Ministério da Saúde, a reação do presidente foi digna de quem está com as mãos atadas.
“Bolsonaro cita pra mim assim: ‘vocês sabem quem é, né? Vocês sabem que ali é foda e tal. Se eu mexo nisso aí, vocês sabem que merda que vai dar. Vocês sabem que é o fulano, né?'”
O “fulano”, embora Miranda tenha evitado citar o nome durante toda a oitiva da CPI, seria Ricardo Barros.
Miranda continuou: “O que que eu senti foi que o presidente, apesar de toda força que demonstra, de tudo que a gente conhece, ele, nesse grupo específico [de Ricardo Barros], ele, na minha percepção, não tinha força para combater. Ele deu o nome, mas não deu certeza. ‘Isso é coisa do fulano, puta merda’. Bateu na mesa. ‘Vou acionar a PF’.”
Na quinta-feira, a Polícia Federal confirmou que não há nenhum inquérito em andamento para investigar a contratação da Covaxin. “Não foi conivência dele [Bolsonaro], foi por estar de mãos amarradas”, disse Miranda, tentando minimizar o fato de que Bolsonaro não mandou investigar o esquema narrado.
Presidente da CPI, o senador Omar Aziz destacou que além de não mandar a PF investigar, Bolsonaro também manteve Barros no cargo de líder do governo na Câmara.
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