A guerrilha ambiental deixa a Exxon de joelhos

Segundo Charles Penner, que liderou o fundo, a intenção era dar um tempo para a Exxon desenvolver uma nova estratégia, de prazo mais curto, para fazer frente às crescentes pressões por redução do efeito carbono.

As plataformas digitais, permitindo a organização de pequenos investidores, conseguiram sua façanha mais expressiva. Foi criado um fundo hedge, o Motor no1, que decidiu pressionar a ExxonMobil a se posicionar em relação às mudanças climáticas. O nome foi retirado de uma placa do Corpo de Bombeiros de São Francisco e foi lançado em dezembro. Conseguiu emplacar 4 diretores para o conselho da empresa.

Na votação da semana passada, a Exxon chegou a atrasar a votação enquanto saía à cata de procurações de outros acionistas. No final da votação, a Exxon anunciou que o Motor no 1 conseguiu eleger dois diretores. O fundo espera emplacar um terceiro, quando a contagem terminar.

Curiosamente, o fundo detém uma participação de apenas US $50 milhões em uma empresa de US $250 bilhões.

Alguns dos diretores foram apoiados pela BlackRock e Vanguard, os dois maiores acionistas da Exxon, em uma advertência à administração da empresa.

Não apenas o clima foi preponderante, mas também o baixo desempenho da Exxon nos últimos anos. A visão dos ambientalistas é que a mudança de foco melhora o desempenho da empresa, desde que tenha um plano estratégico adequado. Foi citado o exemplo da British Petroleum, que investiu 1 bilhão de dólares para adquirir metade de um parque eólico e foi punida pelo mercado.

Segundo Charles Penner, que liderou o fundo, a intenção era dar um tempo para a Exxon desenvolver uma nova estratégia, de prazo mais curto, para fazer frente às crescentes pressões por redução do efeito carbono.

A empresa produz atualmente o equivalente a quase 4 milhões de barris por dia, 4% da produção mundial, e tem plano de longo prazo para novos projetos nos EUA e ao largo da costa da Guiana.

Luis Nassif

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