Big day, but sad, por Ricardo Mezavila

Esse escândalo, que é considerado uma 'bala de prata' contra Bolsonaro, pode ser digerido pela pança do ex-ministro da saúde, general Eduardo Pazuello, a quem Bolsonaro diz ter repassado o conteúdo da grave denúncia

Agência Brasil

Big day, but sad

por Ricardo Mezavila

A grande notícia do dia 23 de junho veio do plenário do STF, que confirmou por 7 votos a 4, a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no caso do tríplex do Guarujá, em que o ex-Presidente Lula foi injustamente condenado. 

Luis Inácio Lula da Silva é, definitivamente, um cidadão livre que goza de plenos direitos políticos, podendo concorrer nas próximas eleições. Sérgio Moro é persona non grata, pária mundial, que vai passar o resto da vida ‘na engorda‘ dentro de um cativeiro de humilhações. 

Lula é aquele personagem que a história preparou para ilustrar as suas páginas. Será uma luz de esperança e de luta para a classe trabalhadora, para os povos indígenas, para as minorias perseguidas por uma elite atrasada. 

Paradoxalmente, a notícia da exoneração do ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, seria para ser comemorada, não fosse Salles um contrabandista de madeira que deu prejuízo ao meio ambiente e ao comércio. Cabe à Polícia Federal investigar seus crimes e à justiça conduzi-lo ao sistema prisional. 

Outra grande notícia, porém triste, devido a sua gravidade e por envolver diretamente a pandemia, veio de um deputado do DEM – DF, Luis Miranda, aliado do presidente da República que, juntamente com seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do ministério da saúde, denunciou um esquema de corrupção na compra da vacina produzida na Índia, a Covaxin. 

Os irmãos Miranda comunicaram diretamente a Bolsonaro que havia irregularidades no contrato. Bolsonaro prevaricou em não dar sequência à denúncia. À noite, Bolsonaro convocou sua tropa de choque liderada pelo ministro da secretaria-geral da presidência da república, Onyx Lorenzoni, para uma coletiva surreal em que, como gerentes de boca de fumo, intimidaram e coagiram os irmãos que vão depor sexta-feira na CPI do genocídio.     

Esse escândalo, que é considerado uma ‘bala de prata’ contra Bolsonaro, pode ser digerido pela pança do ex-ministro da saúde, general Eduardo Pazuello, a quem Bolsonaro diz ter repassado o conteúdo da grave denúncia levada às suas mãos pelos irmãos Miranda. A propósito, Pazuello continua no governo como escudo, para assumir eventuais culpas atribuídas a Bolsonaro enquanto durar a CPI. 

Ricardo Mezavila, cientista político

Este artigo não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Redação

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