“Falta coragem moral para o Barroso e sobra ativismo judicial”, diz Bolsonaro sobre CPI

"Se tiver moral, um pingo de moral, ministro Barroso, mande abrir o processo de impeachment contra alguns dos seus companheiros do Supremo Tribunal Federal", afirmou Bolsonaro em conversa com apoiadores.

Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) critica novamente o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal. Nesta sexta-feira (09), Bolsonaro afirmou que falta coragem ao ministro do STF, fazendo referência à decisão de Barroso no dia anterior, em que ele mandou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação do governo federal na pandemia.

Em frente ao Palácio do Alvorada, durante uma conversa com um grupo de apoiadores, Bolsonaro afirmou que o ministro faz “politicalha dentro do Senado Federal”. O presidente da República ainda citou os pedidos de impeachment protocolados no Senado contra ministros do STF.

“Se tiver moral, um pingo de moral, ministro Barroso, mande abrir o processo de impeachment contra alguns dos seus companheiros do Supremo Tribunal Federal”, afirmou Bolsonaro em conversa com apoiadores.

“Barroso, nós conhecemos teu passado, a tua vida, o que você sempre defendeu, como chegou ao Supremo Tribunal Federal, inclusive defendendo o terrorista Cesare Battisti. Então, use a sua caneta para boas ações em defesa da vida e do povo brasileiro, e não para fazer politicalha dentro do Senado Federal”, afirma Jair Bolsonaro.

Em declaração gravada por um canal bolsonarista e compartilhada pelo chefe do Executivo, Bolsonaro alega que a decisão de Barroso é “uma jogadinha casada” entre o Supremo e a bancada de esquerda do Senado “para desgastar o governo”.

Nas redes sociais, o presidente continua na mesma pauta: “Falta-lhe coragem moral e sobra-lhe imprópria militância política.” Já em entrevista para a CNN Brasil, Bolsonaro afirma que “não há dúvida de que há uma interferência do Supremo em todos os Poderes”.

Ainda durante a entrevista, o presidente questiona as investigações relacionadas ao governo federal. “Por que a CPI? é CPI para investigar as ações do governo federal. Por que não bota estadual e municipal? Nós fizemos a nossa parte. O Pazuello comprou vacinas no ano passado”, disse.”Está na hora, em vez de ficar procurando responsáveis, unir o Supremo, o Executivo e o Legislativo na busca de soluções. Em que vai levar a abertura de uma possível CPI?”.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que vai seguir a ordem do ministro Barroso, apesar de manter sua posição contrária à instalação da CPI durante a pandemia. Pacheco ainda disse que a comissão neste momento será um “ponto fora da curva” e que pode “ser o coroamento do insucesso nacional no enfrentamento da pandemia”.

Alguns senadores criticaram o que consideraram ser uma interferência indevida do Judiciário no Legislativo, quando Rodrigo Pacheco afirmou que as audiências da CPI podem ser uma antecipação da corrida eleitoral em 2022 e servir de “palanque político” para potenciais candidatos.

Agora, a corte irá analisar a decisão e o caso será julgado entre o dia 16 e o dia 26 de abril. Nesse período, os magistrados deverão incluir seus votos no sistema.

Em resposta aos ataques, Barroso explica que a CPI está dentro dos três requisitos previstos na Constituição. São eles: assinatura de um terço dos senadores; indicação de fato determinado a ser apurado; e definição de prazo certo para duração. A oposição conseguiu recolher 32 assinaturas, 5 a mais que as 27 necessárias.

Redação

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