Mineira Paula Oliver lança Quero Voar

Com letras que falam de assédio e empoderamento feminino, sambista apresenta álbum de estreia – part. Especial Dudu Nobre

Com letras que falam de assédio e empoderamento feminino, sambista  apresenta álbum de estreia – part. Especial Dudu Nobre

 Jornal GGN – “Você não me permite respirar. Estou passando mal, é um sufoco. Até meu celular quer confiscar, precisa ter respeito pelo outro”. Assim começa o samba da mineira Paula Oliver Quero Voar e que dá nome ao seu primeiro EP, que acaba de lançar. Com temas relacionados ao empoderamento feminino ou até mesmo sobre assédio no samba, a cantora e compositora conta com parcerias preciosas na sua estreia, como Xande de Pilares, Dudu Nobre e Milton de Mori. O álbum já está em todas as plataformas digitais.

Gravado remotamente em função do isolamento social, o disco é composto pelos sambas A Cantada (Aldecir Jardim / Cello Garcia), Quero Voar (Aldecir Jardim, Cello Garcia e Paula Oliver), Lembranças (Aldecir Jardim, Cello Garcia e Paula Oliver), sendo essas três faixas com arranjos de Milton de Mori e Reza Forte (Dudu Nobre / Xande de Pilares), com arranjos de Rildo Hora. Milton de Mori (violões de 6 e 7 cordas, banjo e cavaquinho), Dudu Oliveira (Sax tenor e flauta), Fabiano Segalote (trombone) e Paulo Henrique de Mori (pandeiro, surdo, tantã, repique de mão, tamborim, agogô e ganzá) acompanham Paula nas três primeiras músicas.

Este trabalho traz um grito de libertação e de esperança para todas as mulheres. “Eu não quero gaiola, eu só quero voar! Com asas de andorinha, acompanhada ou sozinha, vou continuar” são versos que reforçam Paula como uma compositora atenta ao que as mulheres sofrem ao fazerem suas escolhas na vida, e traz esses assuntos para a roda de samba: “Deixa de ser malandro, com essa conversa não vai me ganhar. Tua fama tá correndo solta, só se eu for louca pra me entregar”, é trecho do partido alto A Cantada.

Foi num momento de repouso forçado, provocado por um pé quebrado em 2016, que Paula começou a questionar se já tinha conquistado tudo na vida. Formada em Direito, se preparando para ser juíza, tendo sido assistente de desembargador com passagens por Belo Horizonte, Campinas entre outras cidades do país, foi mesmo em Pouso Alegre (MG), onde mora, que chegou a conclusão: queria cantar. Foi então que se dividiu entre o trabalho na área jurídica, a criação de quatro filhas e na busca de seu sonho. Passou a estudar canto, se apresentou em igrejas e se arriscou em concursos, como o Festival Nacional de MPB de Ilha Solteira (SP), em 2017, com a canção Valsa da Pequenina (Amauri Falabella), ficando entre as finalistas e no Festival Nacional de MPB de Paraty (RJ).  Em 2019, também participou do programa Canta Comigo, da Rede Record.

Foi vocalista da Meyer Big Band e contralto no ensemble do Stúdio Marconi Araújo em São Paulo. Paula segue estudando e se conectando cada vez mais  com a música e com os músicos, num processo de autoconhecimento e muitas descobertas. No meio da pandemia, o término de um casamento de 24 anos foi o estopim para suas primeiras composições. “Quero Voar é praticamente um pedido de socorro”, conta a cantora que atribui seu início de carreira ao despertar pessoal e espiritual.

Para conhecer, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=Nx0Ju-pp91w

 e https://www.youtube.com/watch?v=Fw0LDpAsAfE

Redação

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