Brasil confirma que rejeita ajuda financeira do G7 para a Amazônia

Após reunião com governadores e ministros, Planalto confirma que não vai aceitar os 20 milhões de dólares oferecidos para combater o fogo

Jornal GGN – O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou nesta terça-feira (27) ao G1 que o governo brasileiro decidiu recusar a ajuda de 20 milhões de dólares (cerca de 83 milhões de reais) oferecida pelo G7 (grupo das sete maiores potências econômicas do mundo) para combater os incêndios na Amazônia.

A oferta foi anunciada ontem (25) pelo presidente da França Emmanuel Macron, após uma crise diplomática que vinha se arrastando entre Brasil e o país europeu desde a semana passada.

“Agradecemos, mas talvez esses recursos sejam mais relevantes para reflorestar a Europa. O Macron não consegue sequer evitar um previsível incêndio numa igreja que é patrimônio da humanidade e quer ensinar o quê para nosso país?”, disse Onyx ao site de notícias se referindo ao incêndio na Catedral de Notre-Dame, ocorrido no dia 15 de abril.

“Ele tem muito o que cuidar em casa e nas colônias francesas. O Brasil é uma nação democrática, livre e nunca teve práticas colonialistas e imperialistas como talvez seja o objetivo do francês Macron”, completou.

Nesta segunda-feira (27), o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota sobre os mecanismos internacionais de financiamento ambiental disponibilizados apontando que o Brasil gerou Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) que resultaram na redução de 400 milhões de toneladas de CO2 no setor privado “equivalente por meio de vários projetos ambientais realizados”.

Em seguida, a pasta diz esperar da “França – e de outros países que porventura apoiem suas ideias – que se engajem com seriedade nessas discussões no âmbito da UNFCCC [Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima] ao invés de lançar iniciativas redundantes, com montantes que ficam muito aquém dos seus compromissos internacionais, e com insinuações ambíguas quanto ao princípio da soberania nacional”.

Pela manhã desta terça-feira, Bolsonaro disse que poderia repensar em aceitar a ajuda financeira da França se Macron retirasse os ‘insultos”. “Primeiramente, o senhor Macron deve retirar os insultos que fez à minha pessoa. Primeiro, me chamou de mentiroso. Depois, as informações que eu tive, de que a nossa soberania está em aberto na Amazônia”, disse.

“Então, para conversar ou aceitar qualquer coisa da França, que seja das melhores intenções possíveis, ele vai ter que retirar essas palavras e, daí, a gente pode conversar”, prosseguiu. “Primeiro ele retira, depois ele oferece e daí eu respondo.” Em seguida, Bolsonaro se reuniu com governadores dos estados compreendidos pela floresta amazônia e ministros para discutir resoluções às queimadas.

Macron anunciou a ajuda financeira para combater os incêndios na Amazônia durante o encontro do G7, na segunda-feira. A proposta de presidente francês era que os recursos fossem vinculados à cooperação com ONGs.

“Macron promete ajuda de países ricos à Amazônia. Será que alguém ajuda alguém – a não ser uma pessoa pobre, né – sem retorno? Quem é que está de olho na Amazônia? O que eles querem lá?”, questionou em seguida Bolsonaro.

Via Twitter, o presidente brasileiro ainda acrescentou: “Em conversa com o Presidente Iván Duque, da Colômbia, falamos da necessidade de termos um plano conjunto, entre a maioria dos países que integram a Amazônia, na garantia de nossa soberania e riquezas naturais”.

Leia também: ‘Temos que virar a página, houve excesso dos dois lados’, diz embaixador brasileiro na França

*Com informações do G1 e DW Brasil

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Redação

2 Comentários

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  1.  Tuitou bozo: “Em conversa com o Presidente Iván Duque, da Colômbia, falamos da necessidade de termos um plano conjunto, entre a maioria dos países que integram a Amazônia, na garantia de nossa soberania e riquezas naturais”.
    Para entregar ao trump, claro!

    Já outra ameba afirmou:
    ” O Macron não consegue sequer evitar um previsível incêndio numa igreja que é patrimônio da humanidade e quer ensinar o quê para nosso país?”, disse Onyx ao site de notícias se referindo ao incêndio na Catedral de Notre-Dame, ocorrido no dia 15 de abril.”
    Mas a gente também não deixou nosso museu lamber até as cinzas por falta de apoio e recursos?

    Mas graças ao Macron estes caras guardaram a lira, levantaram a bunda da cadeira e tentam fazer alguma coisa além de culpar ONGs e índios.

  2. Outra Saúde:

    “EUA NA JOGADA

    O patriotismo do governo Bolsonaro, que diz querer proteger a Amazônia de interesses estrangeiros, é interessante. Há pouco tempo o presidente revelou em entrevista: “Quando estive agora com Trump, conversei com ele que quero abrir para ele explorar a região amazônica em parceria”. Bom, a matéria de Lee Fang no Intercept mergulha fundo nessa parceria. Traz informações sobre documentos que mostram como lobistas republicanos favoráveis ao governo Trump iniciaram conversas com o governo brasileiro para promover o investimento empresarial na Amazônia.

    Em junho, o governador do Amazonas Wilson Lima (PSC) começou a trabalhar com o InterAmerica Group, uma empresa de lobby com sede em Washington DC, fundada por Jerry Pierce Jr., que foi chamado para representar o governo amazonense em reuniões com agências federais e o Congresso. O InterAmerica Group também já apresentou um pacote informativo montado para empresas americanas em nome do governador brasileiro, promovendo a região amazônica por seu potencial de desenvolvimento. Entre as “oportunidades” para empresas americanas estão mineração, agronegócio e indústria química de gás.”

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