O erro diplomático no caso do senador da Bolívia

GROSSEIRO ERRO DIPLOMÁTICO – Não tem explicação para o que aconteceu com o senador da Bolívia que estava na embaixada do Brasil, lá mesmo na Bolívia. 

Se o Estado boliviano não deu salvo conduto, o diplomata brasileiro jamais poderia trazê-lo para o Brasil. 

Jamais! 

E se o chanceler brasileiro Antonio Patriota sabia disso, não lhe cabia outra coisa que não fosse o pedido de demissão. E se não sabia (o que é o mais provável), também. 

Quanto ao diplomata brasileiro na Bolívia, tem mais é que ser exonerado do cargo mesmo. 

Imaginem se um diplomata do Reino Unido resolve transladar Julian Assange da Embaixada do Equador para o aeroporto e, consequentemente, para o próprio Equador (onde Assange já solicitou asilo), sem o devido salvo conduto britânico! 

Isto não existe em nenhum lugar do mundo! 

E não se trata de fazer juízo de valor sobre a conveniência ou não dos asilos ou dos salvos condutos, mas sim de se fazer cumprir as regras básicas da diplomacia internacional. 

Houve uma imperdoável quebra de hierarquia, um desrespeito ao direito internacional, ao Estado boliviano (que não concedeu salvo conduto) e ao Estado brasileiro (que não autorizou a vinda do senador boliviano). 

Lamento, mas o diplomata brasileiro errou, Antonio Patriota errou e Dilma Rousseff está coberta de razão. 

Agora o governo boliviano vai solicitar a extradição do senador e o governo brasileiro não terá como negar este pedido. Se negar, estará criado um desnecessário conflito diplomático.

De qualquer sorte, salta aos olhos a pronta ‘solidariedade’ prestada ao diplomata brasileiro pelos senadores Pedro Taques, Aloysio Nunes Ferreira e Agripino Maia, notórios oposicionistas dos atuais governos brasileiro e boliviano.

A investigação rigorosa sobre esse episódio é fundamental. Não se pode descartar que o diplomata Eduardo Saboia tenha agido instigado por parlamentares oposicionistas do Brasil e da própria Bolívia. 

A quem interessa criar este impasse diplomático? A Evo Morales e a Dilma Rousseff certamente que não.

No mais, além do caráter inusitado do episódio, apenas o velho resmungo interessado dos que reclamam porque a Bolívia negou o salvo conduto ao senador, mas que não reclamam do Reino Unido que nega, há meses, um salvo conduto para Julian Assange. 

Ou seja, os mesmos de sempre. Falam grosso com La Paz e fininho com Londres ou Washington.

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Por Ledour

Agora o governo boliviano vai solicitar a extradição do senador e o governo brasileiro não terá como negar este pedido. Se negar, estará criado um desnecessário conflito diplomático.

Como nao tera’ como negar, Assis? Recentemente o Brasil negou a extradicao de Cesare Batistti, notorio terrorista e homicida duplamente condenado pela Corte Italiana e da Uniao Europeia, para a Italia. 

Feio vai ficar se o Brasil atender a um provavel pedido de extradicao por parte da Bolivia, ai sim vai ficar evidente que a fuga espetaculosa, a la le Carre’ (vai dar um bom filme), foi tudo combinado entre os dois governos, Evo posa de heroi perante seu povo por capturar um senador corrupto fujao e Dilma se livra de Patriota (gaiato) a quem detestava.

Luis Nassif

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