A questão da prostituição e da exploração sexual

Sugerido por Almeida

Do blog Amazonas e Icamiabas

Profissional do sexo? Nunca conheci uma!

By Trisha Baptie

Eu fui uma prostituta por 15 anos e eu nunca conheci uma profissional do sexo. O nome deriva do filme Pretty Woman _ e das pessoas que apóiam e se beneficiam da mercantilização da mulher. Conheço mulheres prostituídas _ e eu mesma fui uma _ e estavam ali para fugir da pobreza, do racismo, do classismo, do sexismo e do abuso sexual.

Naquele tempo, eu lhes teria dito que era emponderador e libertador _ como eu poderia me olhar no espelho de outra forma? No entanto, meu coração se partia sempre que eu via cada nova garota entrando no “comércio”. E nenhum de nós quer que sua filha entre para essa indústria de sugadores de alma.

Eu sou contra o sexo como trabalho porque não afeta só as mulheres envolvidas mas todas as mulheres e nossa interação com o mundo. Aqui e em todo lugar,  mulheres _ quase todas empobrecidas e vítimas do racismo _ são obrigadas, coagidas, agredidas e levadas a esta indústria. É porque eu quero que TODAS sejam livres _ que eu sou contra a nossa venda como brinquedos de masturbação.

As pessoas, ás vezes, dizem: “Ela tem que pagar as contas”. Que tal oferecer-lhes educação, oportunidade, dignidade e um salário garantido que lhes permita viver bem? E se déssemos apoio ás crianças e fizéssemos uma rede de segurança, assegurando cuidados governamentais quando esse cuidado lhes faltasse? Existem outras maneiras de ajudar as mulheres sem oprimi-las.

 

Minhas amigas que ainda estão nas ruas, sabem o que faço e todas elas me apóiam. Por elas não quero que ninguém mais entre nessa vida. Assim, elas trabalham para colocar-se fora de perigo, e eu para ter certeza de que os homens serão presos antes de comprá-las.

Redução de danos? Você não pode fazer a prostituição “mais segura”, a prostituição é violência em si. É estupro, o dinheiro apenas propicia o alívio da culpa nos homens. Nós realmente acreditamos que eles não podem viver sem a necessidade de sair à procura de orgasmos frequentemente? E também, por que as mulheres são as únicas requisitadas a fazer exames de saúde para se certificarem de que estão “apropriadas” para o abuso deles? Por que não forçam os homens aos exames de saúde para a segurança das mulheres?

Por que institucionalizar o pior na humanidade? Nossa cultura impõe uma visão patriarcal da mulher, exigindo de nós a ter sexo sob demanda, arrancar nossos pelos, submeter-nos à cirurgia plástica… E se as mulheres fossem autorizadas a serem mulheres consideradas belas em suas diferenças? Fico triste de ver o quanto a sociedade influencia mulheres e garotas a agir como prostitutas.

Quanto à assim chamada “escolha” para ter relações sexuais muitas vezes por dia, com homens anônimos, minha experiência pessoal, pinta um quadro bastante diferente. Onde existe a prostituição, há tráfico humano, crime organizado, drogas e uma infinidade de outras atividades criminosas que nenhum país conseguiu se desvencilhar. Por que nós permitimos que uma parcela nos imponha seu individualismo, quando sabemos que a sociedade como um todo vai sofrer e serão as mulheres pobres e as mulheres negras, cujos direitos serão pisoteados para manter a oferta de sexo para os homens se perpetuando?

______________________________________

Trisha Baptie é uma ex-prostituta que vive em Vancouver. Livrou-se do vício das drogas e da rua há oito anos. Uma jornalista abolicionista, mãe e independente, que recentemente cobriu o julgamento do assassino de Robert Pickton para várias mídias.

http://www.wifp.org/ViolenceAgainstWomen.html

Tradução:  Arttemia Arktos

Redação

46 Comentários

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  1. Sexo e corpo? Ou miséria social e crime?

    (Coloquem por favor “o-a, os-as” no comentário, para não nos desviarmos do principal).

    Querer “acabar” com esta triste lado da humanidade é (infelizmente) como querer “acabar” com o “crime”.

    Faz parte da sociedade humana e de sua diversidade de caráter. E há múltiplas causas.

    O que não significa deixar de combatê-la, minimizá-la.

    Seja por dar APOIO e melhores condições à quem sofre suas mazelas (como também a drogados, etc.).

    Seja por criminalizar quem dela se beneficia (eminentemente os homens, mas também mulheres…) em condições reconhecidamente contrárias ao que qualquer um desejaria para si ou para os seus.

    Os que praticam a indução, a cafetinagem (também feita por mulheres, geralmente ex-prostitutas), ou mesmo pelos(as) usuários(as) que dela se servem.

    Mas quem vai acabar com as “acompanhantes” (escorts), que são prostitutas de luxo (uma questão de “preço”?), que não apenas não sofrem as típicas mazelas da prostituição, como sequer são estigmatizadas. Muitas são “prósperas e bem sucedidas”! Viajam, frequentam bons restaurantes, teatros, podem ser cultas, poliglotas…

    Quem vai acabar com a prostituição masculina (percebida como de senhoras do high society e seus belos ou fogosos garotões)?

    Quem vai proibir (ou controlar) alguém de pagar sexo pro alguém neste “alto nível”?

    Quem vai dizer que “casamentos” ou “ficagens” de milionárias com espécimes trimestrais ou semestrais que se beneficiam social e/ou financeiramente da relação não são uma forma de prostituição?

    Infelizmente, prostituição não é apenas e exatamente um problema de “sexo ou corpo” , mas, na maioria dos casos, de miséria social e criminosa.

    É bom compreender que o buraco é mais embaixo.

     

    1. Você pode até estar certo, mas o que diz nao é pertinente

      A prostituiçao de luxo, e a “venda indireta” (título sob o qual muitos casamentos podem ser incluídos…) realmente nao vao ser atingidas por nada que se faça ou nao se faça com relaçao à regulamentaçao da prostituiçao. Mas nao sao o foco do problema, e sim exatamente a prostituta pobre e sem amparo, vítima potencial (e geralmente real…) de violência e coaçao. A finalidade seria mudar essa situaçao, nao resolver esse outro tipo de prostituiçao “alta”. 

  2. Gosto dos argumentos

    Gosto dos argumentos dela.

    Mas eles servem para 90% dos trabalhos e empregos.

    É por isso que sou a favor da abolição do capitalismo, sistema de exploração do homem pelo homem, em que o ser humano é reduzido a objeto.

    Tampar essa realidade imensa e bater na tecla contra a prostituição não pode ser outra coisa que moralismo.

     

     

     

    1. Vc abordou um ponto

      Vc abordou um ponto importante.

      Em países de alto IDH, como Suécia, Canadá, Austrália, as jovens nativas deixam de ser prostitutas, mas também deixam de ser empregadas domésticas, faxineiras, garis, operárias, reservando tanto um trabalho quanto outro a mulheres oriundas de países de Terceiro Mundo, muitas delas imigrantes ilegais.

      Nesta discussão parece-se igorar que diversas atividades laborais, tal como operadoras de call center e atendentes de Mcdonald’s no Brasil, implicam em violação patente a higidez física e mental das trabalhadoras.

      1. É claro.
        Mas como ser

        É claro.

        Mas como ser explorado com trabalho doméstico ou rural não afeta o moralismo conservador, temos esse conjunto de sofismas sendo divulgado apenas em relação à prostituição.

        Querer proibir o corte (em condições subhumanas) de cana ou catadores de lixo, ah, disso não se fala.

        1. Então, toda empregada

          Então, toda empregada doméstica e cortadora de cana têm que irem para prostituição…todas serão felizes , satisfeitas e saltitantes….O sr. Jean Wyllis , ganha o papel de gay do ano,cumpre a sua meta, ajuda o ativismo gay . E  todas as miseráveis, semianalfabetas,  e exploradas, poderão participar da macha das vadias; e as loiras, lindas e belas,poderão “pertecer” ao grupo femen.Tudo patrocinado pelos simpatizantes da causa gay, sem interesse nenhum, só visando a felicidade das mulheres!. !….

    2. NAO É O MESMO! Se quiser comparar, compare c/ a escravidao

      A relaçao de trabalho normal pode ser exploradora, dura, etc e tal. Mas o trabalhador nao é violentado no próprio corpo, nao é submetido a maus-tratos físicos e morais (ou é, mas isso é proibido pela lei, e nao aceito e regulamenteado…). 

      Se quiser comparar, compare com a escravidao, onde o “dono” tem direito de submeter o escravo a castigos físicos e ao abuso sexual. Nenhuma sociedade atual aceita mais isso, nao é? 

      Falar que se vender é um “direito” é muita hipocrisia. Ninguém tem direito de vender um órgao, um filho… Há limites para tudo numa sociedade civilizada, nao se pode considerar que tudo é mercadoria. 

      Há benefícios previdenciários e de acesso a auxílio-doença e auxílio-desemprego na regulamentaçao. Há também uma certa proteçao contra o arbítrio policial. O ponto de discussao incide em se garantir esses direitos compensa ou nao compensa o reconhecimento à prostituiçao como algo natural que estaria sendo dado pela sociedade com a regulamentaçao. Tô começando a duvidar que compense. 

      Uma coisa que me veio à memória agora é uma luta que presenciei na França nos anos 70. Nao tenho certeza se a prostituiçao já era reconhecida, mas o Estado cobrava IR das prostitutas em cima de uma avaliaçao de ganhos. As prostitutas lançaram uma campanha contra o “Estado-cafetao”. Muitas nem podiam deixar a prostituiçao pelas dívidas de impostos… Porque regulamentaçao implica nisso também, né? Pagamento de impostos… Deve-se mesmo considerar que é um negócio como outro qualquer? 

    3. “favor da abolição do

      “favor da abolição do capitalismo, “

      Me conta agora o que vc colocaria no lugar?

      Vc não é contra o fim do capitalismo é contra o trabalho.

    4. 90 %??!! SÓ??!!

      Você ainda está muito esperançoso com o capitalismo, Leo.

      Não há nada de moralismo em discutir a prostituição no capitalismo. Essa instituição bárbara, ancestral, exploradora da primeira classe trabalhadora formada na antiquidade, as mulheres, ela é a essência do capitalismo; então, aumente pra cem o índice, pois nesta altura da história, está tudo prostituído. Discutir prostituição é uma teclinha mágica, destampa a realidade imensa.

      Reduzidos a objetos todos já fomos, os mais graduados se sentem instrumentos, o que não deixa de ser um objeto mas, nessa hierarquia, convenhamos, criaturas dotadas de humanidade virarem “brinquedos de masturbação”, isto fala muito alto sobre a miséria do machismo patriarcal, é hora de discutir a alienação promovida pelo capital em todas as esferas.

      Sobre trabalho, emprego, escravidão, prostituição, prostitutas, escravos e assalariados, você vai encontrar tudo bem descrito, logo nas palavras iniciais, do primeiro vídeo, da breve aula de um agente imperialista inglês do século XIX:

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=ecLXTNlrCBE%5D

      Assista esse filme genial completo:

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=tQBHr8pjGXI%5D
       

  3. E as milhões de moças que

    E as milhões de moças que preferem ser recepcionistas na revenda Volkswagen ganhando honetamente o salário mínimo, também não têm opção: faltam estudos e sobram sedução.

    Não acredito nessa senhora aí em cima: sua história está mais auto justificativa do que para arrependimento.

    1. Por que ela deveria “se arrepender”? De ter sido vítima?

      Por favor, nao traga esse moralismo de crente para a discussao, tá? 

      E, já que está vindo com esse discurso tao religioso, e que despreza tanto as prostitutas, espero que nunca tenha usado os serviços das moças, nao é mesmo? Porque isso sim seria assunto de arrependimento… Por colocar seu próprio prazer acima do respeito às parceiras, tratando-as como objetos do seu gozo. 

  4.  
    Uma vez,numa sala de bate

     

    Uma vez,numa sala de bate papo Uol.entrei com esse nick: Amante Profissional.

        Foi uma cachoeira de propostas e convites.

           Permaneci por uns dias teclando e anotei todas- inclusive com I P.

              Meses mais tarde ,meu sobrinho fez sua tese de mestrado do jornalismo com esse tema.

               Desde os primódios tempos de ”saLOOM” dos faroestes,passando pelos filmes de Al Capone( que explorava a prostituição) até as cafetinas mais refinadas de tantos filmes que não tinham como objetivo explorar o sexo,causa espanto que ”Uma linda mulher” seja catologado como pioneiro..

                 Pelo menos em dois filmes,Robertt Mitchum e John Wayne DISPUTARAM a mesma protistuta em dois espetaculares filmes.

                   E centenas e centenas de outros.

                  Desnecessário dizer que desde o tempo de Salomão ( ele inclusive) e muito antes dele, o homem se valia de prostitutas.

                Como não acredito em amor platônico( só serve pra mitologia grega e outras abstrações) acredito e sou testemunha que muitas prostitutas se casaraM e foram fiéis e felizes pra sempre.

                    Viu,sra. Bela da Tarde?

                     Ou vc está mais pra Anna Karenina?

                   ps: Me refirindo a Trisha Baptie E não ao autor do post. A sra. precisa ler.Não basta IMPRESSÕES pessoais.

  5. PL 4211/2012

    Jean meio a meio Wyllys

     

     

    “… y jamás se volvió a tener la menor noticia de ella ni se encontró el vestigio más ínfimo de su desgracia.” La increíble y triste historia de la cándida Eréndira y de su abuela desalmada, Gabriel García Marquez

     

    O deputado do PSOL é o autor do projeto de lei nº 4211/2012, que regulamenta a atividade dos profissionais do sexo. Caso a tolerância do Congresso Nacional a aprove teremos a lei Gabriela Leite. Acho que este nome comete uma grande injustiça. O Oscar Maroni deveria também ser homenageado. Segundo sentença do Tribunal de Justiça do estado de São Paulo que o absolveu, as meninas frequentavam a sua boate, ele como benemérito e filantropo não exigia participação na receita pelos serviços prestados. Um verdadeiro patrono para a causa, não é verdade senhores desembargadores paulistas e nobre deputado?

    A legalização da prostituição e a regulamentação da profissão, conforme o projeto do deputado Jean Wyllys, criará a figura do meeiro urbano. O empresário que explorar o ramo poderá ficar com até 50% da receita sobre os serviços, meio a meio. No passado para os socialistas um dos grandes exemplos da exploração do homem sobre homem era o latifundiário que exigia dos arrendatários das suas terras metade do produzido. Para avançar com a agenda politicamente correta do marxismo cultural vale tudo, até rasgar as velhas convicções, que como podemos notar são facilmente adaptadas quando interessa.

    Será lícito induzir e atrair um indivíduo para exercer esta profissão, tendo em vista que o Ministério do Trabalho assim já a considera, afinal o governo petista de Lula e Dilma a incluiu no Código Brasileiro de Ocupações, sob o nº 5198-05, profissionais do sexo, e o novo artigo 228 do CP vigerá com esta redação:

    Art. 228. Induzir ou atrair alguém à exploração sexual, ou impedir ou dificultar que alguém abandone a exploração sexual ou a prostituição:
     
    Tendo em vista que apenas a saída do ramo tem ressalvas contempladas, podemos até imaginar situações futuras. Uma pessoa atravessando grande dificuldade financeira e que tenha em seu círculo próximo alguém com atributos atrativos ao mercado poderá assediar ou induzir, sem violência ou grave ameaça, qualquer um sob a sua autoridade familiar ou profissional, desde que repassando a metade do valor recebido.

    A amoralidade do deputado socialista, Jean Wyllys, considera que a exploração sexual para indivíduos maiores de 18 anos, com o risco de no futuro esta idade limite ser reduzida, resume-se na realidade ao não recebimento da metade do faturamento, afinal grave ameaça ou violência fazem parte da tipificação penal de inúmeros outros crimes, iniciando-se pelo constrangimento ilegal. Transformará o corpo humano em mera mercadoria a ser negociada. Mais um exemplo do humanismo progressista e do politicamente correto.

  6. essa que desmonta??

    vai demontar a prostituição de luxo que está no país inteiro??

     

    Mansão no Park Way estava na rota da prostituição de luxo em BrasíliaUma mansão no Park Way, uma clínica de estética na Asa Sul e diversas quitinetes na Asa Norte e no Sudoeste são investigadas pela polícia como locais usados para festas e para a exploração sexual de luxo na capital federal

     

    Amanda Maia

    Publicação: 05/12/2013 06:02 Atualização:

    A polícia investiga se Vilma Nobre, presa na última segunda-feira, é dona de clínica de estética usada como fachada para encontros com garotas de programa (Ed Alves/CB/D.A Press) A polícia investiga se Vilma Nobre, presa na última segunda-feira, é dona de clínica de estética usada como fachada para encontros com garotas de programa
    Uma mansão no Park Way servia para festas animadas por garotas de programa agenciadas pelas cafetinas que controlavam a prostituição de luxo no Distrito Federal. Uma confraternização entre as meninas, políticos e empresários no imóvel estava inclusive marcada para o próximo sábado. A propriedade da casa e a origem do dinheiro para financiar os eventos são investigados pelos agentes que desencadearam o cerco à exploração sexual em Brasília, na última segunda-feira. Na ação, chamada de Red Light, eles prenderam nove pessoas, incluindo as quatro maiores cafetinas da capital. Entre elas, Jeany Mary Corner, 53 anos, pivô da queda do então ministro da Fazenda Antônio Palocci, em 2006.

    Investigadores da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) recebem informações sobre a casa desde o desencadeamento da operação. Na maioria dos casos, os dados chegam de vizinhos cansados da barulheira vinda das festas realizadas no imóvel, que, segundo eles, atraem dezenas de carros importados, homens engravatados e belas mulheres. Para os agentes, há fortes indícios de a mansão ser um dos pontos de encontro entre as prostitutas de luxo e os abonados clientes que se divertem, muitas vezes, com dinheiro público. O nome de ao menos um deputado federal nordestino é citado como frequentador das festas no Park Way e em outros pontos do DF, promovidas pela quadrilha.

    Como revelou o Correio ontem, suspeita-se que a lista da clientela esteja em três agendas, oito celulares e um computador apreendidos no apartamento de Jeany Mary, no fim da Asa Norte. Os agentes recolheram ainda oito cadernos. Neles, acredita-se estar a contabilidade do grupo. Além dela, chefiavam a quadrilha, dividida em três núcleos, três mulheres: Vilma Nobre, 44 anos; Marilene Oliveira, 49; e Ângela Castro, 49. As duas últimas seriam sócias. Todas acabaram presas na operação, que cumpriu nove dos 10 mandados. O único foragido, até a noite de ontem, era Geovani Nunes, 46. Ele e outros homens tinham a missão de arregimentar travestis e garotos, de acordo com os investigadores.

    Negócios paralelos
    Além da mansão no Park Way, policiais civis checam denúncias de diversas formas de exploração de mulheres, homens e travestis a serviço da quadrilha. Uma das informações diz respeito a uma clínica de estética, na Asa Sul, que pertenceria a Vilma Nobre. Tal comércio serviria, na verdade, como fachada para um ponto de prostituição.

     

    1. Isso nao importa muito.

      Nada que se diga nem contra nem a favor da regulamentaçao atingirá a prostituiçao de luxo. Essa tem outras condiçoes de exercício, e as mulheres têm mais poder relativo na história. Nao estao tao desprovidas de direitos quanto as prostitutas propriamente ditas. É para a defesa destas que se propoe a regulamentaçao (com ou sem razao nisso). 

      Senao tb teria que ser impedido o casamento por interesse, por ex. Quantas esposas nao teriam que ser consideradas prostitutas se a questao fosse julgada desse ponto de vista? 

      Gente, NAO É UMA QUESTAO DE MORAL. É uma questao de defesa da dignidade das pessoas sim, mas nao de moral. E uma questao de direitos sociais. Ponto. 

      1. Anarquista Lúcida..

        não coloquei como uma questão moral, se é que foi endereçado à mim seu comentário, meu intento é denunciar a hipocrisia reinante nessa questão da prostituição (exploração do corpo pelo dinheiro) que permeia toda a sociedade verticalmente..talvez a regulamentação sirva para assegurar direitos àquelas que estão na base da pirâmide dessa atividade.. na Capitalismo a prostituição é não só um instrumento de poder como segmento de mercado altamente rentável.. 

        1. Mas o que eu disse continua válido…

          Colocar a discussao da prostituiçao de luxo numa discussao como regulamentaçao implica que o objetivo seria acabar totalmente com a prostituiçao, e sugere uma motivaçao meio moral para isso (sugere, nao implica…). OK até como objetivo, mas um mínimo de realismo obriga a reconhecer que ele nao será alcançado, quiça na sociedade socialista, que nao é para amanhã, certo? Entao, o foco da discussao é a situaçao da maioria das prostitutas, especialmente das mais vulneráveis, nao aquelas que mal ou bem estao em condiçoes de dizer nao a pelo menos algumas das propostas e que têm condiçoes de sair disso se quiserem. Se a regulamentaçao é boa para as prostitutas comuns ou nao, boa para a sociedade como um todo ou nao, etc. 

          1. talvez vc se esqueça..

            talvez vc se esqueça que o pano de fundo do tráfico de mulheres seja a prostituição de luxo  que tb atinge meninas e mulheres de extrato social menos privilegiado, não tenho a ilusão de qualquer medida que resultará em “acabar totalmente com a prostituição”  mas algumas delas podem mitigar os efeitos danosos de tal atividade..pq não colocar a prostituição de luxo na discussão já que estamos falando de seres humanos sujeitos à exploração? estamos bem longe de uma  sociedade Socialista o que não interdita o debate sobre as mazelas do Capitalismo..sou a favor do PL..

          2. Acho q vc está enganado

            O pano de fundo do tráfico de mulheres é a busca de escravas brancas para bordéis. Prostituiçao de luxo se dá noutros ambientes, e os próprios clientes nao iriam se arriscar a um escândalo caso se envolvessem com escravidao. Nem com violência “além do limite” combinado. E em geral a prostituiçao de luxo atinge mulheres com mais “capital social” e simbólico, que têm mais alternativas. E elas nao estarao interessadas em regulamentaçao, até porque nem sempre se consideram prostitutas, têm categorias mais eufêmicas para designar suas atividades (scort girl, garota de programa, etc). 

      2. não

        Não é uma questão de moral? É de dignidade? E como você diz o que e o que não é digno? É preciso um sistema de valores…uma………..moral! Então é moral.  Sua frase se mostra incorreta por levar a que “koral = não moral”…. 

        duro ter que conviver com a lógica, não?

         

         

         

        1. Vc coloca uma premissa falsa no início…

          Dizer que a prostituiçao ofende a dignidade humana NAO É uma questao de moral. A nao ser que vc ache que tb é uma questao de moral ser contra a escravidao, a venda de órgaos, etc. Nessa visao ampliada de moral, sim, é uma questao de moral. Uma questao de valores éticos, sem dúvida é. Você é contra todo e qualquer tipo de valores éticos? 

      3. Não sei não

        Não sei quais são suas fontes de informação para afirmar que a prostituição “de luxo” é diferente de outras. Diria que pode ser até pior.

        Essas meninas bonitas e novinhas que são traficadas do interior do Brasil para grandes capitais tem muito “investimento em cima” por parte dos agenciadores, e depois de feito o “investimento”, não pense que elas vão saindo do negócio assim, a hora que querem. Não é bem assim que a coisa funciona.  Ainda mais se tiver um Berlusconi que pode pagar centenas de milhares de dinheiros ao agenciador para garantir a disponibilidade de uma bundinha que satisfez sua tara. Se isso acontece, enquanto durar a tara do sujeito, a dona da bunda não sai do negócio de jeito nenhum. É vigilância dia e noite. Seja pelos capangas, seja pela polícia. Aquela mesma que nós pagamos para nos proteger. 

  7. Degradação Cultural

    A psicanalista Regina Navarro, uma das mais renomadas no campo da sexualidade, narra que na Antiguidade prostituição era algo sagrado (aqui: http://delas.ig.com.br/colunistas/questoesdoamor/prostituicao-em-alta/c1597217793276.html), e mesmo mulheres casadas aderiam abertamente. Tanto que este ofício lhes rendiam diversas homenagens e os homens lhe creditavam respeito.

    A prostituição, vista como algo degradante, imoral, sujo, e as prostitutas, como pessoas dignas de desprezo, surgiu junto com a Idade Média e a consagração do ato sexual como puro ato de reprodução. Digo isto para lembrar-lhes que a moralidade é um conceito fluído e depende de diversas balizas, notadamente as religiosas e sociais.

    Outrossim, sempre é bom lembrar que a degradação não é um privilégio da prostituição. 

    Quem é que não lembra de “Os Tempos Modernos” de Chaplin, criticando o regime de trabalho alienante do modo de produção fordista? Ou da intensa desumanização a que sofreram os trabalhadores em “Germinal”, de Zola? Se, algumas décadas depois, no pós-guerra, pudemos ver operários europeus e americanos desfrutando de confortáveis padrões de vida classe média, com direitos trabalhistas assegurados e entidades sindicais atuantes, é porque se mobilizaram e conseguiram balancear um pouco (um pouco mesmo) a correlação capital vs trabalho.

    Não precisamos nem remeter ao passado. O Brasil de fato produziu uma matéria interessante (http://www.brasildefato.com.br/node/5780), relatando as condições de trabalho nas lanchonetes da rede Mcdonald’s: assédio moral constante, jornadas de trabalho que desrespeitam a legislação trabalhista, o exemplo de um gerente que engordou 30 kilos se alimentando diariamente dos lanches fornecidos pela rede e, em um holerite divulgado, o salário de R$ 243,12 líquidos.

    As mulheres da CUT, neste caso, defenderiam o que? Uma maior cobertura protetiva da lei, ou a proibição pura e simples do trabalho destas pobres trabalhadoras? Aliás, em termos de danos à sanidade física e psicológica de uma trabalhadora, no que diferencia este tipo de trabalho, da labuta como garota de programa? “As diferenças são várias”, podem argumentar alguns, enquanto outros podem dizer que é um absurdo a comparação, mas é FATO que existem muitas profissões que expõe trabalhadoras a acidentes de trabalho, aposentadoria precoce, stress, depressão, doenças laborais, então porque a diferença de tratamento?

    Qual a razão de se proibir o trabalho de prostitutas, e ao mesmo tempo permitir uma mulher de trabalhar em uma indústria, onde corre o risco de ter sua mão decepada na menor fração possível de descuido, ou adquirir uma doença laboral decorrente do continuado contato físico com substâncias tóxicas?

    A pobreza e a falta de oportunidades, neste caso, é a origem tanto da maioria das prostitutas quanto da maioria das mulheres que trabalham em ofícios com baixa remuneração e péssimas condições de labuta. E, mesmo que algum dia viermos a ter IDH escandinavo, provavelmente faremos igual os “ricos”, importando bolivianas, haitianas, nigerianas e outras garotas vindas da pobreza para desempenhar trabalhos que as brasileiras passarão a rejeitar, seja na prostituição, seja nas profissões citadas acima e consideradas “normais”.

    Assim, eu não creio que a solução seja a proibição pura e simples.

    Já vimos os efeitos sociais que a proibição da comercialização de drogas, bem como a vedação a interrupção da gravidez, implicaram na nossa sociedade. Ao proibir, além de não acabar com a prostituição, certamente deixariam as mulheres pobres mais expostas ainda a ação de cafetões e traficantes de pessoas.

    No caso das prostitutas, o elemento mais notável para a manutenção do persistente status quo é o intenso preconceito social que sofrem, não só pelo fato da maioria ser pobre, mas também por obstáculos de ordem moral, que vislumbra sua atividade como indigna, suja, o que as impede tanto de ter coragem para se identificar como tais, quanto reivindicar melhores condições de trabalho. 

    O fato de em sociedades antigas a prostituição ter sido vista com bons olhos, e as prostitutas, reverenciadas, demonstra que a noção de comercializar o corpo como algo imoral, degradante é muito mais relacionada com valores que a sociedade lentamente construiu ao longo dos séculos do que imperativos de ordem fisiológica. Se do contrário fosse, não teríamos garotas de classe média e alta se tornando acompanhantes de luxo, por livre e espontânea vontade e realmente gostando do que fazem.

    Não cabe ao legislador, ao homem público ignorar, portanto, a realidade. Assim como protegem-se outras trabalhadoras em estado de vulnerabilidade, é preciso também prever garantias e direitos para se atenuar as difíceis condições de vida e de trabalho das prostitutas. Utiliza-se como argumento o fato de que muitas prostitutas, se tivessem a oportunidade, largariam este trabalho, mas pergunte a mesma coisa para uma operadora de telemarketing e ouvirá a mesmíssima resposta. A questão é proteger estas trabalhadoras ENQUANTO elas exercem a atividade em questão.

    Quando a situação econômica, social, educacional, tecnológica do Brasil melhorar, aí TODA brasileira poderá ser médica, advogada, engenheira, juíza, psicológa. Enquanto isto não acontecer, muitas continuarão precisando tanto fritar lanches de fast food, recebendo R$ 3,00 a hora trabalhada, quanto prostituirem-se como meio de sobreviver, pagar suas contas, sustentar seus filhos. Que então o Estado atue para “amenizar” sua situação. 

    Não creio, por fim, que precisamos reverenciar a prostituição como algo sagrado. Só retirando o conceito da “impureza”, do “pecado original”, e pararmos de enxergar as profissionais do sexo como pessoas de outra galáxia, já ajudaríamos e muito a vida delas. Em outros tempos uma garota que fazia sexo antes do casamento se equivalia a uma prostituta, e o assassinato cometido por marido traído era uma excludente de ilicitude (ou culpabilidade? Alessandre de Argolo deve saber), só para ver como a nossa moralidade é fluída. 

    Aos colegas e as colegas, recomendo o filme “Streets of Shame”, do (não tão conhecido) gênio do cinema japonês Kenji Mizoguchi. Um clássico: feminista, sensível, vê na pobreza das prostitutas a razão pela maioria estar lá, mas as trata de forma honesta, como trabalhadoras, tal qual qualquer outra. E, ironicamente, no filme, a razão que levou à degradação moral de uma delas não foi o fato de dormir com diversos homens por dinheiro, ou sua rotina no bordel, mas sim a rejeição do filho querido, que considerou-a indigna de ser sua mãe e motivo de vergonha.

    Sim, o trabalho e a rotina já são difíceis, mas o preconceito e a ira que a sociedade lhes devota pode ser tão nocivo quanto..

    1. você leu o

      você leu o texto!?….Protituição é o resultado do abandono, da miséria, do estupro, da baixa estima da alma feminina!. A mulher pode ser tudo, menos prostituta!. 

      1. “Mulher pode ser tudo, menos

        “Mulher pode ser tudo, menos prostituta”

        Pelo visto você nunca trabalhou como atendente em rede de fast food, ou como operadora de call center, né?

        Pois a impressão que fica é que a exploração a que se submetem trabalhadoras pobres não lhe incomoda – mesmo que isto implique em acidentes de trabalho/doenças laborais/stress/depressão -, enquanto o fato de uma mulher se prostituir é tão absurdo que não merece proteção sequer proteção ou atenção do Estado.

         

        1. Taguti, PROSTITUIÇAO NAO É COMO TRABALHO, nao seja absurdo!

          A relaçao normal de trabalho pode ser exploradora sim, violenta sim, fazer mal sim. Mas nao submete o próprio corpo dos trabalhadores aos caprichos de um outro, nao involve violência física direta, assédio moral nem abuso sexual. Isso acontece, mas é proibido e reprimido, nao “regulamentado”. Quer comparar, compare com a escravidao, onde tudo isso é permitido. Mas nenhuma sociedade atual a permite, nao? 

          Há limites para o que alguém tem direito de “vender”. Ninguém pode vender um órgao. Acontece, mas é ilegal, e tem que ser. Ninguém pode vender um filho. Idem. 

          Defender a regulamentaçao com esse tipo de argumento na verdade mostra o ponto fraco da posiçao. 

           

          1. Você está sendo paternalista,

            Você está sendo paternalista, Anarquista Lúcida, pois fala como se TODAS as mulheres do mundo pensassem como você.

            Veja o caso das acompanhantes de luxo oriundas da classe média alta, que podiam ser advogadas, médicas e juízas e escolheram ser prostitutas, no seu livre arbítrio, muitas vezes por gosto do ofício? São mulheres que tem alto nível social, viajam, compram carros, apartamentos, seu perfil em nada lembrando que sofrem diariamente violência. 

            Você pode argumentar que é uma minoria, que a maioria é pobre e a atividade as degrada, o que concordo, mas o fato de existir uma minoria que não conserva trauma da atividade, e a desempenha por gosto, não torna moralista o tipo de pensamento que você acabou de expor aqui?

            Se o problema para você é o sexo em si considerado, e há prostitutas que não vêem problema nenhum em colocar seu corpo a disposição dos clientes, como é que fica a sua tese?

             

             

          2. Prostituiçao de luxo é outra coisa

            As mulheres têm mais poder relativo nesse caso. Há menos risco de violência (algum sempre há…), as mulheres podem aceitar ou nao os “programas”, etc. Mesmo assim falar em “gosto do ofício” é delírio seu. Queria ver se você admitiria a hipótese de se prostituir… Mas pimenta nos olhos dos outros é refresco, né? 

            De qualquer forma a prostituiçao de luxo foge ao tema da regulamentaçao, porque nem a regulamentaçao nem a falta dela incidirao sobre a prostituiçao de luxo. 

            E muito estranho um ultra-esquerdista defendendo o direito de se vender sem limites. Entao tb nao há problemas em vender um órgao? Um filho? Aceitar trabalhar em condiçoes análogas às de escravo (que é exatamente o que a prostituiçao em geral é)? A pessoa no desespero pode até querer isso, mas deve a sociedade dar aval a esses “direitos”? 

             

          3. Anarquista, você está se

            Anarquista, você está se contradizendo.

            1) Primeiro, você disse que o sexo pago em si era uma violência, e comparou-o com a escravidão. Verifique-se que, se partirmos desta premissa (sexo pago = violência), devemos coibir TODA forma de prostituição (não importa se a prostituta é a pobre na beira de estrada, ou a que atende no seu local particular no Leblon) e criminalizar o cliente do serviço, pois este seria um agressor de mulheres.

            2) Agora, relativiza a primeira afirmação dita, no caso das acompanhantes de luxo, dizendo que prostituição de luxo é outra coisa. Ora, sexo pago ou é análogo à escravidão ou não é, relativizar a violência por causa da classe social da prostituta é admitir que o problema maior não está no sexo em si, mas nas condições de trabalho e autonomia dela.

            E eu não estou defendendo o direito de se vender sem limites. Eu tenho a mesma opinião quanto a legalização do aborto e da comercialização de maconha. A criminalização do aborto, bem como a tipificação do crime de tráfico de drogas (e a punição do usuário) impediu que mulheres abortassem, ou impediu o crescimento do consumo de drogas?

            Na teoria tudo é lindo, mas a realidade é outra. Com regulamentação ou não, com proibição ou não, prostitutas pobres ainda continuarão existindo e, assim como ocorre com meninas que morrem abortando em clínicas fundo de quintal, bem como moleques aliciados que tombam em guerras promovidas pelo tráfico, proibir, discriminar, marginalizar, só penaliza quem está em estado de vulnerabilidade.

            Estas questões não se resolvem com leis e canetadas, mas com distribuição de renda e educação.

            Agora, já que você mesma admitiu que as “acompanhantes de luxo” possuem atividade muito menos degradante que a prostituta pobre, muitas vezes menor impúbere, qual é a melhor solução?

            (i) Deixar sua atividade desregulamentada que, não se engane, continuará existindo independente da decisão que o Estado tomar nesta matéria? ou

            (ii) Prever direitos básicos para, se não as equiparar, aproximá-las um tantinho que seja do grau de autonomia e melhores condições de trabalho que você mesma reconheceu nas acompanhantes de classe média/alta?

            Como eu sei que aonde o Estado não está, o cenário é de barbárie, prefiro a segunda opção, e por isso apóio a PL do Jean Wyllys.

            Quanto a questão de mulheres que gostam do “ofício”, tem um texto aqui da Marília Moschkovich (insuspeita militante feminista, que já discordei veemente dela em outro texto escrito) falando sobre o assunto: https://jornalggn.com.br/noticia/trabalho-sexual-dignidade-e-preconceitos

            PS: eu não sou um ultraesquerdista. Gosta de toda forma de governo/sociedade utilizada para chegar-se à igualdade/ justiça social/alto índice de desenvolvimento humano, tal como o “Welfare State” europeu, o socialismo cubano, as medidas liberais (nos costumes) tomadas por Mujica, o liberalismo japonês, e por aí vai. 

          4. Vc para variar desvirtuando o que os outros dizem

            Qualquer sexo pago é uma invasao da intimidade do ser, OK. Nesse ponto isso tb vale para a prostituiçao de luxo. Mas o que há de análogo à escravidao na prostituiçao nas circunstâncias mais habituais é a sujeiçao da mulher ao capricho do outro, violência potencialmente incluída nisso, a quase impossibilidade de deixar o “negócio”, a impossibilidade de dizer naos. Isso nao há em geral na prostituiçao de luxo. 

            E DE QUALQUER MANEIRA A REGULAMENTAÇAO NAO INCIDIRÁ SOBRE PROSTITUIÇAO DE LUXO, ou você se esqueceu de ler que eu tb disse isso? Portanto, a prostituiçao de luxo nao entra nessa discussao. 

            Paase bem, Taguti, nao gosto de discutir com gente de má fé na discussao. 

          5. Eu não deturpei sua fala

            Eu não deturpei sua fala coisíssima nenhuma, pelo menos tenha a decência de admitir suas contradições. 

            1) “A relaçao normal de trabalho pode ser exploradora sim, violenta sim, fazer mal sim. Mas nao submete o próprio corpo dos trabalhadores aos caprichos de um outro, nao involve violência física direta, assédio moral nem abuso sexual.”

            Quando você quis diferenciar a relação “normal” de trabalho da prostituição, você argumentou que esta atividade “submete o próprio corpo dos trabalhadores aos caprichos de um outro”, bem como envolve “violência física direta, assédio moral e abuso sexual”. Neste primeiro momento, você praticamente equiparou o ato de fazer sexo pago ao estupro, ao abuso sexual, e, nas suas próprias palavras, a escravidão. 

            Eu posso resumir muito bem esta assertiva 1 na fórmula “Prostituição = Escravidão + Abuso Sexual + Violência Física Direta”. Ora, então, se a violência e o abuso é inerente a atividade do sexo pago, é coerente que TODA E QUALQUER atividade de prostituição, seja da menina pobre de beira de estrada, seja da acompanhante de luxo, seja imediatamente proibida, e seus clientes, apenados com punições equivalentes ao estupro e a agressão física.

            Note-se que, nesta régua que você usa, menção nenhuma você faz às condições materiais, ou ao maior ou menor poder de autonomia da prostituta. Nesta sua visão, a violência está no ato de se submeter completamente aos caprichos do outro.

            Mas, aí, num segundo momento, e contradizendo tudo o que você disse sobre a violência inerente a prostituição, você afirma:

            2) “PROSTITUIÇÃO DE LUXO É OUTRA COISA. As mulheres têm mais poder relativo nesse caso. Há menos risco de violência (algum sempre há…), as mulheres podem aceitar ou nao os “programas”, etc.”

            Ora, se a prostituição “submete o próprio corpo da trabalhadora ao capricho do outro”, e envolve “violência física, assédio moral e abuso sexual”, como é que prostituição de luxo seria “outra coisa”? “Outra coisa” é o que? Uma relação de trabalho “normal”, tal qual desempenham operadoras de telemarketing e atendentes do Mcdonald’s? Como é que o maior poder relativo amenizaria a violência física inerente ao ato de se prostituir?

            Veja bem, se a violência em si está no ato de fazer sexo por dinheiro, de escravizar o seu próprio corpo, não há razão nenhuma para se considerar a situação das prostitutas de luxo diferente, mesmo que suas condições financeiras e de trabalho sejam melhores, a não ser que aceitemos uma visão que tolera a agressão e a violência contra as mulheres em troca de dinheiro.

            3) Sabe porque o seu raciocínio é tortuoso e sem lógica alguma? Porque você é moralista, e se guia pelas suas paixões e valores morais para comentar sobre um tema sério, e quando é desmascarada, parte para o seu habitual “método Pit Bull” para fugir da raia.

            Você sequer comentou o texto da Marília, uma militante feminista, que defende o direito amplo da mulher exercer sua liberdade sexual, inclusive se prostituindo. Age igualzinho o que ela chamou de “colonizadora”, com sua atitude arrogante de falar em nome de todas as mulheres do mundo, como se tivesse procuração inclusive das prostitutas que apóiam o PL para falar o que elas devem ou não fazer, como elas devem ou não se sentir.

            Pode gritar e espernear o tanto que quiser, Anarquista Lúcida. Não sou eu que diuturnamente sou chamado aqui de ditadorzinho, censor e mal educado. Mas ok, para que ouvir os outros, você sempre está com a razão, certo?

          6. Repete o desvirtuamento pretendendo provar o contrário…

            Eu comparei a relaçao de trabalho com a prostituiçao em geral. E as coisas que falei e que você citou sao exatamente as que nao ocorrem com a prostituiçao de luxo (violência física em especial). E nao estava falando de prostituiçao de luxo exatamente porque — repetindo DE NOVO, já que você só ouve o que quer —  prostituiçao de luxo está fora da discussao sobre regulamentaçao, porque nao será atingida por ela. 

            Quanto a me chamar de moralista, vá lamber sabao, Tagutti. Nao sabe nada de mim, nada mais distante de mim do que moralismo. Dizer que estou sempre certa? Nessa discussao mesmo mudei de opiniao, estava numa posiçao e mudei. Você nem ao menos presta atençao, ao dizer as coisas. Posso ser mal educada, para pessoas muito sensíveis (nao sou realmente grossa, no máximo irritada…). A web nao é colégio de moças. Ditadora e censora só se como piada, ninguém aqui tem poder nenhum sobre os outros, o que seria necessário para isso, Agora, ODEIO MÁ FÉ. Você é desonesto. Passe bem. 

        2. Se as mulheres já aguentam tudo,

          “como atendente em rede de fast food, ou como operadora de call center”, então você conclui, que elas podem aguentar a prostituição, para você um trabalho qualquer e até menos penoso, se for regulamentado… pela mesma legislação que permite trabalhos que considera degradados, insalubres…

          Engraçado e muito curioso: e os homens? Eles também estão nesses tipos de trabalho, deveriam constar na mesma proporção no mercado da carne, não como gigolôs e cafetões, mas como a mercadoria. Qual será a atividade alternativa que os homens encontram, para fugir do trabalho degradado? Das duas, uma, já que a via da prostituição do corpo é mínima; ou, quando arruma, um trabalho menos degradado; ou o crime, um deles a exploração de prostitutas.

          Elas se fodem, mas apenas os homens gozam, e tem gente que não enxerga a prostituição, como construção ideológica do machismo.

           

          Ninguém está aqui dizendo, que prostituta “não merece proteção sequer proteção ou atenção do Estado”, dizemos apenas que o Estado pode realizar tudo isto, sem institucionalizar a prostituição, sobretudo com um projeto mal feito, que nas condições brasileiras, tem tudo para agravar a exploração da prostituição.

    2. Que lindo

      A psicanalista Regina Navarro, uma das mais renomadas no campo da sexualidade, narra que na Antiguidade prostituição era algo sagrado 

      Embora o uso do termo antiguidade sem especificar era e local, já denote um um diversionismo que invalidaria o texto por inteiro no primeiro parágrafo, pelo histórico do autor neste espaço dá-se o crédito e insisti na leitura. Lembrando apenas que a antiguidade citada provavelmente seja aquela mesma onde o direito a possuir escravos também era sagrado. Ainda bem. Na sequência pude observar que o autor credita acertadamente na conta da construção de valores na sociedade a tendência a marginalização da prostituição. Quero crer que esses valores sejam os mesmos valores humanitários, fraternais e igualitários que tornaram inadmissíveis a escravidão. Senão, que valores seriam esses ? Valores morais e religiosos ? Ora, mas a prostituição não eram também sagrada ? Segundo o texto lincado pelo autor, não era apena sagrada, era praticada em templos em adoração a deuses.

      Do diversionismo o autor passa ao reducionismo usando o exemplo de trabalhadoras de uma lanchonete para tentar, argumento que está se tornando corriqueiro e cansativo entre os defensores da exploração das mulheres, equiparar o sexo com uma outra atividade qualquer. Repito aqui a pergunta que já fiz a outro comentarista e ficou sem resposta: Em caso da legalização da prostituição, você diria a sua esposa/namorada/companheira que irá chegar um pouco mais tarde porque precisa ir a um prostíbulo descarregar um pouco do stress com a mesma naturalidade que diria a ela que chegará um pouco mais tarde porque precisa ir ao barbeiro cortar o cabelo ? Ou, para ficar no reducionismo do exemplo dado, você diria a sua companheira com a mesma naturalidade que vai a um prostíbulo ou que vai a lanchonete fazer um lanche ? Se a resposta é não, afirmar que ambas atividades se equivalem não passa de hipocrisia. Fazer com que a sociedade aceite, ou volte aceitar a prostituição como uma atividade laboral e inclusiva não se dará por certo através de leis, e nem deve ser assim. Numa sociedade que evolui para a liberação sexual, passando por cima de principios moralistas, onde se pratica troca de casais, um número cada vez maior de casamentos abertos, relações que permitem aos parceiros buscar prazeres sexuais fora da relação, onde os meninos e meninas estão começando a se relacionar sexualmente cada vez mais cedo, se tornará cada vez mais inaceitável o sexo pago, a prostituição, pois esta relação denotará cada vez mais uma perversão, não no sentido moral, mas um desvio de formação de caráter, onde aquele que paga não busca na realidade o prazer saudável do sexo, mas o prazer doentio de ser o dono, o senhor, do corpo de outro durante um período de tempo, pequeno que seja, já que os valores alcançados pela sociedade já não o permitem sê-lo por todo o tempo.

      Enfim, como disse o autor, a sociedade cria novos valores, evolui, e justamente onde há os melhores índices de desenvolvimento humano do planeta, na escandinávia, estão surgindo, brotando, germinando, as primeiras mudas da semente que foi plantada há dez anos quando a Suécia, com ampla discussão popular, decretou a descriminalização da prostituição, assumiu a difícil posição de que a prostituta é sempre uma vítima de violência e que o usuário é sempre o autor dessa violência, portanto, criminoso. As raízes para a abolição da prostituição já estão plantadas. Sua disseminação, assim como aconteceu com a abolição da escravatura alcançarão o mundo. Já se espalharam pelos países nórdicos, chagraram a França e em breve o Reino Unido e a Bélgica deverão juntar-se ao clube dos países que não aceitam mais o uso sexual, a posse de uma pessoa pela outra em troca de dinheiro. 

      A ver.

      1. Quem usa e abusa de

        Quem usa e abusa de diversionismo é você, caro Chiapas.

        Primeiro, porque para invalidar meu argumento, de que na Antiguidade as prostitutas eram valorizadas, usou do valor negativo da escravidão. Então, tudo o que vem desta época devemos jogar no lixo por causa da escravidão? Todo o conhecimento que gregos e romanos nos deixaram sobre a arte da política, o direito, o pensamento de Sócrates, Platão e Aristóteles? Por favor, nem você acredita neste argumento, de tão absurdo..

        Segundo, mencionei este fato histórico (que pelo visto desconhecia e pode ver mais um pouco aqui: http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/15/artigo119600-3.asp) para ilustrar que a prostituição como atividade degradante não é um dogma insuperável, ligado única e exclusivamente a fisiologia feminina, pois também depende SIM de contingências históricas, sociais e religiosas.

        Tanto que nestas sociedades que valorizavam a prostituição e as prostitutas a sociedade era considerada matriarcal, e várias das cortesãs possuíam proeminência, status social altíssimo. Como o homem geralmente não tinha plena ciência de seu papel reprodutivo, o papel da mulher era considerado sagrado, como única responsável pela procriação e pelo surgimento de novas vidas.

        A virada de mesa foi quando o homem compreendeu o seu papel na fecundação, buscando, consequentemente, subjugar sexualmente a sua esposa como meio de controlar a paternidade de sua prole. As formas de casamento como conhecemos até hoje surgiram, e a prostituição foi considerada atividade suja, impura, uma contraposição às esposas castas, dóceis, que jamais ousam manifestar sua sexualidade e seriam exclusivas de seus esposos.

        Você pode refutar o quanto quiser, mas seu pensamento ainda está impregnado desta noção patriarcal de impureza ligada a prostituição, pois sequer admite a possibilidade de que mulheres podem sim optar pela prostituição, como manifestação livre de sua sexualidade, mesmo na sua querida Suécia.

        Terceiro, me acusa de reducionismo mas quem usa de diversionismo novamente é você. O que tem a ver o fato de alguém não contar a esposa que contratou o serviço de prostitutas? O fato de um marido não contar que usou o serviço de uma prostituta está muito mais ligado ao adultério do que o uso da garota de programa em si considerado. Se o marido mantivesse relações sexuais com uma colega de trabalho, ou a sua vizinha, igualmente não contaria a sua esposa, e não é por esta razão que leva alguém a defender a volta do adultério como crime.

        Eu usei o exemplo da funcionária do Mcdonald’s porque a degradação está tanto na moça pobre que é empurrada a trabalhar numa lanchonete de fast food, quanto na moça pobre que é levada a se prostituir. Só que você se preocupa muito mais com o que a prostituta faz ou deixa de fazer, muito embora ambas as atividades violem a higidez física e mental das trabalhadoras. Porque será? Se as suecas e holandesas não querem, no geral, ser prostitutas, será que elas aceitariam trabalhar ganhando menos de R$ 3,00 a hora fritando hamburger?

        E por fim, o fato de algo ter sido implantado na Suécia não significa que se amolda perfeitamente à realidade brasileira, ou que devamos copiar acriticamente o modelo. É bom sempre ressaltar que a proibição não acabou com a prostituição na Suécia. Se houve diminuição, houve menos de 50% dela, e se antes as ruas e bordéis eram locais propícios, hoje se procura na internet, em ambientes underground e outros locais/métodos que expõem mais a riscos tanto clientes quanto profissionais do sexo. Isto sem contar o estigma que pesa sobre as garotas de programa, que ainda continuam se prostituindo a despeito da proibição.

        Sem contar outro fato fundamental: se na Suécia a discussão principal foi a concernente ao tráfico de mulheres, esta questão não é uma realidade no Brasil. Pois é sabido que sempre fomos muito mais “exportadores” do que “importadores”. Na Suécia, o alto IDH do país afasta a esmagadora maioria de suas cidadãs da prostituição, realidade que nem de longe é experimentada pelas brasileiras.

        A proibição da prostituição, nos moldes suecos, além de não acabar com a atividade, criminalizará, marginalizará e deixarão ainda mais expostas as mulheres que trabalham na área. Este posicionamento que você, as mulheres da CUT e as Marcha das Mulheres defendem, é como se a prostituição pudesse acabar com uma canetada, e mulher nenhuma continuaria prostituta depois de proibida sua atividade.

        1. Vamos esclarescer

          Fazer alusão a antiguidade é diversionismo sim, Não ajuda em nada a discussão objetiva que dever ser travada neste assunto. Eu não disse, como você sugeriu, que tudo que vem da antiguidade é ruim. Só não se pode afirmar que as práticas de alguns povos antigos, ainda mais práticas sagradas, justifiquem qualquer prática comtemporânea. Por isso, e só por isso usei o exemplo da escravidão, poderia usar o dos eunucos que, na pobreza, se auto-mutilavam para conseguir uma boquinha nos palácios, ou ainda dos  sacrifícios humanos, muitos consensuais, parecidos com os atuais homens-bomba islâmicos, impregnados de ignorância religiosa, crentes que se oferecendo em sacrifício ao(s) deus(es) purificam sua alma, de sua família, etc, e ainda vão para junto do(s) deus(es) para a eternidade. Isso é diversionismo, entupir a discussão com um assunto que não serve para absolutamente nada na prática e no resultado a que se quer chegar.

          E que resultado é esse ? Única e exclusivamente saber se as condições de vidas de seres humanos irão melhorar com a regulamentação de uma atividade, e a resposta clara é não. Muito pelo contrário, para a enorme maioria irão piorar. Como se chega a essa conclusão ? Apenas analisando os casos onde isto já aconteceu. Já disse e repito, Holanda, Espanha e Turquia, tres países de cultura bastante diversa,  onde a prostituição é regulamenta, são os maiores destinos mundiais de escravas brancas e são o paraíso dos exploradores de mulheres.

          Apenas para ficarmos na Holanda, as consequências da regulamentação foram terríveis para todos, menos, evidentemente para os loverboys, os cafetões e todo o crime organizado que está por trás deles. A esmagadora maioria das prostitutas não tem registro. Depois de 10 anos da regulamentação, a maioria ainda se prostitui por obrigação, estando sob a guarda de um cafetão depois de terem sido atraídas, seduzidas em seus países de origem. De Wallen se tornou o paraíso do crime organizado, tanto que o governo já revogou grande parte das concessões para funcionamento dos maiores bordéis do local. A municipalidade se obrigou a comprar centenas de imóveis para impedir a abertura de novos bordéis, gastando milhões. Os tipelzones de Amsterdan e Roterdan, locais destinados a prostituição de rua, onde foram investidos milhões, que tinham posto médico, seringa e camisinha de graça, lanche de graça, policiamento e até posto de assessoria jurídica, tudo pago pelo município, foram um fiasco. Estão todos fechados depois de durarem 4 ou 5 anos e se tornarem focos de problemas, confusões, prostitutas ilegais, clientes e cafetões desafiando a polícia, destruindo os equipamentos ofertados, menores se prostituindo sob a proteção de cafetões e corrupção policial rolando solta. E agora a Holanda decide CRIMINALIZAR as prostitutas que não estiverem regulares, como forma de diminuir 

          Enquanto isso, na Suécia, onde se decidiu criminalizar desde sempre o explorador e não a mulher, onde o cliente passou a ter o status de explorador tanto quanto o cafetão, afinal ambos agem em parceria, o cafetão disponibiliza a mercadoria para o cliente e este o paga, na prática é assim que funciona o negócio, nada precisa ser mudado, as mulheres continuam livres para se prostituirem, se conseguirem arrumar clientes, e em caso de flagrantes de prostituição, o cliente vai em cana e a mulher é tratada pela sociedade como uma vítima de violência, tendo todo o âmparo para que, caso queira, retorne ao seu país de origem ou encontre outra ocupação. Cafetão vai se meter a explorar mulher num lugar desses ? Nem pensar.

          Outro ponto interessante que você tenta colocar na discussão é o fato de os países ricos da Europa importarem suas prostitutas e que isso não seria problema no Brasil. Falácia. Uma búlgara, uma eslovaca ou uma crota são cidadãs europeias antes de tudo, e são traficadas para os países ricos assim como as cidadãs brasileiras são traficadas dentro do Brasil. 

        2. Onde está o matriarcado?

          “…  na Antiguidade as prostitutas eram valorizadas… Tanto que nestas sociedades que valorizavam a prostituição e as prostitutas a sociedade era considerada matriarcal”

          HEM????!! Que porra de sociedade matriarcal você pode apontar, nas sociedades antigas que nos deixaram relatos ecritos? A democracia grega era masculina, ficavam de fora as mulheres junto dos escravos, se mulher não tinha cidadania, como é que isso pode ser chamado de matriarcado?

          “A virada de mesa foi quando o homem compreendeu o seu papel na fecundação, buscando, consequentemente, subjugar sexualmente a sua esposa como meio de controlar a paternidade de sua prole”.

          Que papel foi esse que o “homem” compreendeu, para levá-lo ao controle da paternidade? Terá sido o da transferência da propriedade privada para sua prole? Mas foi o Homem ou uma classe proprietária que compreendeu isto?

          Foi a ascenção do patriarcado que criou a “profissão mais antiga do mundo”, não inverta e entenda que prostituição não é condição inata da mulher. Se na socieadade patriarcal a esposa está subjugada sexualmente, a prostituta está subjugada em grau radical e extremo, é uma mulher-objeto na inteira acepção da palavra. Para você, numa sociedade onde a mulher não se subjuga sexualmente e até mesmo exerce a hegemonia, no matriarcado, haveria espaço para a subjugação da mulher-objeto. Seria até sagrada essa subjugação; no campo religioso até posso entender isso, conheço religiões que sacralizam crucificado e outros martirizados afins.

           

      2. Há outra pergunta sem resposta…

        Em acréscimo ao que diz, 

        Repito aqui a pergunta que já fiz a outro comentarista e ficou sem resposta: Em caso da legalização da prostituição, você diria a sua esposa/namorada/companheira que irá chegar um pouco mais tarde porque precisa ir a um prostíbulo descarregar um pouco do stress com a mesma naturalidade que diria a ela que chegará um pouco mais tarde porque precisa ir ao barbeiro cortar o cabelo ?

        A afirmação da autora do texto, a meu ver é mais impactante:

        E nenhum de nós quer que sua filha entre para essa indústria de sugadores de alma.

        Alguém recomendaria à sua filha, irmã, esposa, namorada que adotasse essa profissão ?

        1. Quanto a pergunta, minha

          Quanto a pergunta, minha resposta é não, não recomendaria para esposa, filha ou irmã serem prostitutas, da mesma forma que não recomendaria serem atendentes de redes de fast food, operadoras de telemarketing, guardas municipais, bóia-frias, operárias em ofícios em contato com substância tóxicas, ou seja, não recomendaria que elas seguissem qualquer profissão com remuneração baixa e riscos altos.

          Só que não nego a realidade circundante, em que milhares de meninas pobres são levadas tanto para a prostituição, quanto para estas profissões que, no final das contas, são tão degradantes quanto. Se duvidas, pesquise qualquer estudo sério sobre assédio moral no ambiente de trabalho de operadoras de call center, ou as garantias trabalhistas em lanchonetes Mcdonald’s..queremos proibir atividades degradantes, vamos proibir todas, ou o problema maior é o  sexo pago?

          Agora, se cada uma delas (esposa, irmã, namorada) decidisse de livre arbítrio tornar-se uma prostituta, o que poderíamos fazer? Queimá-las na fogueira para se purificar? Levar ela num culto evangélico para ser convertida? Xingá-las de biscate, rameira, cretina? Expulsar a filha de casa? 

          Ora, por favor..este seu questionamento deixa mais clara ainda a necessidade de se regulamentar a profissão, para livrá-las do ódio e preconceito de uma sociedade ainda majoritariamente conservadora. Se nós não temos a obrigação legal de agir de maneira mais serena, acima das convicções religiosas, filosóficas, pessoais, o Estado felizmente tem.

           

           

    3. Regina Navarro x Trisha Baptie.

      Aparentemente, ambas chegam a mesma conclusão. Regina Navarro diz:

      “Quando o homem está com a prostituta … Somente seu prazer individual é buscado”;

      Trisha Baptie conclui:

      “É porque eu quero que TODAS sejam livres _ que eu sou contra a nossa venda como brinquedos de masturbação”.

      O ato masturbatório está implícito nas duas assertivas.

      A primeira chega a sua conclusão como psicanalista, provavelmente, entrevistando muitos homens, recebendo suas palavras e anotando-as, sem nenhum contato físico mais íntimo do que um aperto de mão.

      A segunda tira sua conclusão depois de quinze anos, transando com mais homens do que a primeira entrevistou na vida, recebendo porra, suor e saliva, olhando homens desnudos pelas suas fantasias mais íntimas, exposta ao risco, da violência, da DST e da gravidez indesejada.

      As conclusões de ambas guardam diferença radical; a primeira, corretamente, apenas isenta as prostitutas de imoralidade; a segunda não se limita a isto, posiciona-se, é pelo amor às prostitutas, que ela é contra a prostitução. A segunda denuncia o homem que reduz uma mulher, a um objeto do seu prazer individual; a primeira tenta “compreender” a necessidade masculina, do sexo com um objeto destituído da condição feminina, mostra indiferença por esse objeto presente no ato e absolve o homem que faz seu uso.

      Quem é a conservadora, Arthur? A psicanalista ou a ex-prostituta? Queria uma critica sua, em resposta ao texto desta postagem no blog, o conteúdo apresentado por Trisha Baptie, atenha-se a ele; você vê nela moralismo carola?

  8. liberdade e servidão

    1. É sim a livre escolha da mulher.  Ao menos, em ~90% dos casos. Sempre há opções… Prostituir-se pode não ser a pior.

    2. Por que devemos tutelar as escolhas de vida das pessoas? Por que sabemos o que é certo? Não me façam rir..

    3.Respeito! Respeitem as prostitutas. Por que querem acabar com elas? A quem elas ameaçam? Que símbolo encarnam?

    4.Exploração: o capitalismo é baseado na exploração. O que será pior, ser prostituta, empregada doméstica, escriturária, atendente,………  

    5. Trabalhar dez horas por dia, com metas de desempenho inatingíveis, ganhar pouco, ter um chefe carrasco, competir com seus colegas pela sobrevivência no emprego…. Será isso mais digno do que se prostituir?

    6.Somos responsáveis pelo nosso destino, … as putas, os cafetões, os clientes, os guardas, eu, você e tutti quanti. Inevitavelmente.

     

     

    1. O que será pior, ser prostituta, empregada doméstica, escriturár

      Você tem dúvidas mesmo a esse respeito? Ora, ora… 

      Ser prostituta é estar sujeita a todos os caprichos de um outro desconhecido a nível do próprio corpo, e do próprio sexo, o mais íntimo de alguém. É estar sujeita a violência física. A pegar doenças. Queria ver se uma filha sua tivesse que escolher entre ser empregada doméstica e ser prostituta se você a aconselharia a escolher a prostituiçao por pagar mais… (se é que paga). 

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