Ato em São Paulo lembra 46 anos do assassinato de Marighella

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Segundo Clara Charf, uma das grandes lutas do guerrilheiro era a defesa da liberdade de expressão e a busca do empoderamento dos que não tinham vozmarig.jpg

Em 2013, outro ato foi feito por familiares, amigos e membros da Comissão da Verdade do Estado de SP – Foto Marcelo Camargo, Agência Brasil

da Agência Brasil

Ato em São Paulo lembra 46 anos do assassinato de Marighella

por Daniel Mello

Os 46 anos do assassinato do guerrilheiro Carlos Marighella foram lembrados em um ato hoje (4)  na Alameda Casa Branca, no Jardim América, zona oeste paulistana. Antigos militantes e ativistas de movimentos sociais reuniram-se ao redor do monumento que marca que naquele local foi morto um dos líderes da resistência contra a ditadura. A companheira do guerrilheiro, Clara Charf, emocionou-se durante a cerimônia. “Imaginar que em um dia feio como hoje, chuvoso, pessoas de diferentes idades viriam aqui falar dos ideais de Marighella”,  disse.

Uma das grandes lutas do antigo líder era, segundo Clara, a defesa da liberdade de expressão e a busca do empoderamento dos que não tinham voz. “Marighella lutou pela liberdade em todos os sentidos. Sempre batalhou para que as pessoas se expressassem”, afirmou. Ela lembrou que o guerrilheiro chegou a fundar uma universidade popular quando esteve preso em Fernando de Noronha (PE).

O advogado Aton Fon Filho, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização de resistência à ditadura comandada por Marighella, falou sobre o companheiro. “Era um homem que, além de se preocupar com a análise científica da realidade e da prática transformadora, tinha uma preocupação muito grande com as pessoas. Não digo apenas o coletivo, o social. Ele via também o indivíduo, as dores, o sofrimento, as alegrias e a felicidade de cada um”, contou sobre o guerrilheiro, que além de pegar em armas, fazia poesias e canções.

Além dos antigos companheiros de luta, estiveram presentes militantes jovens de movimentos sociais, como Olívia Carolino, que representou a Consulta Popular. “A gente sente uma responsabilidade muito grande de assumir esse legado e estar lado a lado desses companheiros, na luta”, ressaltou a ativista, que vê no líder uma figura inspiradora. “O Marighella está na alegria de lutar, de se assumir como socialista, está no compromisso com a revolução brasileira, no amor pelo povo e na luta pela liberdade.”

O baiano Carlos Marighella iniciou a militância aos 18 anos, quando se filiou ao Partido Comunista Brasileiro. Preso em 1936, durante a ditadura de Getúlio Vargas, foi eleito deputado federal constituinte em 1946 e, no ano seguinte, teve o mandato cassado. Quase 20 anos depois, foi preso pela Delegacia de Ordem Política e Social (Dops). Em 1968, fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo armado de resistência à ditadura. No dia 4 de novembro de 1969 foi emboscado e assassinado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

1 Comentário

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  1. Um assassino igual ou pior

    Um assassino igual ou pior aos que participaram de sua morte.

    Marighella NÃO ERA DEMOCRATA era um homem que DEFENDIA A IDEIA DE DITADURA e por ela estava disposto a matar.

    Foi apenas mais um homicida morto na ditadura , não há razão nenhuma para se apiedar da morte dele enquanto figura politica.

    Como ser humano obviametne é algo lamentavel a morte de alguem, mas se o objetivo seja dignifica-lo dando a entender que tratava-se de um democrata isso não passa de uma grande piada…

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