Defensoria cogita ir à ONU por 15 mortes no Rio

Segundo o defensor público Thales Treiger, que está acompanhando o caso com as famílias, os assassinatos guardam similaridades com casos dos anos 1990

Foto Correio do Brasil

Jornal GGN – A Defensoria Pública da União (DPU) cogita a possibilidade de levar à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) o caso da morte de pelo menos 15 pessoas de comunidades do Rio. As mortes ocorreram na Coroa, Fallet, Fogueteiro e Prazeres, durante ação policial no dia 8, na região central do Rio de Janeiro. 

Segundo o defensor público Thales Treiger, que está acompanhando o caso com as famílias, os assassinatos guardam similaridades com casos dos anos 1990, levados a essas organizações e que já foram julgados. É o caso das chacinas de Vigário Geral, em 1993, e da Nova Brasília, em 1994.

‘Além disso, o possível uso de apetrechos como ‘chave micha’ para abrir um portão indica que a ação foi premeditada. É uma velha dinâmica que volta a surgir no Rio de Janeiro’, disse Treiger.

No festival de horrores, nove pessoas foram baleadas e mortas em um caso na comunidade do Fallet. Ao UOL, o proprietário da casa disse que os suspeitos entraram no imóvel e atiraram.

Se o inquérito policial não for conclusivo ou venha a ser discrepante em relação aos relatos de testemunhas, o governo brasileiro pode ser responsabilizado pelas mortes e obrigado a conceder proteção a familiares das vítimas que relatam ameaças por parte de policiais.

Por seu turno, a Polícia Militar do Rio nega que tenha havido ameaças aos familiares por parte dos policiais e afirma que os tiros foram desferidos em direção a uma casa em que estariam nove traficantes da região, e em revide aos disparos.

Os policiais envolvidos na ação seguem trabalhando normalmente no setor operacional, informou a corporação, sem nenhum afastamento para o curso das investigações. O porta-voz da PM definiu o resultado da operação como ‘normal, depois de uma troca de tiros’. O número de policiais envolvidos na operação não foi divulgado, mas sabe-se que os homens do Bope e do Choque estiveram nas comunidades.

O defensor informa que, antes de encaminhar às organizações, é preciso se ‘esgotar todas as possibilidades domésticas’, isto é, esperar a conclusão dos inquéritos e laudos que possam atestar as discrepâncias entre o oficial e o de autoridades.

Já o governador do Rio, Wilson Witzel, do PSC, foi para as redes sociais avisar que a ‘ação foi legítima’. Em vído no Instagram, Witzel aparece ao lado do coronel Rogério Figueiredo, secretário estadual de Policia Militar, afirmando que tem total confiança nos relatos dos policiais militares.

‘Quero reafirmar aqui a minha confiança na Polícia Militar. O que aconteceu no Fallet-Fogueteiro foi uma ação legítima da Polícia Militar. Agiu para defender o cidadão de bem. Não vamos mais admitir qualquer bandido usando armas de fogo, de grosso calibre, fuzis, pistolas, granadas, atentando contra a nossa sociedade. Vamos continuar agindo com rigor’, disse ele.

Redação

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