Em Salvador, estudante gay espancado na saída de boate morre

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O estudante de jornalismo, Leonardo Moura, morreu nesta segunda-feira, dia 11, no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, onde estava internado. Leonardo foi agredido na saíde de uma boate, no bairro do Rio Vermelho, no sábado, dia 9. Seu primo, Gustavo Moura, relatou que Leonardo foi brutalmente espancado após sair de uma festa em boate voltada para o público LGBT.

Leonardo era homossexual e seus pertences não foram levados pelos agressores, isso fez com que a família tivesse certeza de que a violência foi um crime de ódio motivado pela homofobia.

“Deixaram um relógio original, óculos de sol e identidade. Levaram o celular somente por levar, mas esse não foi o propósito de quem bateu nele. Foi intolerância, foi ódio porque ele era gay e estava saindo àquela hora de uma boate”, disse o primo da vítima.

O rapaz estava muito machucado, com muitas marcas e inchaços, o que leva a crer que mais de uma pessoa o agrediu. “Mas somente a polícia saberá dizer”, disse o primo. De acordo com a Polícia Civil, Leonardo estava “muito machucado” quando foi encontrado por um pescador. Esse pescador acionou o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Ele chegou a perder um dos rins por conta do espancamento e morreu no hospital após sofrer uma parada cardíaca.

Leonardo será velado amanhã, dia 12, no Cemitério Campo Santo, em Salvador. A polícia informou que a necrópsia foi feita para acrescentar informações à investigação e a delegada responsável, Mariana Ouais, já ouviu a família e um amigo de Leonardo. Além disso, a polícia pediu imagens dos circuitos de segurança de todo o percurso feito por Leonardo após sair da boate.

“Fica a indiganação, porque ninguém pede pra sair de uma festa e ser espancado. A minha avó tem mais de 80 anos e está muito abalada com tudo isso. As pessoas têm o direito de viver as suas verdades e ser quem são. A gente fica apreensivo por outras pessoas com essa orientação sexual, que podem também ser violentadas, porque isso parece que não vai acabar”, disse Moura.

Entidades LGBT da Bahia irão fazer um protesto na sexta-feira, dia 15, em frente à boate em que Leonardo estava para denunciar a violência e o assassinato de pessoas LGBT. Segundo o Grupo Gay da Bahia, que age no combate à homofobia, entre janeiro e junho deste ano, 19 pessoas morreram em situações consideradas como de “evidente conotação homofóbica”.

(com informações da Agência Brasil)

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

1 Comentário

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  1. É o mundo todo se

    É o mundo todo se manifestando com mais crueldade contra as mulheres e os gays. Elas, pelo machismo, pelo mais alguma coisa que somente Freud pode explicar; eu diria que esses homens que atacam as mulheres são, em verdade, gays enrustidos ou simplesmene misóginos, mesmo assim mereceriam um tratamento. Quanto aos gays, também sofrem muito mais por aqueles que vão morrer nos armários da vida; eles veem o outro com ódio de sua essência, e seus espelhos sabem bem do que estou falando.

    Se cada país do mundo colocasse à disposição desses monstros um tratamento psicanalítico, faltariam profissionais para deles tratar, porque o número é incomensurável de homofóbicos, misóginos e tudo mais que os levam a ser tão insanos.

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