Estamos longe da erradicação da miséria, diz comissário da ONU

Enviado por romério rômulo

Da ONU

‘Quando 62 pessoas têm a mesma riqueza que 3,8 bilhões de pessoas, estamos longe do fim da miséria’
 
Em comemoração dos 50 anos de dois dos mais importantes tratados globais de direitos humanos – que promovem os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais –, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos pede efetivação de documentos legais: “Esses grandes textos são o alicerce para uma boa governança. Neles reside a esperança mundial de paz”.

Em comemoração aos 50 anos do estabelecimento do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e do Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, o alto comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, destacou na última terça-feira (1) o avanço dos direitos às “pessoas esmagadas pela tirania e pela discriminação de gerações”.

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas convocou uma reunião especial como parte da 31ª sessão do órgão da ONU, que começou na segunda-feira (29) na sede da Organização em Genebra.

“O aniversário de 50 anos dos pactos precisa ser uma ocasião para reafirmar o nosso engajamento com a ‘Carta Internacional de Direitos’ – o grande tripé de princípio e compromisso que é formado pelos dois pactos e pela Declaração Universal de Direitos Humanos”, declarou Zeid.

“Há meio século, a Assembleia Geral adotou unanimemente os dois grandes pactos que deram força aos princípios da lei guiados pela Declaração Universal”, lembrou o alto comissário. “Os dois grandes acordos que celebramos hoje comprometem os países com a garantia do respeito pelos direitos de todas as pessoas”, acrescentou.

Alto comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, durante o encontro. Foto: ONU/Pierre Albouy

Alto comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, durante o encontro. Foto: ONU/Pierre Albouy

Apesar do grande alcance legal dos pactos, 27 Estados-membros não homologaram esses direitos, e oito países ratificaram apenas um dos tratados. “Espero que esses Estados-membros avancem para a plena ratificação ao longo deste ano de aniversário (dos acordos)”, disse Zeid, que também destacou a importância de os compromissos serem mais amplamente e efetivamente implementados.

Ressaltando o aumento da desigualdade econômica, a permanência da violência doméstica, a ameaça à liberdade de imprensa e flagelos como o trabalho escravo e a tortura, Zeid advertiu que não há justificativa para estas práticas, “incluindo o estado de Segurança”, acrescentou.

“Quando 62 pessoas desfrutam da mesma riqueza que 3,8 bilhões de pessoas e a riqueza da parte mais pobre da população do mundo está diminuindo de forma constante, estamos distantes de visão dos pactos sobre a erradicação da miséria”, destacou o alto comissário.

“Esses grandes textos são o alicerce para uma boa governança. Neles reside a esperança mundial de paz”, concluiu.

 
Redação

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